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INE alerta para forte contração da economia em abril

Por a 20 de Maio de 2020 as 12:52

Jamie's Italian Lisboa (144)Os efeitos do confinamento já se fizeram sentir em força, em abril, com uma forte contração da atividade económica, que se agravou em relação a março, segundo a Síntese Económica de Conjuntura divulgada esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

O PIB registou um recuo de 3,2% no primeiro trimestre do ano na zona euro, “traduzindo a diminuição mais intensa verificada desde o terceiro trimestre de 2009”, indica o documento do INE. Em Portugal, a contração da economia situou-se nos 2,4% nos primeiros três meses do ano, em comparação com igual período do ano passado. “O contributo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB foi negativo no primeiro trimestre (-1,4 pontos percentuais), após ter sido positivo no trimestre anterior, em resultado da diminuição mais intensa das exportações de bens e Serviços que das importações de bens e serviços”, informa o gabinete de estatística.

Num contexto de contração económica, a procura interna também se ressentiu, com “um contributo negativo (-1,0 pontos percentuais), pela primeira vez desde o terceiro trimestre de 2013, verificando-se uma diminuição do consumo privado e do Investimento”.

“O indicador de confiança dos consumidores atingiu o valor mínimo desde maio de 2013 e o indicador de clima económico apresentado a redução mais acentuada da série e atingindo o valor mínimo”, revela o INE, acrescentando que todos os indicadores de confiança setoriais “diminuíram de forma abrupta face ao mês anterior, principalmente no caso dos serviços, destacando-se as secções de atividades artísticas, de espetáculo, desportivas e recreativas e de alojamento, restauração e similares”.

No caso do indicador de confiança do comércio, este registou uma quebra expressiva em abril, com um novo mínimo da série. “Esta evolução resultou do contributo negativo das perspetivas de atividade da empresa nos próximos três meses, que registaram um novo mínimo da série, das opiniões volume de vendas e das apreciações relativas ao volume de stocks”, aponta o documento do gabinete de estatística.

Outro dado já disponível para abril ajuda a perceber o cenário de quebra da economia, com o montante global de levantamentos nacionais, de pagamentos de serviços e de compras em terminais de pagamento automático na rede multibanco a apresentar “a diminuição mais intensa da série em abril (-38,6%), após ter caído 17,0% no mês anterior”.

O consumo privado diminuiu em março, “após ter desacelerado no mês anterior, atingindo a taxa mínima desde junho de 2013”. “A evolução do indicador no último mês resultou do contributo negativo de ambas as componentes, consumo duradouro e não duradouro e de serviços”, refere o INE.

Ao nível do comércio externo de bens, o INE revela que em março as exportações e as importações de bens registaram variações homólogas nominais de -13,0% e -11,9%, respetivamente. “Destacam-se os decréscimos tanto nas exportações como nas importações de material de transporte (-33,5% e -38,4%, respetivamente), principalmente automóveis para transporte de passageiros nas exportações e outro material de transporte (aviões) nas importações”, segundo o relatório.

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