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Pedro Soares do Santos: “A grande revolução do ecommece será feita no negócio não alimentar”

Por a 12 de Maio de 2021 as 12:25
Pedro Soares dos Santos, presidente do conselho de Administração

Pedro Soares dos Santos, presidente do conselho de Administração

Pedro Soares dos Santos, presidente do Conselho de Administração da Jerónimo Martins, acredita que o ecommerce veio para ficar e vai alterar a realidade do retalho em Portugal e no mundo. Mas essa mudança vai impactar sobretudo os negócios de retalho não alimentar.

“A grande revolução do ecommerce vai acontecer no retalho não alimentar. Há uns anos li um estudo feito em 2001 que previa que em 2010 já não existiriam lojas físicas. E as lojas cá estão, vão continuar a existir e vão continuar a ser um objetivo muito importante”, disse o presidente do Conselho de Administração da Jerónimo Martins, num debate com Cláudia Azevedo, presidente da Comissão Executiva da Sonae, que teve lugar na manhã desta quarta-feira por ocasião da conferência “Spring Conference – “Meeting the Future”, promovida pela Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED).

“Fala-se muito no fim das caixeiras, mas quem é a última pessoa que fala com quem visita as nossas lojas? Mesmo que os caixeiros venham a ser substituídos por tecnologia, e isso é possível, não vamos poder fazer desaparecer este parque imobiliário onde andamos a investir durante dezenas de anos. Vamos reinventá-lo e oferecer alguma coisa nova, alguma diferença em relação ao ecommerce. Porque lojas físicas e ecommerce vão funcionar em paralelo. Esse para mim é um ponto assente. O ecommerce alimentar vai ser sempre um complemento das lojas físicas”, acrescentou o CEO da Jerónimo Martins.

Cláudia Azevedo fala sobre outro desafio: que argumentos têm as maiores empresas de ecommerce em Portugal para combater num mercado dominado por gigantes mundiais, como a Amazon e o Alibaba? Estes operadores “que entram em Portugal pela porta dentro, pagam IVA das coisas que vendem, é certo, mas não pagam a ninguém, não pagam IRS nem segurança social”, lembra a presidente da Comissão Executiva da Sonae.

“O ecossistema do retalho é mundial. E temos de ser competitivos com estas empresas. É importante termos essa noção. Temos marcas muito fortes portuguesas e investimos fortemente em Portugal, mas não somos players mundiais. E vimos isso agora na pandemia quando se proibiu a venda de livros e brinquedos nos supermercados, tivemos um ecommerce baseado em Espanha que vendeu mais para Portugal do que para Espanha”, acrescentou.

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