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“Estamos em negociações com cadeias de distribuição e retalho para se juntarem à plataforma”

Por a 14 de Maio de 2021 as 15:42
David Ferreira da Silva, responsável da Bolt em Portugal

David Ferreira da Silva, responsável da Bolt em Portugal

Em seis meses, a Bolt Food angariou 1.000 parceiros em Portugal. Os supermercados Continente e os armazéns El Corte Inglés já fazem parte do catálogo da empresa de entregas porta-a-porta, mas David Ferreira da Silva, responsável da Bolt em Portugal, está em negociações com outras cadeias de distribuição e retalho, revela em entrevista ao Hipersuper

Lançada na Estónia em agosto de 2019, a Bolt Food chegou a Portugal em outubro de 2020. Como caracteriza o desafio de lançar este novo serviço no mercado português?

O lançamento da Bolt Food em Portugal foi desafiante, no sentido em que tivemos de estruturar o vertical de negócio em plena pandemia, com todas as limitações que isso acarreta, como o facto de a equipa estar em regime de teletrabalho. A existência de uma concorrência forte neste setor e a própria complexidade do negócio, que envolve a relação com um conjunto diversificado de stakeholders, foram aspetos que aumentaram o desafio. Contudo, sentimos também que este foi um passo bastante inspirador para a Bolt, uma vez que nos permitiu trazer um serviço muito conveniente, principalmente em tempos de pandemia, para o consumidor final e para os parceiros que trabalham connosco diariamente, tanto na restauração como no retalho alimentar.

O lançamento já estava em agenda para esta data ou foi de alguma forma acelerado para dar resposta ao crescimento da procura pelo serviço de entrega de refeições ao domicílio no mercado português?

A chegada da Bolt Food a Portugal estava agendada para o final de 2021, contudo, a pandemia veio acelerar todo o processo. O negócio de TVDE [transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados] foi bastante afetado pelo confinamento e, nessa dificuldade, surgiu a oportunidade de lançarmos antecipadamente um serviço que se tinha tornado uma grande necessidade para todos os portugueses e para o qual tínhamos uma equipa totalmente disponível.

Que balanço faz destes cerca de seis meses de atividade da Bolt Food no mercado português?

O lançamento da Bolt Food em Portugal tem corrido muito bem, com uma grande aderência dos restaurantes e outras empresas de retalho, tais como supermercados, mercearias, farmácias, entre outros, e o número de clientes também é cada vez maior.

Como tem evoluído os principais indicadores: download da app, número de encomendas e número de parceiros no catálogo?

Muito bem. Percebemos que há um grande efeito de “word of mouth”, que se reflete num aumento semanal do número de utilizadores que utilizam a nossa aplicação. Ao nível dos parceiros, podemos revelar que temos hoje já mais de 1.000 parceiros em Portugal a venderem as suas refeições ou produtos através da Bolt Food, o que nos deixa extremamente satisfeitos.

A nível internacional, o serviço Bolt Food também é muito recente. Como está a correr?

Sim, atualmente o serviço Bolt Food está já disponível em mais de 20 países e a evolução tem sido similar a Portugal, onde se verifica uma grande adesão dos clientes, sendo que muitos deles já utilizavam a Bolt para serviços de mobilidade, e também um número crescente de parceiros.

Entretanto, evoluíram do conceito de app de entrega de refeições ao domicílio para o transporte de alimentos e outros bens de grandeDavid Ferreira da Silva, Bolt em Portugal consumo disponíveis nos supermercados, com a parceria com o Continente. Já estava prevista a entrega de bens de supermercados ou nasceu com as necessidades de mercado?

Sim, é verdade. A entrega de mercearias e outros bens de grande consumo, tais como produtos de farmácia ou até mesmo flores, tem sido um vertical onde nos temos focado bastante, por verificarmos que há de facto uma grande procura por estes produtos. Disponibilizar a entrega destes produtos através da aplicação da Bolt Food foi algo que temos vindo a trabalhar desde o início, pois acreditamos que é um serviço que faz todo o sentido para o cliente final.

Como está a correr o projeto piloto com o Continente da Alta de Lisboa?

