Ainda 90% dos diretores-gerais em todo tecido empresarial português são do género masculino
Apenas 8% das grandes empresas e 29% das microempresas instaladas no País têm liderança feminina. Apesar de a representatividade do género feminino entre os cargos de liderança ter crescido 5,7 pontos percentuais (pp), e 2,3 pp entre as funções de gestão, no período de 2011 a 2016, as mulheres ainda estão subrepresentadas na chefia dos negócios

Ana Catarina Monteiro
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90% das direções-gerais das empresas instaladas em Portugal são ocupadas por homens. Apenas nas direções das divisões de Recursos Humanos e Qualidade se regista paridade de género, com as mulheres a assumirem, respetivamente, 50% e 57% dos cargos de liderança nestas áreas. Os dados são do estudo “A Gestão em Portugal – Retrato da Gestão e dos Gestores no Tecido Empresarial Português”, da Informa D&B, apresentado no 1º Congresso dos Gestores Portugueses, realizado esta terça-feira (28 de novembro) em Lisboa.
A análise contabiliza 398 mil os gestores, entre órgãos de gestão e administração e diretores de primeira linha, que se encontram atualmente à frente das 304 mil empresas (34% são familiares) que compõem o tecido empresarial português. 96% daqueles gestores são portugueses e 4% de nacionalidade estrangeira.
Por outro lado, apenas 8% das grandes empresas e 29% das microempresas instaladas no País têm liderança feminina. A representatividade do género feminino entre os cargos de liderança cresceu 5,7 pontos percentuais (pp), e 2,3 pp entre as funções de gestão, no período de 2011 a 2016. Apesar disso, o estudo mostra que as mulheres continuam “subrepresentadas” na liderança e na gestão das empresas instaladas em Portugal (68% do total são do género masculino). “As empresas com mulheres à frente tendem a privilegiar uma maior diversidade de género na gestão dos negócios, com 78% de equipas de gestão deste universo a apresentarem-se mistas. Já os líderes masculinos tendem a constituir equipas de gestão exclusivamente masculinas (53%)”, lê-se no relatório.
Exportações aumentam mas dimensão média das empresas cai face a 2008
As grandes e médias empresas em Portugal representam apenas 5% de todo o tecido empresarial português, mas agregam um peso de 65% da faturação total e 77% das exportações nacionais,
Ainda assim, são as PME (pequenas e médias empresas) que criam mais postos de trabalho. Os gestores destas, que representam 95% do total nacional, são responsáveis por 63% dos colaboradores em todo o tecido empresarial luso.
Segundo a análise da Informa D&B, no final de 2015 havia mais oito mil exportadoras face a 2008, num total de 33 mil empresas. Em termos percentuais, foi entre as pequenas e as médias empresas que se registou maior crescimento da comunidade exportadora naquele intervalo, com aumentos de dez pp e 11 pp, respetivamente. Apesar disso, “as empresas ainda têm hoje uma dimensão média inferior a 2008, com todos os escalões de dimensão a registarem um volume de negócios médio mais baixo”. Desde 2012, apenas 2,2% das empresas subiu de escalão relativamente à dimensão.
Metade das empresas estrangeiras escolhem portugueses para liderar
As empresas de capital maioritariamente nacional apresentam um maior crescimento (+2,9%) em termos de faturação, entre 2012 e 2016, face às de controlo estrangeiro (+2,2%). 51% deste ultimo universo de empresas são lideradas por gestores portugueses. Considerando apenas as empresas com controlo norte-americano, a percentagem sobe para 75% e, por outro lado, são as empresas alemãs que menos optam por profissionais portugueses para liderar o seu negócio no mercado português (o que acontece apenas em 39% dos casos).
“Quanto menores são as empresas, maior é a participação dos gestores no seu capital”. Entre as microempresas, que constituem 95% do tecido empresarial, 86% dos seus gestores participam no capital da empresa, enquanto nas pequenas a participação é de 46% e nas médias empresas 12%. Nas grandes empresas, apenas 1% dos seus gestores são detentores do seu capital.