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Como a Linde contornou o impacto da pandemia no negócio

Por a 3 de Março de 2021 as 16:14
Jaime Gener Bover, Diretor Geral da Linde Material Handling Ibérica

Jaime Gener Bover, Diretor Geral da Linde Material Handling Ibérica

Apesar das vicissitudes, 2020 foi um “bom ano” para a Linde. Agora, “o principal desafio a curto prazo é recuperar a proximidade que tínhamos com os clientes”, declara Jaime Gener Bover, diretor geral da Linde Material Handling Ibérica, em entrevista ao Hipersuper

Apesar de ter sido um ano atípico, 2020 foi um “bom ano” para Linde Material Handling Portugal. “Foi necessário colocar à prova toda a nossa capacidade de reinvenção e adaptação, mas conseguimos preservar a saúde de todos os nossos empregados, continuar o desenvolvimento operacional de todas as linhas de negócio e encerrar o ano com resultados mais do que satisfatórios”, revela Juan Méndez, country manager da operação portuguesa da Linde Material Handling Ibérica, em entrevista ao Hipersuper.

Foi a adoção de uma atitude proativa que permitiu à empresa dar continuidade à sua atividade junto dos seus clientes e “crescer em participação, num mercado que baixou significativamente em 2020”. Essa proatividade permitiu à empresa, por exemplo, criar um sistema de desinfeção de máquinas antes das entregas, sejam novas, alugueres de curta duração ou reparações. A empresa não foi “atrás dos requerimentos das instituições ou dos clientes” e criou “de forma proativa, condições, protocolos e ferramentas para garantir a segurança” dos colaboradores, clientes e fornecedores. E que foi isso que lhe permitiu ultrapassar as vicissitudes impostas pela pandemia, garante o responsável.

Alegando a imprevisibilidade do cenário atual, o country manager da divisão portuguesa da Linde, diz ser “muito complicado fazer previsões” para 2021. É preciso esperar pela adoção de medidas por parte dos governos e ir reagindo em conformidade. Apesar desta instabilidade, Juan Méndez está “otimista” e acredita que iremos retomar “uma certa normalidade acompanhada de alguma recuperação”.

Concretamente no mercado português, a empresa, depois de criar uma equipa técnica especializada com uma experiência de quatro anos, tem como missão “implementar em termos comerciais este tipo de soluções inovadoras no mercado português”, sublinha. De uma forma geral, as grandes apostas da empresa para 2021 são a automatização, a consultoria logística, a consultoria de segurança e a digitalização.

Recuperar a proximidade com clientes é um desafio

Juan Méndez, Country Manager Portugal da Linde

Juan Méndez, Country Manager Portugal da Linde

Uma das grandes preocupações da empresa passa por procurar oferecer aos clientes soluções de valor acrescentado e, sobretudo, estar próxima deles. “Queremos estar muito próximos do cliente, compreender as suas necessidades e propor uma oferta concreta para que se possam diferenciar do resto dos concorrentes. Neste momento, devido à falta de mobilidade, por vezes não é possível ter esta proximidade, pois precisamos efetivamente dela. Muitas vezes, o interlocutor não se encontra fisicamente nas instalações, mas sim no escritório, em casa, e esta situação provoca alguma perturbação na nossa forma habitual de trabalhar. O nosso principal desafio a curto prazo é regressar a esta proximidade”, declarou Jaime Gener Bover, diretor geral da Linde Material Handling Ibérica ao Hipersuper.

Tendo em conta a distância física que passou a ter lugar no mundo dos negócios, a digitalização foi uma das maiores apostas da Linde e “continuará a ser nos próximos anos”, afirma Bover. “Aumentámos o desempenho do sistema de gestão de frotas, o Linde Connect, através de uma nova solução baseada na ‘cloud’”. Com esta solução, os clientes ganham em “flexibilidade, fiabilidade e segurança, uma vez que podem obter todas as informações da frota em tempo real, assim como aumentar a disponibilidade de cada empilhador e permitir uma gestão mais rentável da frota”.

O objetivo neste capítulo passa agora por alcançar a digitalização completa da carteira de produtos da marca, contrapesados e de interior. “Queremos proporcionar aos clientes os benefícios associados à possibilidade de ter toda a informação em tempo real, independente da máquina que operem no seu armazém”. Ou seja, disponibilizar as informações que os operadores de frotas precisam para uma aplicação eficiente dos seus equipamentos”, exemplifica, acrescentando que “a maioria dos modelos já possui tecnologia IoT e de geolocalização, que permite a conectividade com outros sistemas, infraestruturas ou veículos de movimentação em tempo real, resultando, entre outros benefícios, numa maior eficiência e segurança tanto do equipamento como do pessoal e das instalações”.

Sobre a possibilidade de utilizar o hidrogénio na energia dos empilhadores,  Bover revela que a tecnologia de células de combustível representa já hoje “o sistema energético ideal” para algumas empresas, consoante os requisitos de utilização. “Os equipamentos com célula de combustível são reabastecidos de hidrogénio em um a três minutos”. Entre as vantagens destaca “a elevada disponibilidade dos equipamentos” para o funcionamento intensivo com vários turnos, tornando “a tecnologia interessante tanto em ambientes de produção como em serviços logísticos intensivos”, assim como, a redução “considerável” de custos que o hidrogénio “sofreu nos últimos anos”. O responsável indica ainda que é atualmente “possível implementar a infraestrutura de reabastecimento de hidrogénio com economia de espaço” e “eliminar as demoradas substituições de baterias e a rapidez do reabastecimento aumentando a produtividade, a segurança e a higiene”. Bover assegura: “a solução correta será desenvolvida individualmente pela Linde”.

*Artigo originalmente publicado na edição impressa de janeiro do Hipersuper

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