Setor de azeite no Alentejo em risco de colapso
Devido à falta de espaço para armazenar o bagaço de azeitona produzido nos lagares
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Ana Catarina Monteiro
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A apanha da azeitona e a produção de azeite no Alentejo “vão ter que parar” devido à falta de espaço para armazenar o bagaço de azeitona produzido nos lagares, disse, esta terça-feira, Aníbal Martins, vogal do conselho de administração da CONFAGRI (Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal), em declarações à agência Lusa.
O responsável antevê um “colapso” no setor, “o mais tardar na próxima semana”, uma vez que a capacidade de armazenamento das três unidades de transformação do bagaço de azeitona (duas em Ferreira do Alentejo e uma em Alvito) está “praticamente esgotada” e a “atingir a rutura”.
A falta de chuva na região tem levado a um aumento das quantidades de azeitona apanhada, assim como dos volumes de bagaço. Neste sentido, as unidades, apesar de operarem durante 24 horas por dia durante 11 meses, estão quase a atingir o seu limite.
Sem outras alternativas para armazenar o bagaço, o setor de azeite alentejano terá “forçosamente de parar a apanha da azeitona e a produção de azeite”, prevê Aníbal Martins, estimando que a paralisação do setor “poderá provocar prejuízos incalculáveis aos agricultores e às empresas ligadas ao setor”. Ao mesmo tempo, a falta de espaço traz também risco ambientais, alerta.
A produção de bagaço de azeitona deve chegar às 600 mil toneladas na atual campanha olivícola, quantidade que deve aumentar nos próximos anos, com a entrada em produção de novos olivais. Sendo, por isso, o armazenamento e transformação do bagaço um problema que põe em risco a sustentabilidade do setor e atividades relacionadas.
A capacidade de armazenamento e transformação do bagaço no Alentejo é neste momento desproporcional face à quantidade de azeitona produzida, não tendo acompanhado o crescimento “exponencial” que o setor verificou nos últimos anos.
A solução, para o responsável, passaria por uma nova unidade de transformação de bagaço no Alentejo ou por ampliar a capacidade das três unidades existentes.
Aníbal Martins explica que já foi acordada uma reunião com o Ministério da Agricultura para procurar uma solução, mas ainda não está agendada.