China e EUA em vias de assinarem primeira fase de acordo comercial
O acordo prevê uma redução das tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos chineses e o aumento das compras feitas pela China
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Ana Catarina Monteiro
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A China e os Estados Unidos estão em conversações para assinarem a primeira fase do acordo comercial. Está, assim, à vista um fim da guerra que dura há dois anos.
A “Phase I” do acordo prevê uma redução das tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos chineses e o aumento das compras, feitas pela China, de produtos alimentares e transformados, assim como energia, norte-americanos.
Segundo o governo dos EUA, citado pela Reuters, a China comprometeu-se em aumentar as importações em pelo menos 200 mil milhões de dólares nos próximos dois anos.
O valor inclui 32 mil milhões de dólares em compras adicionais de produtos agrícolas norte-americanos. Aumentando, assim, para uma média anual de 40 mil milhões de dólares, face ao valor médio de 24 mil milhões de dólares, em importações chinesas de produtos agrícolas, registados em 2017, antes do começo da guerra comercial entre as duas potências económicas.
Segundo a Reuters, do lado da China, esta versão não foi ainda confirmada. No entanto, o gigante asiático adiantou na passada sexta-feira que irá aumentar as importações de trigo, arroz, milho, energia, produtos farmacêuticos e serviços financeiros dos Estados Unidos.
Os responsáveis da Casa Branca revelaram ainda que o acordo inclui também um reforço das proteções legais chinesas no que diz respeito a patentes, marcas registadas e direitos autorais.
Por sua vez, o vice-ministro do Comércio da China, Wang Shouwen, mencionou um consenso entre os dois países quanto à proteção de segredos comerciais, no sentido de um maior combate às falsificações e produtos pirateados nas plataformas de comércio eletrônico, explica a agência de notícias.
As tensões comerciais, assim como as tarifas aduaneiras impostas pelo governo de Donald Trump, não só à China mas também à União Europeia, estão a preocupar as empresas norte-americanas. Um estudo feito pela Câmara de Comércio dos EUA indica que cerca de metade das empresas presentes na lista Fortune 500 referiram estas preocupações durantes as últimas comunicações de resultados trimestrais.
O setor que se mostra mais preocupado é o do retalho, que tem sido o mais afetado pelo aumento das tarifas, de acordo com o estudo.