Homepage Newsletter Opinião

Guia de compras e aprovisionamento no setor da moda

Por a 7 de Outubro de 2021 as 17:36

Carlos_Tur, Country Manager de JAGGAER para España y Portugal (1)Por  Carlos Tur, country manager da Jaggaer  para Portugal e Espanha

COMO SERÁ O “NOVO NORMAL”?
O retalho de moda já está a ser reorganizado, na sequência de mudanças no comportamento do consumidor, após a Covid-19 e outras tendências a longo prazo. Surge então a questão de quais devem ser as prioridades para as compras e aprovisionamento dos profissionais do setor. Muitas das lojas que conseguiram superar obstáculos, tais como excedentes de stocks, encerramento de lojas e encomendas canceladas, têm vindo a abraçar estas mudanças e a implementar inovações das quais apenas falavam no passado. Responder, efetivamente, a estas questões irá, em grande medida, depender da aplicação de tecnologia e da compreensão das tendências chave que se desenvolveram, como resultado do impacto da crise pandémica.

1. COLAPSO DO LOCAL DE TRABALHO URBANO E O SEU IMPACTO NO APROVISIONAMENTO
A mudança do trabalho num escritório, no centro da cidade, para a partir de casa, foi uma catástrofe para muitos retalhistas. Com os consumidores mais dispersos e a comprar localmente ou online, as redes de distribuição já sentem reestruturações.

2. PRESENÇA ONLINE DE CONFIANÇA E CONSISTENTE
A capacidade de acompanhar os gostos flutuantes dos consumidores será especialmente importante em setores como o vestuário. Contudo, como todos os concorrentes que entram em jogo, torna-se difícil para os retalhistas diferenciarem-se e os consumidores vão basear-se, mais do que nunca, no preço e disponibilidade de produto.

3. LOJAS FÍSICAS EM NOVOS FORMATOS
À medida que as marcas de retalho procuram desenvolver novos conceitos de loja atrativos, como por exemplo o uso de sinalização interativa e digital e wifi dentro de lojas, os profissionais de aprovisionamento terão de colaborar de perto com os marketeers sobre o aprovisionamento indireto de produtos que não são para venda, mas que fornecem entretenimento em loja e outras funcionalidades.

4. REPENSAR AS CADEIAS DE ABASTECIMENTO
Tendências como a compra online com recolha em loja e as incertezas da cadeia de abastecimento, forçaram as lojas a repensar a forma de trazer o fabrico e o armazenamento para junto dos consumidores. Um bom exemplo disso é o uso dos chamados “smart lockers” para a recolha. Este sistema tem uma série de vantagens, tais como a redução da dependência dos serviços de entrega, feedback de informação logística e também ajuda a atrair os clientes para as lojas físicas. Alguns retalhistas estabeleceram ou expandiram as suas fontes de produção local e doméstica, mas resta saber se se trata de uma tendência a longo prazo.

5. APROVISIONAMENTO MAIS BASEADO NA ANÁLISE PREDITIVA
A volatilidade no mercado da procura é, provavelmente, a nova realidade, e os decisores em matéria de aprovisionamento dependerão mais fortemente da inteligência artificial preditiva que pode revelar as tendências emergentes muito rapidamente.

6. SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL
O interesse dos consumidores na diversidade de fornecedores, sustentabilidade e, mais amplamente, na responsabilidade social veio para ficar. As empresas percebem que pagar um pouco mais para obter produtos de forma ética (e local) é uma proteção eficaz do futuro da sua cadeia de fornecimento e uma forma de fidelização de clientes.

7. COLABORAÇÃO MAIS PRÓXIMA COM FORNECEDORES
As áreas prioritárias incluem o planeamento conjunto de objetivos estratégicos, coinvestimento para otimizar a distribuição e outros processos de ponta a ponta, e colaboração na digitalização.

8. MAIOR ÊNFASE NA ATENUAÇÃO DO RISCO
Os retalhistas vão ser mais dependentes do que nunca de novas tecnologias preditivas para estudar cadeias de abastecimento, compreender as dependências e gerir melhor a redução de custos e a mitigação de riscos.

9. GESTÃO COM NÍVEIS DE INVENTÁRIO MAIS BAIXOS
Encerramentos de fábricas e interrupções da cadeia de abastecimento forçaram os retalhistas a lidar com níveis de inventário mais baixos do que o normal. As empresas aprenderam a gerir melhor o excedente de stocks para evitar grandes perdas. A conclusão chave é a importância da rapidez e da capacidade de resposta. Os retalhistas e fornecedores precisam de se manter atentos ao local onde o consumidor se está a dirigir no pós-pandemia, para ajustarem as suas estratégias de compras e abastecimento, não apenas para seguir tendências, mas para as liderar.

Deixe aqui o seu comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *