Makro Portugal reduz faturação para €350 milhões em 2020 mas aumenta quota de mercado

A Makro Portugal, cadeia de distribuição grossista do grupo alemão Metro, alcançou uma faturação de 351 milhões de euros em 2020, valor que compara com os 398 milhões de euros registados em 2019, revelou David Antunes, CEO da Makro Portugal, em entrevista ao Hipersuper (que será publicada na próxima edição impressa).

O impacto da pandemia no negócio foi “brutal”, caracteriza o líder da Makro Portugal que gere os destinos da cadeia há três anos e renovou recentemente o mandato por mais três.  “Neste momento, mais de 50% dos restaurantes estão fechados, até para delivery e take away. Mais de 30 ou 35% estão à beira da insolvência. É um setor que está em clara dificuldade e isso tem um impacto brutal nesta cadeia de abastecimento. A Makro, como tem uma grande dependência deste setor, acaba por sofrer também”, explica.

Perante o cenário de desaceleração da atividade dos restaurantes e hotéis, a cadeia sentiu “necessidade de se reinventar, não só dentro do setor de hotelaria e restauração, mas explorar outros canais para mitigar parte da quebra nas vendas”. Essa transformação permitiu à cadeia ganhar quota de mercado, apesar da quebra de faturação.

“Quando cheguei à Makro, em 2018, tínhamos 9% de quota de mercado e o último relatório já nos mostra uma quota de mercado quase nos 12%. Obviamente agora também temos que olhar para isto com um bocadinho de sal e pimenta, porque nesta fase a medição da quota de mercado também integra um shift de vários canais para o canal cash&carry durante esta fase de pandemia e confinamento. Temos de partir isto aos bocadinhos e perceber por categoria, por geografia, por cidade, por canal, qual é o impacto. Mas, antes da pandemia começar, a Makro estava claramente a ganhar quota de mercado, numa fase de aceleração comercial fantástica, estávamos a bater os nossos números todos, em termos de topline, cash-flow, de resultados e crescemos quota de mercado antes da pandemia e durante a pandemia”.