Portos de Portugal continental registam até outubro um recuo de 7,1% na carga movimentada

Os portos de Portugal continental movimentaram 67,79 milhões de toneladas até Outubro, um recuo de 7,1% face a igual período do ano anterior, o que representa uma diminuição de 5,15 milhões de toneladas, segundo dados divulgados esta sexta-feira pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).

Em comunicado enviado às redações, a AMT explica que este desempenho é explicado pelo comportamento no vermelho na maioria dos portos portugueses, sendo os da Figueira da Foz e de Faro as exceções. Os dois portos registaram, na comparação homóloga, subidas respetivas de 2,6% e de 46,5%.

As maiores quedas são registadas em Lisboa e Leixões, que, no conjunto, diminuíram a movimentação em 2 milhões de toneladas. Aveiro, Sines e Setúbal sofreram, ainda que num nível menor, também recuos.

O menor desempenho dos portos nacionais encontra também explicação na suspensão da importação carvão mineral desembarcado em Sines, para alimentar as centrais termoelétricas de Sines e do Pego. A sua produção, entre janeiro e outubro de 2020, registou uma diminuição de 72,1%.

“A par do carvão, também os produtos petrolíferos, outros granéis sólidos, carga fracionada e produtos agrícolas registaram expressivas variações negativas, de, respetivamente, -1,8 milhões de toneladas, -565,4 mil toneladas (mt), ‑403,2 mt e -352,2 mt”, indica o documento da AMT.

As variações positivas ocorreram nos mercados de carga contentorizada e de minérios, cuja movimentação cifrou-se em mais 666,5 mil toneladas e em 110,8 mil toneladas. Neste mercado, acrescenta a entidade, o porto que tem maior expressão é o de Sines, que teve uma subida, em termos homólogos de 1,9 milhões de toneladas (+13,2%), “registando também os valores mais elevados de sempre registados nos períodos homólogos, em Setúbal e Leixões, ao crescer, respetivamente, +230,6 mt (+18,6%) e +118 mt (+2%)”.
Em matéria de quota de mercado, Sines consolidou a liderança com 50,9% do total da carga movimentada.