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Consumo dentro do lar fez subir categorias de panificação e pastelaria

Por a 19 de Fevereiro de 2021 as 10:13

sesame-5208242_1280Empresas como a Bimbo ou a Diatosta subiram, no global, as suas vendas. No caso da Bimbo, as vendas na grande distribuição compensaram as perdas no canal Horeca

 

O desempenho da categoria de panificação foi positivo, em 2020, no canal da distribuição alimentar. Apesar das quebras no canal Horeca, empresas como a Bimbo e a Diatosta viram as suas vendas crescer no ano passado. Ao nível do pão embalado, as vendas situaram-se nos 50,1 milhões de quilos no ano móvel findo a 20 de dezembro de 2020, uma subida de 7% face a igual período de 2019, segundo dados da Nielsen. Em valor, as vendas situaram-se em 143,5 milhões de euros, um crescimento homólogo de 9%. As tostas embaladas, por seu turno, registaram 5,7 milhões de quilos no mesmo período, uma subida de 8%, enquanto que as vendas, em valor, chegaram a 24,4 milhões de euros, um crescimento de 6%. Só as vendas de bolos embalados registaram uma descida, de 4% em volume, e de 3%, em valor.

“Em termos globais, o crescimento anual do Grupo Bimbo em Portugal foi de 3%, com comportamentos diferentes entre categorias ao longo do ano”, avança Ricardo Jorge Coelho, diretor comercial da Bimbo Donuts Portugal, em declarações ao Hipersuper. Apesar deste crescimento, o responsável avança que, algumas zonas do país, as quebras no canal Horeca foram dramáticas. “Efetivamente o crescimento das vendas em grandes superfícies foi importante, mas a perda no canal Horeca foi muito relevante, em particular na região do Algarve e da Grande Lisboa. A Bimbo tem uma enorme atenção em responder a todos os canais de forma homogénea e com o mesmo rigor. Continuaremos atentos ao comportamento do canal Horeca e independentemente da performance dos outros canais, reinventamos sempre as nossas propostas no canal Horeca, de forma a contribuir positivamente para maximizar a sua performance”, sublinha.

De 2019 para 2020, a faturação da Diatosta também registou um crescimento, com uma faturação de 26 milhões de euros em 2019 e de 34,5 milhões de euros em 2020. Para estes números muito contribuiu o desempenho no canal alimentar. “Para a distribuição em 2020, comparativamente, aumentou muito significativamente, ao contrário do canal Horeca”, refere José Lameiro, CEO da Diatosta, acrescentado que as vendas na distribuição acabaram por compensar as perdas no outro canal de vendas: “o nosso produto tem muito maior expressão na distribuição em comparação com o Horeca”.

Em matéria promocional, a Bimbo não deixou de adotar uma estratégia adaptada às circunstâncias, sendo o intuito fazer crescer as vendas. “A estratégia promocional faz parte das alavancas que utilizamos para maximizar a performance das nossas marcas e maximizar a nossa estratégia de consumer centricity. Durante os últimos 12 meses, também tivemos a nossa estratégia promocional, seja em termos de categorias, marcas, skus e formatos, seja em termos de store presence ou campanhas”, refere Ricardo Jorge Coelho, admitindo que houve, durante o ano passado, uma transferência para produtos de marca própria. “Em determinados momentos sim, fruto das circunstâncias da elevada procura”, afirma.

José Lameiro, por seu turno, garante que a política promocional da empresa foi igual à de outros anos. Referindo-se às marcas próprias, o responsável acrescenta que desde há muitos anos que essa transferência existe, não se tendo acentuado no último ano.

