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Deco estuda ciclo de vida e pegada ecológica dos sacos de compras

Por a 30 de Agosto de 2021 as 11:01

sacosA Deco Proteste testou nove tipos de sacos de compras para calcular o seu ciclo de vida e a pegada ecológica, em parceria com as congéneres europeias na Bélgica, Itália e Espanha. A associação de defesa dos consumidores chegou à conclusão que depende do perfil do consumidor e do tipo de utilização que se dá ao saco, entre  outros.

“Na avaliação dos diferentes tipos de sacos, tudo conta, desde os materiais utilizados na confeção, a utilização ou não de materiais reciclados, uso de tintas e corantes, se foram colados ou cosidos, se são biodegradáveis ou compostáveis e, entre outros fatores, qual o país onde foram produzidos, se mais próximo ou mais distante”, explica a Deco, em comunicado.

Por exemplo, se o trolley (saco de compras de rodinhas) for utilizado 742 vezes, então, é uma opção a considerar caso a ida às compras seja feita a pé e não sejam utilizados mais sacos. “Este tipo de saco tem maiores impactos ambientais ao longo de todo o ciclo de vida, desde a produção até ao destino final, nomeadamente ao nível de impactos nas alterações climáticas e toxicidade humana”, acrescenta.

Se, em alternativa, a opção passar por um saco de algodão, o consumidor tem de o utilizar 101 vezes para que seja mais sustentável, mas se o saco for feito a partir de algodão biológico, então, tem de ser utilizar 149 vezes, uma vez que a “completa substituição dos fertilizantes e pesticidas resulta na necessidade de aumento da área de cultivo em cerca de 30%”.

Os sacos de polipropileno (PP) e os de poliéster, por sua vez, têm de ser usados até quatro e três vezes, respetivamente, para que sejam mais sustentáveis. Um saco de plástico tem uma pegada ambiental menor do que um saco de papel com o mesmo número de utilizações. “O papel terá que ser usado até nove vezes para igualar a utilização do saco plástico. Este último, tem de ser usado apenas uma ou duas vezes, dependendo se tem, ou não, material reciclado na sua composição”, adianta a associação de defesa dos consumidores, acrescentando, no entanto, que não está a defender a utilização do plástico.

“Nem tudo é assim tão simples, defendemos sim, a máxima reutilização do tipo de saco que se escolhe. Cada consumidor, de acordo com o seu perfil, deverá fazer a sua escolha, e o nosso estudo ajuda exatamente nesse ponto, a fazer uma escolha consciente”, afirma Elsa Agante, team leader de Energia e Sustentabilidade da Deco Proteste, citada no documento.

Outro exemplo interessante são os sacos reutilizáveis em poliéster para transportar fruta, se forem simples, dez utilizações bastam para que os impactos ambientais sejam inferiores face à utilização de sacos de plástico de uso único, mas, se tiverem uma fita colorida (com utilização de tinta ou corantes), já precisam de ser utilizados 98 vezes.

“A regra deve sempre ser, a máxima utilização e o bom senso de cada um, para que se consiga um equilíbrio entre as nossas necessidades e as do planeta”, insiste Elsa Agante.

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