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Comércio de rua em Cascais tem nova estratégia

Por a 12 de Abril de 2018 as 12:00

A empresa que ajudou a revitalizar o comércio de rua no bairro lisboeta do Príncipe Real está a desenhar a nova estratégia para o comércio local na Vila de Cascais

 

A EastBanc Portugal, empresa de desenvolvimento e gestão imobiliária, tem em marcha um plano estratégico para dar uma nova vida ao comércio de rua em Cascais (Lisboa), em parceria com a câmara municipal da cidade à beira-mar. “É um projeto diferente do que estamos a fazer na zona comercial do Príncipe Real, mas o objetivo principal é o mesmo. Desenvolver uma estratégia sustentável para o comércio de rua nos próximos 20 anos”, explicou Catarina Lopes, CEO da empresa especializada na aquisição, remodelação e gestão de ativos imobiliários comerciais e residenciais, em particular na área da revitalização urbana. Catarina Lopes foi uma das oradoras convidadas do “Summit Shooping Tourism e Economy Lisbon 2018”, que teve lugar recentemente em Lisboa para debater as oportunidades do turismo de compras e de qualidade. “O objetivo deste projeto é atrair a comunidade local. E, para isso, vamos construir um centro educativo da Lego, para aliciar os residentes do município, e trazer marcas autênticas para o comércio de rua em Cascais”, explica a responsável.

O projeto ainda está numa fase inicial pelo que Catarina Lopes “não pode adiantar mais pormenores”. Por isso, fala da sua experiência com a revitalização do comércio no Príncipe Real para deixar dicas à plateia, constituída por cerca de 100 profissionais ligados direta ou indiretamente ao setor do turismo. “Em primeiro lugar, é preciso entender que o Príncipe Real não é a Avenida da Liberdade. E ainda bem que assim é. A chave é assumir a diferenciação e carácter de cada bairro”, aconselha. E é, por isso, que a estratégia de sucesso aplicada no Príncipe Real não pode ser pura e simplesmente replicada noutro local.

Preparar o comércio local para o futuro

Se é verdade que, depois do boom dos shoppings em Portugal, as pessoas voltaram a reconquistar as cidades, também é verdade que o retalho está globalmente em crise – há cada vez mais transferência de consumo do “offline” para o “online” – e Portugal não é uma exceção a esta tendência. “Tudo isto está a acontecer muito rapidamente e temos de nos preparar”, aconselha a CEO da EastBanc.

Mas, como? O ponto de partida é “perceber que não podemos agradar a toda gente”. Assim sendo, “temos de nos focar no nosso target”. Depois, “não podemos focar a atividade na experiência utilitária. Os clientes podem vir visitar-nos e não comprar nada. Temos de oferecer uma experiência, o consumo é acessório”, defende. Para oferecer esta experiência, a autenticidade é um ponto chave. “É, por isso, que não podemos ter apenas marcas estrangeiras. O produto que há no Príncipe Real é premium mas não de luxo e muitos são portugueses, porque também queremos proteger as lojas históricas, como o Pavilhão Chinês e a Loja de Bordados, com mais de 80 anos”, exemplifica. Mais uma técnica é não fazer “hard selling” (venda agressiva). “O Príncipe Real não vai agradar a toda a gente. Quem está interessado no produto procura-o naturalmente”, sustenta Catarina Lopes.

Qual é, então, o “mood” do bairro? “Espírito de inovação, conceito únicos e um posicionamento premium, mas despretensioso”.

Catarina Lopes alerta ainda para as limitações de recursos da cidade de Lisboa para dar resposta ao crescimento do turismo. “Lisboa é uma cidade pequena e com poucos recursos. Ou seja, há limites para o que podemos oferecer. Por isso, temos que pensar que tipo de turistas queremos receber?”. Estamos a receber turistas que gastam mais dinheiro, mas que “parte desse valor acrescentado fica direta e indiretamente em Portugal?”, questiona. “Temos de dar resposta a várias questões: Que tipo de turista é mais sustentável e vai regressar nos próximos 20 a 30 anos? Qual o turista leal que ama a nossa cultura e a vai recomendar no seu país de origem? O que é moda? O que é sustentável”, aconselha a CEO da empresa imobiliária.

*Texto originalmente publicado  na edição impressa de abril do Jornal Hipersuper, como parte de um especial dedicado ao “Turismo de Compras”

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