Greve dos camionistas. FIPA alerta para perigo de “roturas na cadeia de abastecimento alimentar”

A perspetiva da realização da greve de motoristas até agora mantém-se. E várias entidades, como a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), já vieram pronunciar-se sobre o impacto que esta greve poderá vir a ter sobre a operação dos seus representados.

Desta vez é a Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares que vem alertar o Governo para as consequências que a greve dos transportadores poderá ter no “normal abastecimento de matérias-primas e de produtos alimentares”.

“Caso a greve avance, é provável que num curto espaço de tempo se registem roturas na cadeia de abastecimento alimentar, seja nas entregas dos produtos alimentares e bebidas aos distribuidores seja na receção das matérias-primas agrícolas e agropecuárias”, refere a entidade num comunicado emitido esta segunda-feira.

Dados os efeitos negativos que a greve poderá ter a nível económico, a FIPA apela “à atribuição de prioridade a este setor no que respeita aos serviços mínimos”.

“Os nossos associados manifestaram já a preocupação em torno da possível perda de enormes volumes de matéria-prima já contratada nas explorações, como é o caso do leite (com prazos muito limitados da recolha e tratamento) e dos hortofrutícolas, bem como da falta de alimentação para os animais nas explorações pecuárias, comprometendo o bem-estar animal e consequente morte dos mesmos”, adianta Jorge Tomás Henrique, presidente da FIPA.

O presidente da entidade antecipa ainda como cenário mais grave  “uma paralisação generalizada do abastecimento de bens alimentares, tais como farinha para panificação, ou das descargas de barcos para as refinarias e para as moagens, com congestionamento dos portos”.