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Estudo: “O negócio do delivery tem de ser repensado, nenhuma plataforma é rentável até ao dia de hoje”

Por a 24 de Fevereiro de 2021 as 15:53

Lanter_01_il_19O comércio eletrónico de bens de grande consumo cresceu 42% desde março até dezembro, em termos homólogos, nos países do Sul da Europa. Concretamente em Portugal, 1 em cada 3 lares comprou produtos de grande consumo online em 2020 e 45% destes voltaram a utilizar este canal de compra no mínimo mais uma vez. Os dados constam do estudo “EIT Food Foresight: Impact of Covid-19 on the Food Sector in Southern Europe”, realizado pela consultora Lantern, em conjunto com o Instituto Europeu da Inovação e Tecnologia.

Com a pandemia, as empresas puderam verificar “a eficácia do ecommerce nas várias áreas de negócio alimentar”, afirma David Lacasa, sócio da Lantern, citado em comunicado de imprensa. Apesar disso, o estudo identificou, em Portugal, um total de 60% das empresas do setor alimentar e de restauração ainda não usam qualquer meio de entrega ao domicílio. Apenas 23% das empresas indicaram ter investido num modelo de distribuição porta a porta.

Segundo a mesma fonte, além da falta de estrutura financeira, os pequenos negócios assumem que existem outras condicionantes que os impede de investir em canais de ligação diretos com os seus clientes. “As taxas e comissões impostas pelas plataformas existentes por cada refeição entregue são elevadas e essas plataformas não partilham os dados de consumo dos clientes, obrigando os restaurantes e cafés a trabalharem sobre um clima de constante imprevisibilidade, limitando a eficácia e sustentabilidade dos negócios”. Desta forma, David Lacasa sugere que “o negócio do delivery tem de ser repensado”. “Nenhuma plataforma é rentável até ao dia de hoje e os restaurantes também não estão a ganhar dinheiro”.

O estudo dá alguns exemplos bem-sucedidos. O consumidor preocupa-se cada vez mais com aquilo come e, desta tendência, estão a nascer novas oportunidades de negócio para as empresas. “Um dos exemplos mais claros vem de Itália, por parte da Cortilia – um mercado agrícola que passou a disponibilizar a entrega de produtos alimentares biológicos diretamente ao consumidor”. A sustentabilidade será um dos principais motores do consumo, enquanto as marcas procuram clarificar os seus propósitos para aumentar a sua participação neste mercado. “Conceitos como a economia circular vão ganhar cada vez mais expressão”, assegura David Lacasa.

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