O que mudou certamente foi o comportamento dos consumidores, que foram obrigados a adaptar-se a novas circunstâncias. O que levou as empresas a dar uma resposta. “Cabe à Bimbo, como fabricante, entender e ajustar essas alterações. Março e abril, tiveram alterações muito bruscas, que dada a tipologia dos nossos produtos, tivemos de nos adaptar muito rapidamente. De maio a agosto (com as escolas fechadas e com muitos consumidores a não irem de férias) tivemos novamente de fazer novas adaptações”, descreve Ricardo Jorge Coelho. A partir de setembro, a situação aproximou-se ao período na terior a março de 2020. Mas algo não mudou. “Certos comportamentos têm sido constantes: menos frequência nas idas às lojas, levam um cabaz maior, permanecem menos tempo em loja e por essa razão, fazem menos compras por impulso”, exemplifica o diretor comercial da Bimbo Donuts Portugal.

Da parte da Diatosta, o confinamento trouxe mais vendas para a empresa. “[Os comportamentos] mudaram. Tivemos acesso a mais e novos consumidores por via do confinamento”, diz José Lameiro.

Em matéria de lançamentos, a Bimbo Portugal não alterou a sua política de inovação. Foram lançados, em 2020, o 100% Natural, Oroweat Bio, Oroweat Burguer, Little Bites Brownie.  “São alguns exemplos de lançamentos que decorreram em 2020, com enorme sucesso. A inovação é sempre uma alavanca importante para o crescimento do nosso negócio. Os nossos planos para 2020 não foram alterados em substância”, afirma Ricardo Coelho.

Quanto à Diatosta, a empresa não efetuou, em 2020, qualquer lançamento. “Focámos na produção e limitações produtivas singulares deste ano. “Não temos por norma uma política agressiva de lançamentos de novos produtos, na nossa área de atuação as novidades são escassas e a preferência do consumidor está bem vincada quanto ao produto preferido, as novidades são por vezes uma mais valia muito discutível e não oferecem uma vantagem significativa em comparação com o custo da mesma” conclui José Lameiro.

Três perguntas a Ricardo Jorge Coelho

Que balanço geral faz do ano de 2020?

2020 foi um ano muito desafiante, onde todos nos adaptámos às novas circunstâncias. Um ano em que tivemos oportunidade de trabalhar em equipa, como grupo e ser capaz de manter o nosso propósito: continuar a levar alimentos nutritivos e deliciosos a todas as pessoas, garantindo a máxima segurança e qualidade.

Quais as principais dificuldades sentidas no negócio em tempo de Covid?

A principal preocupação e o nosso principal objetivo foi garantir o bem-estar e as condições de segurança dos nossos colaboradores. Depois, foi manter a nossa operação, assegurando que os consumidores continuavam a ter acesso aos nossos produtos e que continuávamos a contribuir para a criação de emprego e para a economia do país.

O que esperar de 2021?

Este ano, vamos continuar a ter como primeira preocupação os nossos colaboradores, a sua segurança e bem-estar. Vamos manter a nossa estratégia de consumer centricity como eixo fundamental e daremos passos significativos em termos de transformação organizacional, com o objetivo de maximizar o nosso potencial.

Tanto para Portugal como para qualquer um dos 34 países onde o Grupo Bimbo está presente, será um ano de mais desafios, de circunstâncias económicas difíceis. Mas ao longo dos seus 75 anos de história, o Grupo Bimbo ultrapassou vários momentos difíceis (em contexto local e global), por isso, estamos convictos que hoje estamos melhor preparados para ultrapassar os desafios que vamos encontrar pela frente.

Três perguntas a José Lameiro

Que balanço geral faz do ano de 2020?

Positivo, houve um crescimento no consumo do nosso produto,

Quais as principais dificuldades sentidas no negócio em tempo de Covid?

Imprevisibilidade dos recursos humanos, dificuldade no abastecimento de algumas matérias primas, crescimento de custos produtivos.

O que esperar de 2020?

Prevemos uma continuação de um 2020, provavelmente mais fácil ou menos difícil, esperamos que a tendência de consumo se mantenha, haja maior liberdade de circulação e um aliviar de medidas Covid, muitos operadores precisam urgentemente de um ano melhor.

 

 

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