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Como deve ser a liderança durante a pandemia? A visão (feminina) da Sonae, Nestlé e Bright Concept

Por a 1 de Outubro de 2020 as 15:29
Tiago Borges, Maria do Rosário Vilhena, Isabel Barros e Isabel Andrade

Tiago Borges, Maria do Rosário Vilhena, Isabel Barros e Isabel Andrade

Como deve ser a liderança em tempos de pandemia? A pergunta deu mote a um debate que teve lugar na passada quarta-feira, no estúdio da GS1 Portugal. A prioridade da Nestlé foi manter os postos de trabalho durante o confinamento, começa por dizer Maria do Rosário Vilhena, head of human resources da Nestlé Portugal.

“Foram criados fóruns de discussão, de aconselhamento e de partilha para os colaboradores, para que todos tivessem apoio psicológico especializado, assim como apoio das respetivas equipas e chefias num período incerto em que muitos colaboradores se viram confinados em casa, no cumprimento das suas responsabilidades profissionais, familiares e paternais, muitos com filhos em idade escolar a quem tinham de dar apoio em regime de ‘homeschooling’”, descreve.

Na sessão moderada por Tiago Borges, career business leader da Mercer Portugal, também teve a palavra Isabel Barros, executive board member da Sonae MC. Com a necessidade de trabalho remoto, “houve funções que se esgotaram ou que não fazia sentido serem exercidas e, nesse contexto, houve mais de 300 colaboradores que saíram de casa e foram para as lojas apoiar as equipas”, conta.

Isabel Barros não acredita no funcionamento de empresas em ‘full remote’, até porque “há uma percentagem significativa de colaboradores que assumiu não conseguir ser produtivo a trabalhar em casa”, explica. “A cultura da empresa não se vive e constrói atrás de um computador, mas sim no escritório, resulta de relações de empatia com os outros, do estar em loja, do contacto e da comunhão da equipa”.

Já Isabel Andrade, CEO da consultora de recursos humanos Bright Concept, destacou que um dos grandes problemas das empresas durante o período do confinamento, e mesmo posteriormente, foi darem 2020 como “um ano perdido em termos de resultados”. “Para combater esta desmotivação e falta de produtividade, foi crucial a intervenção dos líderes com visões otimistas e positivas”, acrescentou.

Sobre a dificuldade de adaptação à transformação digital e ao trabalho remoto, as opiniões dividem-se. Se, para Isabel Andrade, houve dificuldade de adaptação relacionada com uma questão geracional, para Isabel Barros o sucesso deste ajuste prendeu-se com as funções desempenhadas.

O futuro passa pelos conceitos de “reskilling” e “upskilling”

Em relação ao futuro, as três convidadas realçaram a necessidade de mudar mentalidades e de as empresas se adaptarem a esta nova realidade. “O foco das empresas deverá passar por reflexões assentes em ‘data analytics’ e ‘data insights’, além de que as equipas deverão ser mais pequenas e ágeis”, aconselha Maria do Rosário Vilhena. A responsável de recursos humanos da Nestlé Portugal acrescentou: “todos temos que ser resilientes, ter mais audácia, mais coragem e os líderes deverão confiar cada vez mais nas suas equipas”.

Para Isabel Barros, “os negócios terão obrigatoriamente que se reinventar, com os conceitos de reskilling [requalificação] e upskilling [aquisição de novas competências] na ordem do dia”.

Sobre a gestão de talento, Isabel Andrade acredita que “é preciso mais criatividade e imaginação para liderar virtualmente, mas também, nesse cenário, é possível partilhar os valores da empresa e gerir as equipas com eficácia”.

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