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CAP considera insuficientes e desadequados apoios do Governo a agricultores da região Centro

Por a 8 de Julho de 2020 as 12:25

cerejasA Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) considerou esta quarta-feira que os apoios do Governo aos agricultores da região centro são insuficientes e desadequados, defendendo que a resposta adequada passaria também pela abertura a candidaturas a ajudas constantes do Programa de Desenvolvimento Rural

“O Estado português não pode assumir, arbitrariamente, compromissos de milhares de milhões de euros para ‘salvar’ ou nacionalizar empresas e demitir-se de apoiar dignamente pequenos agricultores em situação de desastre, agricultores que produzem bens alimentares, exportam e criam riqueza no interior do país”, refere a CAP, em comunicado.

Em causa estão as chuvas intensas que atingiram vastas zonas da região Centro, tendo provocado prejuízos em explorações agrícolas de prunóideas, destacando-se a cultura da cereja e pêssego e a cultura da vinha.

O Ministério da Agricultura determinou um apoio no montante máximo de 40 euros por hectare de área afetada para pomares e de 20 euros por hectare de área de vinha afetada.

Em reação ao apoio do executivo, a CAP considera este apoio claramente insuficiente, destacando que os Governo reponde com 40 mil euros para toda a região para prejuízos superiores a 20 milhões de euros.

Dando como exemplo o cultivo de cereja na zona do Fundão, a CAP realça que nesta zona existem cerca de 750 hectares de cerejais que pertencem a um conjunto de 130 agricultores. “Um agricultor com 5 hectares que tenha perdido 50 mil euros, se decidir candidatar-se a esta ajuda irá receber, no máximo, 200 euros”, refere a entidade.

No caso da vinha, a confederação adianta que “um viticultor também com 5 hectares, com prejuízos na ordem das dezenas de milhares de euros, poderá candidatar-se a uma ajuda de 100 euros no total”, ilustra.

A CAP defende assim que o Estado português deveria entregar à região cerca de 20% das perdas efetivas, ou seja, 4 milhões de euros. “O mero anúncio de uma linha de crédito para quem teve perdas totais só vai agravar o problema, criando endividamento”, conclui.

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