Dona da Sagres vendia mais caro aos pequenos distribuidores independentes do que à moderna distribuição
O relatório de perícia pedido pelo Tribunal de Beja, no caso que começou a ser julgado na passada sexta-feira e que opõe a Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC) à distribuidora regional Carlos Romero Lda, revela que a distribuidora foi penalizada pela dona da Sagres no que diz respeito aos preços de compra.
A notícia do Dinheiro Vivo, que teve acesso ao relatório pericial, revela que a diferença de preços praticados pela cervejeira junto dos operadores da moderna distribuição e os pequenos distribuidores independentes, no caso das cervejas, chegou a superior em 30% e, no caso das águas, atingiu mais 50%, sobretudo, entre 2012 e 2015.
O relatório reconhece que a Carlos Romero Lda, que durante mais de 18 anos distribuiu em exclusivo o portefólio da SCC na região do Alentejo, perdeu competitividade com a diferença de preços praticados.
O processo que está a ser julgado em Beja foi requerido por Carlos Romero Lda, depois de ter recebido por parte da SCC o cancelamento unilateral do contrato de distribuição que vigorava há 18 anos e que chegou ao fim depois de a empresa criar uma distribuidora própria: a Novadis. A Carlos Romero está a pedir uma indemnização de 1,3 milhões de euros.