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Campanha de cereja com quebra de produtividade de 60%

Por a 19 de Junho de 2020 as 14:26

cerejasA campanha de cereja terá sido má em 2020, prevendo-se uma diminuição do rendimento unitário de 60% face ao ano anterior. O mesmo poderá ter sucedido com o pêssego, cuja produtividade deverá rondar as 9,1 toneladas por hectare, menos 20% face à campanha anterior, de acordo com as Previsões Agrícolas de 31 de maio do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgadas esta sexta-feira.

Segundo explica o INE, estas diminuições “são consequência das condições meteorológicas muito adversas da primavera, nomeadamente das chuvas intensas que ocorreram em períodos sensíveis do ciclo destas culturas”.

No caso da cereja, a produtividade foi bastante afetada quando, a 30 de março, ocorreu queda de neve em Cova da Beira, uma das principais regiões de produção, “circunstância que comprometeu o vingamento dos frutos com a deficiente polinização e limpeza da flor”.

Apesar de não afetar as variedades precoces, na altura em fases mais adiantadas, o INE indica que “os dias de temperaturas anormalmente baixas, a formação de geada e a intensa precipitação da primeira quinzena de abril, provocaram elevados estragos nestas variedades, com grande parte da produção a ficar fendilhada ou sem poder de conservação”.

“A agravar toda esta situação, a intempérie de 31 de maio, com chuvas, granizos e ventos fortes, provocou estragos em muitos dos frutos que tinham conseguido vingar e amadurecer”,  refere o INE, acrescentando que os agentes do setor não estão a recrutar trabalhadores, tendo as equipas reduzidas à mão-de-obra que presta habitualmente outro tipo de serviços agrícolas nas explorações.

Em relação ao pêssego, depois das condições meteorológicas atípicas de abril, a situação agravou-se no final de maio.

Em sentido inverso, os cereais de inverno terão registado uma boa campanha, com aumentos generalizados da produtividade. O trigo mole triticale e terão tido uma subida de 10% em relação à campanha anterior, enquanto o trigo duro, cevada e aveia de 15%.

Quanto às culturas de primavera e verão, o INE prevê uma redução de 10% na área de arroz, “consequência da interrupção do fornecimento de água a cerca de 3 mil hectares de canteiros desta cultura enquanto decorrerem as obras de reabilitação do aproveitamento hidroagrícola do Vale do Sado”, refere o documento.

Há culturas, no entanto, que poderão manter estáveis as áreas em relação ano anterior, como milho, batata e tomate para a indústria. O girassol terá sofrido um recuo de 15%.

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