FIPA aplaude Acordo de Comércio e Cooperação entre a UE e o Reino Unido, mas preocupada quanto à sua aplicação
A Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA) manifestou o seu contentamento com a aplicação provisória do Acordo de Comércio e Cooperação ente a União Europeia (UE) e o Reino Unido, embora mostre preocupação com a fragilidade da sua implementação e os reflexos que poderão vir a ter na cadeia agroalimentar.
“Este acordo é, de modo geral e teoricamente, positivo, uma vez que vem impedir a aplicação de tarifas excessivas nas transações do setor agroalimentar. No entanto, receamos que as dúvidas que surgirão da sua aplicação possam ser um entrave na evolução do setor. É essencial a máxima atenção do Governo português neste processo, sobretudo quando o setor tem vindo a ter nas exportações uma âncora nestes últimos meses”, explica Pedro Queiroz, diretor-geral da FIPA.
Em comunicado, a entidade sustenta ser “essencial que as autoridades da UE e do Reino Unido ajam agora de forma célere para que, já nesta primeira fase, seja garantida a circulação de bens nas fronteiras e não se verifiquem bloqueios”.
Uma das medidas defendidas pela FIPA assenta na ativação de protocolos de gestão de crises, nomeadamente comunicações diretas com os operadores da cadeia agroalimentar. O objetivo é resolver questões fronteiriças que possam vir a surgir nos próximos meses.
Por outro lado, a FIPA sustenta que são exigidos esforços “máximos de interação entre as autoridades nacionais e o Reino Unido, para que possam ser implementadas e cumpridas as novas medidas não só aduaneiras, mas também sanitárias e fitossanitárias como, por exemplo, as diferentes regras de rotulagem de produtos alimentares”.