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CCP defende conjunto de medidas para salvar a economia

Por a 20 de Abril de 2020 as 17:03
João Vieira Lopes, presidente da CCP

João Vieira Lopes, presidente da CCP

A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) defende que a União Europeia deverá tomar um conjunto de medidas para dar resposta à crise económica provocada pela pandemia de Covid-19.

A CCP, num documento enviado esta segunda-feira às redações, sustenta que deve ser evitada uma subida “acentuada dos juros, seja no mercado dos títulos da dívida pública, seja no mercado do crédito bancário”.

No documento intitulado “Não Matem a Economia”, a entidade defende que as previsões macroeconómicas, que apontam para queras do PIB até 8%, “pecam por assentarem numa evolução otimista da crise”. A CCP considera serem pouco credíveis as previsões que pressupõem que “se assistirá a um rápido retorno à normalidade” depois da fase de confinamento.

A confederação presidida por João Vieira Lopes sustenta que a EU deve adotar medidas de apoio que “evitem que os montantes financeiros concedidos no combate à crise vão, no seu conjunto, engrossar os stocks, das dívidas públicas, com especial destaque para os países com maior peso desta no PIB”.

Realçando que a retoma económica será um processo lento, tanto maior quanto maior for o período de confinamento, a CCP estima uma quebra do PIB que poderá situar-se acima dos 10% em 2020, “número esse que poderá ser tanto maior quanto mais tempo a economia se mantiver ‘congelada’”, sublinha o comunicado.

“São, pois, necessárias políticas públicas robustas, inovadoras e de rápida aplicação, quer para evitar o colapso imediato de uma grande parte da economia, com as graves consequências económicas e sociais daí resultantes, quer para evitar que a crise económica que já temos não degenere numa crise financeira se grandes proporções”, acrescenta.

Neste âmbito, a confederação defende a criação de um programa comunitário de recuperação da economia europeia, assim como a reestruturação e o reforço financeiro dos grandes pilares do Orçamento Comunitário para 2021-27.

Ainda é defendido que o Banco Central Europeu crie moeda para a concessão de empréstimos não reembolsáveis ao tecido produtivo dos estados-membros, “através da compra de títulos de dívida dos Estados com emissões de muito longo prazo, de 100 ou mais anos”. Esta medida, na visão da CCP, “permitirá monetarizar a dívida, evitando que esta se reflita nos rácios da dívida dos países e permitindo ir injectando liquidez na economia”.

Como defendido pela França, a confederação apela ainda à criação de um Fundo de Recuperação da Economia Europeia, a ser utilizado nos próximos dois a três anos.

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