“Alteração 171” promovida pela UE “é uma tentativa do lobby dos lacticínios” de censurar produtos de origem vegetal
Dois fabricantes de produtos de origem vegetal – a Oatly, produtora sueca conhecida pelas bebidas de aveia biológicas, e a Upfiell, dona de marcas como Becel e Flora, em parceria com a organização internacional que tem como missão promover uma consciência alimentar, a ProVeg Internacional, lançaram uma petição conjunta que requer o fim da “Alteração 171”, votada favoravelmente por 386 eurodeputados, que consideram ser uma “censura” aos produtos de origem vegetal

Rita Gonçalves
Tejo a Copo mostra vinhos da região a 8 de março e 11 de outubro
Intermarché lança campanha “Juntos Vivemos Felizes Para Sempre”
Salsicharia da Gardunha recebe Menção Honrosa no Prémio Nacional de Agricultura 2024
Mercadona abre 10 novas lojas em Portugal no ano de estreia na cidade de Lisboa
PetMaxi assinala 10 anos com crescimento e aposta na inovação
2025 começa com recuo na criação de empresas
Princesa Amandine distinguida com o prémio Sabor do Ano pelo quarto ano consecutivo
Aveleda apresenta a nova imagem da gama Parcelas
Too Good To Go reforça papel na luta contra o desperdício alimentar com crescimento em 2024
Lojas físicas e online: empresas apostam na complementaridade
Dois fabricantes de produtos de origem vegetal – a Oatly, produtora sueca conhecida pelas bebidas de aveia biológicas, e a Upfield, dona de marcas como Planta, Becel e Flora Plant, em parceria com a organização ProVeg Internacional, lançaram uma petição conjunta que requer o fim da “Alteração 171”, votada favoravelmente por 386 eurodeputados, por considerarem que resulta numa “censura” aos produtos de origem vegetal. A “Alteração 171” irá ser discutida como parte dos Trílogos da Organização Comum dos Mercado, com data de início marcada para 27 de janeiro.
“Isto vai frontalmente contra a intenção da União Europeia de promover uma produção alimentar mais sustentável e torna mais difícil para os consumidores a escolha de opções de base vegetal”, afirma Cecilia McAleavey, diretora de assuntos públicos e alimentação sustentável da Oatly, citada em comunicado conjunto enviado às redações pelas três organizações. “Atendendo à crise climática é irresponsável tentar impedir-nos de encorajar as pessoas a alterar para um regime alimentar ‘plant-based’ e, ao mesmo tempo, ajudar a proteger o planeta. As pessoas não são ignorantes – todos compreendem que esta é uma tentativa do ‘lobby’ dos lacticínios para impedir a mudança para uma alimentação sustentável”, acrescentou.
As restrições impostas pela “Alteração 171” não permitem à indústria de produtos de origem vegetal, por exemplo, descrever um alimento de base vegetal em função do seu sabor ou funcionalidade evocando a terminologia ligada à indústria láctea. “Por exemplo, utilizar formulações como ‘é como leite’, ‘cremoso’, ou ‘amanteigado’ a fim de informar o consumidor sobre a finalidade, textura ou sabor, quer na embalagem quer na publicidade. Tal também inclui descrições informativas, mesmo que sejam puramente factuais, como por exemplo: ‘não contém leite’, ‘adequado para pessoas que sofrem de intolerância à lactose’ ou ‘alternativa vegetal ao iogurte’.
A “Alteração 171” proíbe ainda a “apresentação do impacto climático através da comparação da pegada carbónica de um produto alimentar vegetal com o seu equivalente lácteo ou a utilização de uma imagem de uma bebida vegetal branca a ser servida numa mesa de pequeno-almoço”, exemplifica o documento. “Na sua interpretação mais restritiva, tal poderia resultar na proibição do embalamento de produtos de base vegetal em embalagens que se assemelhem visualmente às embalagens de lacticínios”, garantem as organizações.
O setor europeu dos produtos de origem vegetal já está proibido atualmente de utilizar termos como “leite de aveia” e “iogurte de soja”.