Aberturas de espaços de retalho em Portugal recuam 64% devido à Covid-19
A quebra foi particularmente sentida durante o segundo trimestre, durante o qual se registaram 40 aberturas, menos 82% que entre abril e junho de 2019
![Ana Catarina Monteiro](https://backoffice.hipersuper.pt/app/uploads/2024/06/silhueta-120x120.jpg)
Ana Catarina Monteiro
Portugal Duty Free e Licor Beirão celebram portugalidade com edição exclusiva
Novo packaging das bolachas Arcádia cruza tradição e modernidade
SagalExpo regressa a Lisboa de 28 a 30 de abril
Minsait Portugal tem novo diretor-geral
Nespresso abre quiosque no Nosso Shopping
Aquaservice adquire a Eden Springs Portugal para reforçar expansão internacional
Salesforce anuncia o seu primeiro agente de IA totalmente autónomo
Setor de retalho alimentar europeu com perspectivas de crescimento otimistas para os próximos anos
MO abre nova loja em Vila Nova de Famalicão
Oakberry abre duas lojas em Coimbra
Com o abrandamento do investimento imobiliário em Portugal provocado pela pandemia de Covid-19, no primeiro semestre de 2020 o setor do retalho registou uma quebra nas aberturas de 64%, em termos homólogos, para os cerca de 150 novos espaços. A quebra foi particularmente sentida durante o segundo trimestre, durante o qual se registaram 40 aberturas, menos 82% que entre abril e junho de 2019. Os dados são da última edição do estudo Market Update, publicado pela Cushman & Wakefield.
A maioria (69%) dos espaços abertos até junho está associada ao setor do comércio de rua. O setor da restauração foi o mais ativo, ao captar 62% do número total de operações.
De acordo com o estudo, os valores brutos de arrendamento mantiveram-se “estáveis” devido à predisposição de alguns proprietários em conceder incentivos aos seus inquilinos, num contexto de pandemia.
O setor de retalho atraiu 56% do total de capital investido em imobiliário comercial que, apesar da quebra de 88% no segundo trimestre para os para os 87,5 milhões de euros, atingiu o novo máximo histórico de 1.670 milhões de euros entre janeiro e junho de 2020. O valor representa um crescimento homólogo de 50%, face ao primeiro semestre do ano passado.
Para este resultado “contribuiu particularmente” a venda de 50% da joint-venture Sierra Prime pela Sonae Sierra e APG à Allianz Real Estate e Elo, por cerca de 800 milhões, sublinha a Cushman & Wakefield.
Enquanto a percentagem de investimento estrangeiro diminui para os 71%, o investimento nacional praticamente triplicou face ao mesmo período de 2019, fixando-se nos 491 milhões de euros.
“A atual conjuntura abrandou fortemente o crescimento que o mercado imobiliário nacional vinha a registar ao longo dos últimos anos, com a maioria dos operadores ou intervenientes no mercado a adotar uma atitude cautelosa”, explica Andreia Almeida, associate e diretora de Research & Insight da Cushman & Wakefield, em comunicado.
Até final do ano, a responsável antecipa “uma quebra generalizada na atividade imobiliária face a 2019, que será particularmente sentida nos setores atualmente mais afetados, nomeadamente retalho e hotelaria”.
O mercado nacional de imobiliário deve terminar o ano com uma quebra de 20% do investimento. A consultora prevê que alcance os 2.500 milhões de euros.
No setor industrial e logístico, em particular, a procura de espaços demonstrou uma redução de 9% face ao período homólogo, com 64.400 metros quadrados transacionados.
A quebra menos acentuada, face aos restantes setores, deve-se ao aumento do comércio online. “A procura de espaços adaptados a este modelo de negócio aumentou, particularmente espaços logísticos nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e plataformas de distribuição de last mile nos seus centros urbanos”, nota a consultora imobiliária.