Robôs que imitam humanos
O robô de software inteligente que a Bwd trouxe para Portugal liberta as empresas de tarefas rotineiras. Adotado pela Spar na área de contas a pagar, conseguiu reduzir erros e aumentar a eficiência
Há um robô capaz de muita coisa. Por fazer muita coisa entenda-se libertar a mão-de-obra das empresas de muitas tarefas rotineiras ao nível dos serviços. O sistema de robotização automatizado trazido pela empresa portuguesa Bwd para o mercado português é integrado nos computadores pessoais e desempenha vários papéis. Faz o processamento de devoluções no ecommerce, a gestão de fluxos de trabalho, a gestão de apoio ao cliente e a gestão das atividades de logística e da cadeia de valor. A solução Kapow, adquirida pela empresa americana Kofax e apresentada ao mercado português pela bwd, faz ainda monotorização permanente do nível de stocks, tarefas de contabilidade, de marketing e de análise do comportamento do consumidor. E ainda o planeamento da procura e da oferta.
Diz quem está a colocar esta solução no mercado (Robotic Process Automation) que uma das vantagens reconhecidas pelos utilizadores da tecnologia RPA é o “aumento significativo da produtividade dos colaboradores”. “São libertados de tarefas altamente consumidoras de tempo para passarem a realizar tarefas mais estimulantes”, afirma Adriano Ribeiro, CEO da bwd. O presidente da empresa dá ainda o exemplo da elevada escalabilidade das operações sem necessidade de aumento da força de trabalho. E diz que um dos benefícios do sistema é a eliminação de atividades relacionadas com recolha manual de dados e erro humano. “Com o RPA, as organizações podem tomar decisões mais bem informadas, com muito mais rapidez mas de maneira consciente, ao mesmo tempo que reduzem custos, aumentam a eficiência operacional, bem como a precisão”, explica Adriano Ribeiro.
Ainda assim, a empresa acredita que não faz sentido afirmar que os robôs entram em competição com a mão-de-obra, no sentido de haver necessidade de menos colaboradores nas empresas. “A única relação direta que pode haver é a passagem para os robôs de tarefas repetitivas e que desperdiçam o potencial de intervenção humana. Com a utilização de robôs, os ‘humanos’ passam a poder ser utilizados onde é necessário o pensamento humano, com todas as suas vertentes, por exemplo a criatividade”, afirma.
O responsável adianta que, embora reduzido, o investimento é variável. “O seu retorno é sempre inferior a um ano”, garante. Sendo uma empresa ainda recente, a bwd tem clientes na distribuição alimentar e não alimentar, na construção civil, na metalomecânica, na agroindústria, no setor têxtil e nas áreas dos serviços financeiros e da saúde.
Esperando faturar um milhão de euros até ao final do ano, a bwd já criou e implementou projetos para a cadeia de retalho SPAR, para a qual foi desenvolvido um projeto de automatização na área de contas a pagar. “Inclui a digitalização de faturas a fornecedores, captura de dados, conferência e contabilização automática, a par da atualização automática de stocks”, exemplifica Adriano Ribeiro. “Tudo isto através da integração automática entre o nosso software e a solução de ERP da Spar”, explica. Adriano Ribeiro conta ainda que “os resultados do projeto medem-se em termos de aumento da eficiência e da redução de erros do processo”.
E como se materializa a solução em robôs de automação? “Os seus utilizadores podem criar robôs inteligentes que imitam as ações humanas enquanto impulsionam a melhoria continua utilizando inteligência artificial e tecnologias de machine learning”, explica Mário Couto, diretor de IT da empresa. “Estes robôs inteligentes interagem em harmonia com as aplicações e com qualquer sistema legacy, portal ou base de dados, agregando dados, transformando-os em informações úteis, acionando respostas e comunicando entre sistemas organizacionais, sites de web e aplicações de desktop”, acrescenta.
Adriano Ribeiro afiança que a missão da empresa que dirige é oferecer às empresas as melhores soluções mundiais ao nível da gestão da informação, desmaterialização de processos, captura de dados e arquivo digital. Daí dizer ter sido natural a importação desta solução. “Nenhuma (…) está mais na vanguarda do que é atualmente feito na gestão de informação do que uma solução de RPA e esta é uma solução cuja vantagem-chave é a simplicidade de utilização, aliada à sua eficiência e que, por isso, se distingue das restantes”, conclui.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Jornal Hipersuper