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Covid-19 empurra Sonae para resultado líquido negativo de 59 milhões de euros

Por a 21 de Maio de 2020 as 1:24

SonaeApesar do aumento do volume de negócios, a Sonae SGPS terminou o primeiro trimestre do ano com um resultado líquido negativo de 59 milhões de euros, quando no mesmo período de 2019 obteve um lucro de 18 milhões de euros.

Em comunicado enviado à CMVM, a Sonae reporta um volume de negócios de 1.552 milhões de euros, um crescimento de 7,1% face aos três primeiros meses do ano passado. E a unidade de negócios responsável pelo crescimento foi a Sonae MC, cujo volume de negócios subiu em 14% para 1.194 milhões de euros.

A restantes unidades de negócio, com excepção da Sonae FS, registaram diminuições no volume de negócios. A Sonae FS subiu a faturação de 8 para 9 milhões de euros. O volume de negócios da Sonae Sierra desceu de 59 para 46 milhões de euros, enquanto a Nos sofreu um recuo de 356 para 345 milhões de euros. A Worten, por seu turno, sofreu uma descida de 237 para 232 milhões de euros, enquanto a Sonae Fashion diminuiu o volume de negócios de 96 para 78 milhões de euros. Por último, a Sonae IM sofreu um recuo de 31 para 26 milhões de euros.

O que empurrou a companhia liderada por Cláudia Azevedo para um resultado negativo foi um total de contingências non-cash de 76 milhões de euros, resultantes da Covid-19. E, naturalmente, como refere a companhia, houve um desempenho do negócio antes e depois da pandemia.

“O início do ano foi muito positivo para a Sonae, com todos os nossos negócios a apresentarem fortes níveis de crescimento e a melhorarem os seus níveis de rentabilidade até fevereiro, demonstrando uma vez mais a solidez das nossas estratégias e propostas de valor. No final de fevereiro, a Sonae Sierra concluiu a transação Prime, um marco muito importante na sua estratégia de reciclagem de capital, que fortaleceu ainda mais a estrutura de capitais da Sonae. Em março, a pandemia do Covid-19 atingiu as nossas principais geografias e começámos a viver um desafio sem precedentes. Embora todos os nossos negócios tenham sido fortemente impactados por esta situação, tenho orgulho em afirmar que nossa reação tem sido notável”, refere Cláudia Azevedo, CEO da Sonae, citada em comunicado.

As perspetivas não são, por isso, animadoras nos próximos meses. “Os próximos meses serão duros e todos os nossos negócios serão, de uma forma ou outra, materialmente impactados. Neste sentido, e por razões de prudência, registámos já no primeiro trimestre um conjunto significativo de contingências non cash, no sentido de antecipar futuros impactos, nomeadamente na NOS, Sonae Fashion, Worten e Sonae Sierra”, acrescenta.

O EBITDA subjacente de 100 milhões de euros, menos 2,4% face ao período homólogo de 2020, é explicado pela “desconsolidação de dois centros comerciais (consequência da transação Prime) nas contas estatutárias da Sonae Sierra”. “Sem este impacto contabilístico, o EBITDA subjacente do grupo teria crescido 5%, apesar do forte impacto da pandemia na rentabilidade operacional da Sonae Fashion desde meados de março”, assinala o documento, que apresenta uma redução de 0,6 pontos percentuais na margem para 6,4%.

O resultado direto, de 25 milhões de euros negativos, foi impactado por “por provisões extraordinárias para stocks, tanto na Worten como na Sonae Fashion, diretamente relacionadas com o surto do Covid-19”. Em concreto, a Sonae registou 44 milhões de euros de provisões de stocks no primeiro trimestre. Quanto ao resultado indirecto, a Sonae explica que foi impactado por provisões de 18 milhões de euros associadas a projetos da Sonae Sierra.

No que diz respeito à dívida líquida, esta foi reduzida em 468 milhões para 1.233 milhões de euros. Esta diminuição é atribuída ao encaixe de 188 milhões de euros da transação Prime, ao mesmo tempo que foi desconsolidada a dívida destes ativos do balanço. “As condições de financiamento da Sonae continuaram a ser caracterizadas por um baixo custo de dívida, que se situou em 1,2%”. A companhia refinanciou, por outro lado, cerca de 500 milhões de euros em empréstimos a longo prazo.

O investimento, por sua vez, diminuiu de 116 para 60 milhões de euros. O grosso do investimento, de 46 milhões de euros, foi canalizado para a Sonae MC.

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