Primeiro iogurte de cabra português fora dos lineares
Uma visita aos principais supermercados online em Portugal – Continente, Jumbo, El Corte Inglés Supermercados e Celeiro – mostra que a oferta de iogurte com leite de cabra é 100% dominada por marcas estrangeiras

Rita Gonçalves
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Uma visita aos principais supermercados online em Portugal – Continente, Jumbo, El Corte Inglés Supermercados e Celeiro – mostra que a oferta de iogurte com leite de cabra é 100% dominada por marcas estrangeiras
A fabricante e distribuidora de queijo Tété lançou no final do ano passado o primeiro iogurte de cabra produzido em Portugal, na sua fábrica localizada às portas da cidade de Lisboa, no concelho de Loures. A fabricante de laticínios – além de queijo fresco, alimento no qual se especializou desde a sua fundação, em 1960, a Tété produz queijo curado, requeijão e manteiga – aventurou-se num novo mercado – os iogurtes – e incorporou matéria-prima e mão-de-obra lusa num segmento em crescimento e dominado por marcas estrangeiras. Como explicou por ocasião do lançamento, em entrevista ao HIPERSUPER, João Amaro, diretor-geral da Tété, os produtos disponíveis no mercado são “importados”. Uma visita aos principais supermercados online em Portugal – Continente, Jumbo, El Corte Inglés Supermercados e Celeiro – mostra que pouco mudou desde então. O HIPERSUPER não encontrou o iogurte feito em Portugal à venda nestas lojas, nos quais a oferta é 100% dominada por marcas estrangeiras.
A intenção da empresa é também disponibilizar o iogurte no canal Horeca (Hotéis, restaurantes e cafés) mas não conseguimos apurar se está à venda em algum destes estabelecimentos comerciais.
Como nasceu o projeto?
O lançamento de um iogurte de cabra era uma ideia a fermentar na cabeça de João Amaro há alguns anos, mas o projeto passou para o papel depois de a empresa encomendar um estudo internacional que confirmou a suas suspeitas: A procura de iogurte feito a partir de leite de cabra é uma “tendência a nível global, com grande impacto de lançamentos na Europa e nos Estados Unidos da América”, lembra o diretor-geral da Tété. Confirmado o potencial de negócio, a fabricante levou cerca de dois anos a apurar a receita que fazia questão de apresentar aos consumidores e que se baseava no binómio “textura rica e baixo teor de gordura”. Para isso, contou com o apoio de duas entidades científicas nacionais. “Não queríamos oferecer um simples iogurte de leite de cabra, apesar de isso, por si só, ser já diferenciador. “Como a gordura funciona como um ‘texturante’ e não queríamos muita gordura no produto, tivemos que encontrar o ponto de equilíbrio entre estas duas variáveis, o que foi desafiante. Aqui, as universidades foram cruciais, desenvolvendo o produto em escala piloto. Na fase final, esta parceria foi igualmente importante para fazer a transposição da escala piloto para a realidade industrial da nossa unidade fabril”.
A Tété investiu cerca de 250 mil euros para lançar o novo produto. Para a sua produção foi necessário adquirir equipamentos que não dispunha, tecnologia que introduziu na unidade industrial durante as obras de ampliação da fábrica. A empresa investiu um milhão de euros para aumentar a capacidade de produção, automatizar o embalamento e construir um novo armazém de apoio à produção.
Versão com fruta “em breve”
Com um preço recomendado de 0,83 euros, o novo iogurte tem baixo teor de gordura, não tem açúcares adicionados e é isento de lactose. Está disponível na versão “natural”, apesar de a empresa já ter formulado uma variedade com fruta adicionada que ainda não lançou no mercado. “Quisemos fazer o lançamento faseado. Primeiro a versão natural, para as pessoas conhecerem o produto na sua essência, especialmente o sabor e a textura. Contamos lançar em breve a versão”, explicou na altura do lançamento João Amaro.
A que tipo de consumidor se destina a nova aposta da empresa? “A consumidores que se preocupam em ter um estilo de alimentação mais saudável e equilibrado, assim como a pessoas intolerantes à lactose. Isto porque é um produto que responde, pelas suas características nutricionais, às necessidades daqueles públicos. Destina-se igualmente a quem procura produtos baixos em gordura, mas como um aporte de proteínas”, remata João Amaro.