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Planificação “just in time”: o grande desafio dos gestores de paletes

Por a 6 de Janeiro de 2021 as 16:58

unnamed0No início do ano, as empresas gestoras de paletes recebiam o plano das encomendas com três a quatro semanas de antecedência e agora têm de lidar com planificações enviadas, muitas vezes, no próprio dia. Com este ritmo, a atividade destas empresas alterna entre dias de trabalho frenéticos e outros de calmaria. Apesar do desafio, as empresas parecem estar preparadas para lidar com a instabilidade

A grande mudança deu-se na planificação de encomendas. A incerteza económica e os efeitos no consumo da diminuição dos níveis de confiança de empresários e consumidores está a reduzir a capacidade de as empresas planearem as quantidades que vão necessitar nas suas linhas de produção e de expedição com a devida antecedência. A planificação de encomendas passou a fazer-se, na melhor das hipóteses, semanalmente, embora ocorra muitas vezes numa lógica “just in time”. No início do ano, as empresas gestoras de paletes recebiam o plano das encomendas três a quatro semanas antes e agora têm de lidar com planificações enviadas no próprio dia. “Dada a incerteza, temos semanas calmas e outras de uma rotação muito elevada”, retrata Miguel Correia, managing director da Rotom, ao Hipersuper. Ainda assim, a Rotom considera estar preparada para lidar com esta instabilidade através não só do trabalho que fez para dar resposta à explosão das vendas online, como pela aposta que está a fazer no serviço de aluguer. Com isso, está “a conseguir dar uma resposta rápida e a satisfazer todos os pedidos”, garante Miguel Correia.

“As nossas operações foram preparadas pelo grupo para a explosão do online e conseguiram dar uma resposta eficaz. A nossa loja online também teve um crescimento exponencial, e aprendemos com a própria experiência, nomeadamente em ter stock e fazer entregas céleres para não se perderem oportunidades”, justifica.

A Rotom comercializa e aluga, além de paletes, caixas plásticas para a distribuição, carrinhos de armazém, “rolls” para “picking” e e-commerce, “racks” para armazenamento em picos de atividade. “A panóplia de produtos ideal para ajudar as empresas neste crescimento abrupto do e-commerce”, considera.

O resultado da estratégia lê-se nos números. A Rotom viveu um primeiro trimestre “muito positivo”, mas logo perdeu atividade no segundo, “devido ao impacto da Covid-19 em alguns setores, nomeadamente no automóvel. No entanto, no terceiro trimestre já “superou o crescimento” registado em igual período 2019. “Contamos terminar 2020 com um crescimento entre 10 e 15% em relação ao ano passado. Para isto, foi determinante o aumento de 50% registado na atividade de alugueres”, afirma o managing director da Rotom.

A Rotom transacionou, em 2019, um volume de 750 mil paletes em Portugal, número que deverá aumentar para 825 mil no fecho de 2020. No que diz respeito à faturação, deverá cifrar-se no final deste ano em cinco milhões de euros no mercado português e cerca de 150 milhões de euros no conjunto dos dez mercados europeus nos quais tem operações.

Rotom vai reforçar operação em Lisboa

A base central de operações da Rotom está localizada na área empresarial de Valado de Frades, concelho de Nazaré, onde dispõe de 18 mil metros quadrados de área operacional. A empresa conta ainda com um centro logístico, na Maia, com 1.600 metros quadrados. E está a ultimar a aquisição de um espaço na região da Grande Lisboa para dar resposta a uma área de negócio em crescimento. “Apesar de atrasos devido à Covid-19, espero que [esta aquisição] se confirme nos próximos meses, porque pretendemos ter rapidamente uma base de apoio aos clientes de Lisboa e do Sul do país, onde felizmente temos sido muito solicitados para fazer serviços de manutenção de equipamentos logísticos e recuperação de embalagens”, adianta Miguel Correia.

Além de serviços de aluguer e “pooling”, a empresa aposta forte na reparação de paletes – e outras embalagens usadas – certificadas pela EPAL. As paletes em formato standard, nomeadamente a europalete, são das mais utilizadas no mercado português e a Rotom diz ser a “única empresa em Portugal com licença EPAL para reparar estes ativos”. Além disso, “o apelo à reutilização é um dos maiores desafios em matéria de sustentabilidade” no setor de gestão de paletes, considera o responsável.

Também presta serviços de consultadoria à medida. “Somos consultores nestas e outras embalagens, atualmente muitas empresas consultam-nos para obterem ideias da palete, caixa, ‘roll’ ou ‘rack’ que devem usar no seu negócio específico. A Rotom desenvolve projetos à medida, que permitem uma logística mais eficaz, melhorar a utilização dos recursos e obter poupanças e melhorias na organização interna”.

Para agilizar as operações nos centros logísticos, a empresa tem vindo a investir em novas tecnologias de maquinaria, como robots que fazem a triagem de paletes, permitindo reparações e montagens “mais céleres”. Já para recuperar e reutilizar o máximo de madeira em cada palete, o investimento da empresa foi para máquinas de corte automatizadas de paletes. Além disso, a Rotom desenvolveu nos seus centros logísticos áreas, certificadas, para lavagem de sobretudo paletes e caixas.

Em contra-ciclo, a empresa também reforçou a equipa de recursos humanos “em todos os departamentos”, desde o comercial, passado pelo comercial e de produção, até aos departamentos de marketing e e-commerce.

A Rotom está ainda a preparar um investimento “forte” para aumentar a sustentabilidade do negócio em parceria com uma “agência europeia especializada”, diz ainda Miguel Correia, sem concretizar.

“Este investimento será determinante para a evolução da nossa empresa nos próximos anos. Acredito, pessoalmente, que assim tenha de ser para todas as empresas – ou o máximo foco na sustentabilidade ou não vão perdurar”, termina.

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