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Pandemia empurra Sonae SGPS para resultado negativo de 75 milhões de euros

Por a 27 de Agosto de 2020 as 10:22

Claudia Azevedo baixo VLA Sonae SGPS terminou o primeiro semestre do ano com um resultado líquido negativo de 75 milhões de euros, que compara com o lucro de 38 milhões de euros do período homólogo do ano anterior.

O resultado líquido foi “principalmente influenciado pelo total de contingências contabilísticas de 76 milhões de euros já registadas no primeiro trimestre e pela redução da avaliação do portefólio da Sonae Sierra no segundo trimestre, ambas diretamente relacionadas com o Covid-19”, refere o grupo em comunicado enviado à CMVM.

Apesar de um bom início de ano, o “segundo trimestre de 2020 foi seguramente um dos trimestres mais desafiantes da história da Sonae”, diz Cláudia Azevedo, CEO da Sonae, citada em comunicado. “Todos os nossos negócios foram severamente afetados por este contexto adverso, mas tenho orgulho em dizer que a nossa resposta coletiva foi extraordinária”, refere a responsável, acrescentando que o portefólio da Sonae “apresentou um desempenho muito resiliente ao longo das últimas semanas”.

“Gostaria de destacar os desempenhos excecionais da Sonae MC e da Worten, que, num contexto tão desafiante, foram capazes de reforçar as suas posições de liderança no mercado português e crescer mais de 9% e 6% em termos homólogos, respetivamente, neste segundo trimestre do ano”, salienta a CEO da Sonae.

O volume de negócios, porém, aumentou, em termos homólogos, 5,9% para 3.136 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano. No segundo trimestre, o volume de negócios registou um crescimento de 5% para 1.584 milhões de euros, “impulsionado sobretudo pelo forte contributo da Sonae MC, levando a um crescimento de 6% em termos homólogos” para 3.136 milhões de euros no primeiro semestre do ano.

O EBITDA subjacente sofreu um recuo de 5,3% para 229 milhões de euros, na comparação homóloga semestral, com uma margem de 7,3%, menos 0,9 pontos percentuais em relação ao primeiro semestre de 2019. “Esta redução é explicada sobretudo pela desconsolidação de dois centros comerciais core (consequência da transação Sierra Prime) nas contas estatutárias da Sonae Sierra e pelo impacto negativo do período de confinamento na Sonae Sierra e na Sonae Fashion. Excluindo o impacto do Sierra Prime, o EBITDA subjacente da Sonae teria permanecido estável em termos homólogos no semestre”, refere o documento.

O resultado indireto negativo de 84 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, de 8 milhões de euros positivos no primeiro semestre de 2019, foi “impactado sobretudo pela reavaliação dos ativos da Sonae Sierra como resultado da pandemia, o que pressionou o resultado da Sonae para um valor negativo” de 16 milhões de euros no segundo trimestre.

A dívida líquida total reduziu 498 milhões de euros, em termos homólogos, para 1.257 milhões de euros, devendo-se ao encaixe da transação Sierra Prime, (€188 M, líquido de dividendos pagos à Grosvenor) no primeiro trimestre de 2020 e pela desconsolação da dívida destes ativos do balanço da companhia.

Retalho alimentar com subida a dois dígitos no volume de negócios

No retalho alimentar, em termos de volume de negócios, o desempenho foi francamente positivo. A Sonae MC apresentou um volume de negócios de 2.431 milhões de euros, um crescimento de 11,5% comprando com os primeiros seis meses de 2019. As vendas comparadas subiram 8,3%.

“Estes números refletem um impacto extraordinário do Covid-19, demonstrando a superioridade da proposta de valor dos formatos de retalho alimentar da Sonae MC, especialmente importante num setor em que permanece a restrição de 5 clientes por 100 m² nas lojas”, sublinha o documento, destacando também que o negócio online continuou a registar um crescimento a dois dígitos durante o segundo trimestre.

Na Sonae Sierra, numa base contabilística proporcional, o segundo trimestre apresentou um resultado líquido negativo de 56 milhões de euros, dividido entre 3 milhões de euros negativos de resultado direto e de 53 milhões de euros negativos de resultado direto. Em relação a este último, a companhia avança que “esteve relacionado principalmente com reavaliações de ativos durante o trimestre, uma vez que o valor dos ativos sofreu com o aumento das yields e com os impactos operacionais relacionados com a pandemia”.

“A Sonae Sierra enfrentou uma situação particularmente desafiante, nomeadamente em Portugal, com todos os centros comerciais praticamente encerrados durante o trimestre e uma elevada incerteza quanto ao recebimento de rendas devido a uma legislação sem precedentes”, salienta Cláudia Azevedo.

A Worten apresentou um volume de negócios de 482 milhões de euros no primeiro semestre do ano, um crescimento de 1,8% em comparação com o primeiro semestre de 2019. As vendas comparadas registaram uma subida de 4,3%. “A Worten teve um forte segundo trimestre em termos de vendas e rentabilidade, apesar de contextos muito diferentes em Portugal e em Espanha”, com um volume de negócios de 250 milhões de euros no segundo trimestre.

A Sonae Fashion, por seu turno, recuou o volume de negócios no primeiro semestre, em termos homólogos, em 24,8% para 131 milhões de euros, com as vendas comparadas a descerem 30%. O grupo salienta que o segundo semestre “foi atípico e severamente afetado pelo encerramento de todas as lojas, uma vez que as medidas de confinamento estiveram em vigor na maior parte do mesmo”. E, apesar de as lojas começarem a reabrir em maio, estas estiveram “condicionadas por exigências legais e por uma limitação do número de visitantes nos centros comerciais”.

“Parte do impacto severo sentido nas vendas foi compensado por um desempenho muito positivo do negócio online que mais do que duplicou face aos valores do ano passado no segundo semestre”, explica o documento.

Notícia actualizada às 10h58 com desempenho das unidades de negócio da Sonae

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