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Opinião: Natal comercial ou comércio natalício?

Por a 20 de Dezembro de 2017 as 11:19

Por João Barreta, Mestre em Gestão do Território

Não se pretendendo, neste quadro e, principalmente, nesta quadra,  dissertar sobre as possíveis origens da marca do Comércio no Natal ou da marca do Natal no Comércio, nem tão pouco traçar cenários, perspetivando aquilo que poderá vir a ser o futuro de uma tal relação, o propósito do presente texto visará tão só abordar as várias encenações nas quais distintas representações parecem ter ocorrido nas últimas décadas, sendo que, se para alguns poderemos estar na esfera da História e da Cultura, para outros apenas perante histórias, porventura culturas.

Em linguagem de Comércio, e apenas para não enveredar pelo campo da Sociologia, assumo o risco da simples, mas efetiva, destrinça entre Compras e Consumo, e, deste modo, quase tudo ficará … escrito, em termos da quadra e seus quadros!

Todo este intróito para contextualizar os quadros de uma quadra, ora vivida, que assim se justificará, em quadro(s) de todos conhecido(s), mas que suscita distinta interpretação. Ainda que renovável a cada ano, vamos, paulatinamente, assistindo ao quadro, sem que demos o devido valor aos valores da quadra e, ao que parece valorizando, excessivamente, o valor dos quadros.

A evolução a que me refiro, e que para simplificar, retrato em quatro simples quadros alusivos à quadra, assente nas figuras, quiçá protagonistas, dos sucessivos quadros a que temos vindo a assistir e a integrar, mais como figurantes do que propriamente como atores cujo papel é bem mais relevante do que aquilo que muitos poderão, erroneamente, julgar.

Uma primeira abordagem possível assenta em dois eixos de análise – tempo(s) e vontade(s), com recurso a uma escala – velho ou novo, em que os eixos traduzem necessariamente evolução, sendo que a própria escala não escapa a essa transformação que tanto tempo(s) como vontade(s) inevitavelmente arrastam sempre consigo.

Neste contexto, aos quatro quadros aos quais associo uma narrativa que visa ilustrar o respetivo cenário/encenação, atribuí-lhes as seguintes designações, (baseadas em tópicos que fundamentam essa narrativa-base):

  • Cenário/Encenação A – “O Menino Jesus e a Prenda no Sapatinho:
  • “Velhos Tempos, Velhas Vontades”;
  • Tradição;
  • Religião e Fé;
  • Crer;
  • Lembrança e Recordação.
  • Cenário/Encenação B – “O Pai Natal, a Carta e o Saco dos Presentes”:
  • “Velhos Tempos, Vontades Novas”;
  • Modernidade;
  • Simbolismo;
  • Querer;
  • Cenário/Encenação C – Popotas, Leopoldinas e outros … Apelos ao Consumo:
  • “Novos Tempos, Vontades Velhas”;
  • Modernismo;
  • Marketing;
  • Massificação;
  • Cenário/Encenação D – “Feliz NET´AL em Multi-Experiências Consumistas”:
  • “Tempos Novos, Novas Vontades”;
  • Novas Tecnologias;
  • Informação;
  • Ostentação;

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