Cláudia Azevedo sobre lei das rendas: “São cerca de 500 milhões de euros que foram para grupos internacionais”

Claúdia Azevedo, CEO da Sonae, afirmou esta quinta-feira, durante a conferência de imprensa de apresentação de resultados de 2020 da companhia, ser “inacreditável o valor que saiu de Portugal” com as medidas aprovadas na Assembleia da República, a isentar os lojistas de pagar a componente fixa das rendas.

“São cerca de 500 milhões de euros que foram para grupos económicos internacionais”, afirmou a CEO da Sonae, explicando que, em Portugal, os dois maiores players de centros comerciais são empresas nacionais, sendo mais de 80% das insígnias instaladas nos shoppings pertencentes a grandes grupos de internacionais.

Cláudia Azevedo considerou a lei injusta, criticando o facto de o estado estar a interferir na negociação entre duas partes privadas, os centros comerciais e os lojistas. “É uma discriminação que não percebemos”, afirmou, acrescentando que a lei prejudica em muito a operação da Sonae Sierra.

João Dolores, CFO da companhia, já havia antes realçado que, além das restrições impostas à atividade dos centros comerciais, os operadores depararam-se com uma legislação injusta e desproporcionada”, indicando que o valor dos ativos diminuiu 35% face a 2019.

Em relação ao facto de o Governo ter estendido o programa Apoiar Rendas às lojas dos centros comerciais, suportando diretamente parte das rendas, João Dolores classificou a medida como positiva. “Não podíamos ser só nós a suportar a ajuda”, concluiu.