Em linha com todos os outros projetos deste género que temos vindo a desenvolver. Existe uma grande procura por este serviço de elevada conveniência, uma vez que permite fazer uma compra de produtos de supermercado que é entregue de forma cómoda e fácil em casa, em menos de uma hora.

O objetivo é o projeto escalar para todas as lojas Continente? Se sim, quando?

Neste momento, estamos focados na operação da loja Continente de Alta de Lisboa para garantir que o serviço ao cliente final é fornecido da melhor forma possível. Em relação ao futuro da parceria com o Continente e escalar para outras lojas, comunicaremos em conjunto com o Continente na altura devida.

Estão em negociações com outras cadeias de distribuição e retalho? Pode levantar um pouco o véu?

Atualmente, já temos bastantes parceiros de mercearias, tais como o El Corte Inglés, Mercearia Ideal, Grainha, entre outros, e continuamos em negociações com outras cadeias de distribuição e retalho para se juntarem à nossa plataforma.

O serviço da Bolt Food está atualmente disponível na área da Grande Lisboa, mas o objetivo é chegar a novas localizações e alargar a área de atuação? Depois de Lisboa, segue-se o Grande Porto?

Sim, faz parte do nosso plano de 2021 expandir para outras cidades em Portugal. Para já não podemos ainda revelar datas, mas iremos fazê-lo logo que tenhamos tudo preparado para avançar em outras zonas do país. Recentemente anunciamos a expansão para Sintra, o segundo concelho mais populoso do país a seguir a Lisboa, algo que nos deixa bastante orgulhosos.

Qual o objetivo a alcançar em termos de cobertura geográfica?

Tal como acontece nos setores de TVDE e micromobilidade, o nosso objetivo a longo prazo é conseguir levar os nossos serviços ao máximo de portugueses possível. Nesse sentido, iremos sempre continuar a expandir o nosso serviço para cidades onde haja interesse de parceiros em trabalhar com a plataforma.

Que penetração estimam alcançar no mercado português estando a Uber e a Glovo já fortemente implementadas no mercado de entrega de alimentos ao domicílio?

Tal como aconteceu com os outros verticais de negócio, em que não fomos os primeiros a começar a operar em Portugal, acreditamos que com o foco certo e dedicação conseguiremos uma penetração rápida e significativa no mercado português. Aliás, Lisboa é a prova de que isso é possível, pois em apenas seis meses conseguimos ter uma aderência de parceiros muito forte, num curto espaço de tempo, e uma integração no mercado muito superior ao que era esperado.

Quantos estafetas têm?

Neste momento, temos mais de mil estafetas registados na nossa aplicação.

Garantem a entrega de produtos até meia hora após a encomenda?

O tempo de entrega das encomendas depende, essencialmente, da distância do cliente ao restaurante ou parceiro e do tempo de preparação do produto, sendo que o tempo desde que o cliente faz o pedido, até receber o produto em casa, pode ser superior a 30 minutos.

O valor da taxa de entrega depende da distância entre o utilizador e o local de compra? Como é calculado? Há um valor mínimo?

Neste momento, estamos com uma campanha em vigor em que todos os pedidos têm taxa de entrega grátis até uma distância inferior a quatro kms entre o cliente e o restaurante.

Quanto representa em volume de negócios as entregas de alimentos ao domicílio no mercado português?

É política interna global da Bolt não divulgar dados internos de negócio.

Como estima que irá evoluir nos próximos anos?

Acreditamos que as entregas de alimentos ao domicílio no mercado português nos próximos anos irão crescer bastante, não só pelo facto de mais pessoas terem contacto com este serviço e perceberem a sua conveniência, como também porque irá tornar-se cada vez mais acessível. A adaptação da estrutura e operação deste tipo de negócio por parte de todos os intervenientes, tais como o aumento do número de cozinhas idealizadas especificamente para trabalhar em delivery e o software que facilite as operações dos restaurantes, entre outras, vão permitir acelerar e desenvolver ainda mais esta área de negócio nos próximos anos.

Qual a previsão de faturação para a Bolt Food no primeiro ano de atividade no mercado português?

É política interna global não divulgar dados internos de negócio.

Entrevista originalmente publicada na edição 390 do Hipersuper

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