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Gastos de turistas em Portugal aumentam 36% em 2017

Por a 19 de Fevereiro de 2018 as 15:29
Renato Lira Leite, country manager da Global Blue

As compras “tax free” (que garantem a turistas de fora da União Europeia o reembolso do valor do IVA – Imposto sobre Valor Acrescentado) cresceram 36% no ano passado em Portugal, face a 2016, revelam os dados da Global Blue, operadora global de “tax free”.

Os turistas extracomunitários que mais compram em Portugal continuam a ser os angolanos, os quais absorveram 34% do total das compras “tax free” efetuadas no ano transato no País. No entanto, são os consumidores chineses (posicionados na terceira posição do ranking com 14% das compras “tax free”) que mais gastam por compra, tendo subido de um gasto médio de 574 euros em 2016 para os 642 euros em 2017. O gasto dos consumidores chineses em Portugal aumentou 47% no último ano.

Os gastos totais dos turistas angolanos em Portugal aumentaram 30% face a 2016, mas o valor de compra médio recuou ligeiramente, dos 256 euros para os 252 euros.

Os brasileiros são, a seguir aos angolanos, os turistas extracomunitários que mais gastam. Em 2017, estes absorveram 21% do total de compras “tax free”, tendo aumentado em 54% as compras feitas no País face ao ano anterior. Em média, os turistas vindos do Brasil registam um valor médio de compra de 225 euros (mais 8 euros face a 2016).

A fechar o “top 5” estão os turistas americanos e moçambicanos, respetivamente, com 4 % e 3% do total das compras efetuadas. Ainda assim, o valor médio das compras efetuadas por shoppers americanos (506 euros) foi substancialmente superior ao das efetuadas por moçambicanos (197 euros).

Por compra média, o “top 5” é liderado pelos chineses, seguidos dos americanos, angolanos, brasileiros e moçambicanos.

Para Renato Lira Leite, managing director da Global Blue, “é expectável que o número de turistas chineses em Portugal aumente este ano”. A operadora de “tax free” está a preparar “um conjunto de iniciativas para aconselhar aos turistas chineses que visitam Portugal sobre as melhores zonas para fazerem compras, assim como facultou aos lojistas mais sessões de formação sobre as diferenças culturais e os principais aspetos a ter em consideração na relação com os turistas chineses”.

Portugal recebeu em 2017 mais de 180 mil chineses, segundo dados do Turismo de Portugal citados pela Global Blue.

Para tornar as compras no País mais cómodas para os chineses, a operadora está também a preparar a entrada em funcionamento de dois novos serviços de reembolso para os turistas desta nacionalidade, através da plataforma Wechat, uma das aplicações de mensagens mais utilizadas na China, e da rede Alipay, plataforma de pagamentos digitais operada pelo Grupo Ant Financial Services que permite aos turistas chineses receber o reembolso do IVA das compras “tax free” diretamente para na respetiva contas bancárias.

eTaxFree em vigor a 1 de julho

Em comunicado, a Global Blue lembra ainda que, depois de ter inscrito a medida no Programa Simplex, o Governo anunciou a entrada em vigor, no próximo dia 1 de julho, do eTaxFree – um sistema que vem tornar o processo de reembolso do IVA totalmente digital, sendo que os dados transacionais de cada compra são comunicados online e em tempo real à Autoridade Tributária (AT), diretamente a partir dos pontos de venda.

“Desta forma, quando o turista se dirige à alfândega – balcão da alfândega ou junto dos diversos quiosques eletrónicos que estarão disponíveis nos aeroportos do País, toda a informação necessária para levar a cabo o processo de validação pode ser instantaneamente obtida bastando para o efeito a leitura do passaporte”, explica a operadora.

“Apesar de se tratar de uma medida bem-vinda e há muito esperada, a bem do crescimento do turismo de compras em Portugal implica, contudo, uma adaptação gradual por parte dos comerciantes face às alterações, nomeadamente ao nível dos seus sistemas de faturação, processo que vai decorrer ao longo deste primeiro semestre de 2018 com o total apoio da Global Blue”, sublinha Renato Leite.

O novo sistema visa reduzir as filas de espera e o tempo necessário para processar os pedidos, permitindo um planeamento e uma distribuição mais eficiente dos recursos nas alfândegas. Além disso, torna o processo mais seguro ao permitir à Alfândega “detetar precocemente quaisquer padrões suspeitos de atividade fraudulenta”.

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