Portos de Portugal continental registam quebra de 8,8% nos primeiros oito meses do ano

Os portos de Portugal continental movimentaram cerca de 53,7 milhões de toneladas entre janeiro e agosto de 2020, recuando 8,8% face a igual período de 2019, de acordo com dados divulgados esta segunda-feira pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes.

Considerando apenas o mês de agosto, registou-se um aumento de 12% face ao mesmo mês do ano passado. O porto de Sines foi o grande responsável por este desempenho, tendo apresentado um crescimento de 43,7% em relação a agosto de 2019. Ao invés, os portos de Leixões e de Lisboa apresentaram diminuições de 11,6% e de 8,7%, respetivamente.

O porto de Sines voltou assim a deter a quota maioritária absoluta de mercado com 50,3%, uma subida de 2,3 pontos percentuais face aos primeiros oito meses de 2019.

Nestes meses do ano, o desempenho negativo da globalidade dos portos deve-se, em grande parte, ao porto de Sines, que registou perdas de 1,21 milhões de toneladas. Em Lisboa, a diminuição homóloga foi de 1,72 milhões de toneladas, enquanto que em Lisboa registou-se uma quebra de 1,52 milhões de toneladas.

“O carvão continua a exercer uma influência negativa determinante no desempenho global do ecossistema, uma vez que não se prevê a realização de novas importações de volume significativo para alimentar as centrais termoelétricas de Sines e do Pego, com cessação da atividade anunciada para 2021”, refere a entidade em comunicado.

Em termos dos mercados de carga, o carvão apresentou um volume inferior em 1,94 milhões de toneladas (-81,1%), enquanto os produtos petrolíferos apresentaram menos 1,65 milhões de toneladas (-13,4%). O petróleo bruto registou uma diminuição homóloga de 1,65 mil toneladas nos primeiros oito meses do ano, enquanto que os outros granéis sólidos recuaram 489,2 mil toneladas (-9,4%).

“Também os Produtos Agrícolas, a Carga Ro-Ro, a Carga Fracionada e os Outros Granéis Líquidos registaram decréscimos. Apenas a Carga Contentorizada e os Minérios assinalaram acréscimos nos primeiros oito meses do ano, embora com valores não muito expressivos, que se centraram em +111,2 mt e +81,4 mt”, menciona o mesmo comunicado.