APED solicita mediação do Governo nas negociações do Contrato de Trabalho Coletivo do setor (atualizada com posição do CESP)
Trabalhadores afetos à CGTP fizeram um cordão humano junto ao Centro Comercial Vasco da Gama a exigir “melhores salários, horários dignos e a conciliação entre o trabalho e a vida familiar”.
Filipe Pacheco
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A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) informou esta quinta-feira que solicitou a mediação do Ministério do Trabalho na negociação do Contrato de Coletivo de Trabalho para o setor da distribuição.
Em causa estão as reivindicações dos trabalhadores respeitantes a aumento de salários e a horários que possibilitem conciliar o trabalho e a vida familiar.
A solicitação da APED surge por a entidade considerar que as exigências das propostas sindicais, nomeadamente dos sindicatos afetos à CGTP, têm “falta de razoabilidade”.
“Propunham aumentos salariais da ordem dos 20%”, refere um comunicado da APED, acrescentando que esta posição “torna difícil um entendimento com os sindicatos”.
Face a esta situação, a entidade solicitou ao Governo a mediação das negociações. “A APED mantém-se disponível para dialogar e ao longo do processo negocial alterou sucessivamente a sua proposta de revisão do Contrato, sempre numa perspetiva de aproximação à proteção dos interesses dos trabalhadores, entre os quais se conta a conciliação entre a vida profissional e familiar”, refere o mesmo documento.
A solicitação, que foi enviada ao Governo na última segunda-feira pela APED, não merece a concordância do CESP — Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, que, aliás, se opõe totalmente à proposta da entidade representante das empresas de distribuição. “O que nos afasta, de todo, da proposta da APED é a rejeição do banco de horas. A APED avançou com uma proposta de banco de horas de 180 euros ao ano. O patrão é que decide se paga as horas a mais ou se os trabalhadores gozam essas horas. Com esta proposta não é possível conciliar o trabalho com a vida familiar”, declara Célia Lopes, dirigente sindical do CESP, ao Hipersuper.
A respeito dos 20% de aumento salarial reivindicado pelo sindicato, a dirigente sindical recorda que, entre 2010 e 2019, o Contrato Coletivo só foi revisto em 2016. “Nesse ano, o salário mínimo era 530 euros por mês. O que a APED está a propor é 635 euros por mês para um trabalhador com mais de oito anos de experiência, o que corresponde ao salário mínimo nacional para 2020”, afirma Célia Lopes. “Isto não é uma negociação. É óbvio que o CESP não pode aceitar a proposta de 635 euros”, acrescenta.
O comunicado da APED é lançado no mesmo dia em que trabalhadores afetos à CGTP fizeram um cordão humano junto ao Centro Comercial Vasco da Gama a exigir “melhores salários, horários dignos e a conciliação entre o trabalho e a vida familiar”.
Durante a ação, organizada pelo CESP, Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, citado pela Lusa, referiu que se encontrava “num local onde as empresas ganham muito dinheiro e que cada vez pagam pior aos trabalhadores”.
“É um local onde os trabalhadores trabalham muito, são sujeitos a intensíssimos ritmos de trabalho e onde são confrontados com a desregulação dos horários pondo em causa a sua vida pessoal e familiar”, disse o secretário-geral da central sindical, acrescentando que os trabalhadores “são sujeitos a assédio”.
* Notícia atualizada às 19h26 com a posição do CESP