APED contra limitações no retalho não alimentar

Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da APED

A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) manifestou-se contra a limitação dos horários no retalho especializado, defendendo a autorização do “click and collect”.Numa missiva dirigida ao primeiro-ministro, a APED defende que a “limitação de horários apresentada para o retalho não alimentar é fator perturbador do bom funcionamento dos espaços comerciais”. Neste âmbito, a APED advoga que a concentração das compras de natal em horários reduzidos apenas “contribuirá para provocar ajuntamentos de pessoas à porta das lojas, precisamente aquilo que se quer evitar, situação que acontece hoje com o setor do retalho especializado que foi literalmente fustigado desde o inicio da pandemia”.

“Num período particularmente difícil para o país é fundamental que o ecossistema continue a funcionar. O sector do retalho tem demonstrando uma enorme capacidade de resiliência e inovação para fazer face às adversidades e para manter os mais de 130.000 postos de trabalho pelos quais é responsável, dando um contributo decisivo à indústria e para que toda a cadeia de valor esteja ativa”, defende a APED no mesmo documento.

A entidade diz mesmo estar em causa a sustentabilidade das empresas que operam no retalho especializado. “Se ao rácio de pessoas em loja mais baixo da Europa, juntarmos esta limitação horária, no período mais importante do ano para o retalho especializado, não nos será possível continuar a operar de forma sustentada trazendo assim custos incalculáveis para o emprego e para o país”, adianta a associação no mesmo documento.

A APED defende, por isso, um aumento do rácio de cinco para dez pessoas por cem metros quadrados “de forma a dar fluidez à circulação de clientes”.

Por outro lado, a associação defende a autorização do “click and collect” no retalho especializado, o que permitirá “que o cidadão se desloque a um ponto de recolha em segurança, para levantar uma encomenda”.