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AMI dá novo fôlego à primeira marca solidária no País

Por a 11 de Agosto de 2017 as 15:28

O Dia Mundial da Alimentação foi a data escolhida pela AMI para relançar a primeira marca solidária de produtos de grande consumo em Portugal. A SOS Pobreza passou este ano a designar-se AMI Alimenta e prepara-se para entrar numa segunda fase, envolvendo novos produtos e retalhistas.

Para se tonar mais independente dos fundos do Estado, a AMI (Assistência Médica Internacional) decidiu entrar em 2012 para a cadeia de valor portuguesa com a marca SOS Pobreza. Encetou, para isso, conversações com fabricantes portugueses, de áreas que vão desde o cabaz básico de alimentos a produtos de higiene, de forma a que estes passassem, ocasionalmente, a remeter os seus produtos para a grande distribuição com uma embalagem criada pela instituição de solidariedade.

Nasceu assim, há cinco anos, a primeira marca solidária em Portugal, cujas receitas revertem para os projetos da AMI de combate à pobreza ou à exclusão social, os quais estão devidamente identificados no “packaging”.

A ideia tinha tudo para dar certo. Os produtos tornam-se mais apelativos em loja para o consumidor, uma vez que ao comprar os artigos de necessidade básica está a apoiar causas nobres, sem que para isso seja necessário um esforço monetário adicional. No entanto, a carga negativa associada ao nome SOS Pobreza, assim como à cor negra que pintava as embalagens, afastavam o consumidor dos artigos. O que levou parte dos retalhistas, como o El Corte Inglés, a Auchan e o E.Leclerc, a descontinuar a venda de alguns artigos e a AMI a deixar de apostar em produtos que não fossem frutas e legumes, cuja embalagem tem menos impacto na compra.

Ainda assim, a instituição não desistiu do projeto e aproveitou o “rebranding” efetuado por ocasião dos seus 30 anos de existência no mundo, celebrados há dois anos, para dar também uma lufada de ar fresco à submarca. O resultado foi lançado a 26 de abril deste ano, Dia Mundial da Alimentação: o projeto passou a apresentar-se nos lineares como AMI Alimenta e forrado a tons de vermelho.

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“Estamos neste momento com frutas e legumes em sete lojas da Sonae e em toda a cadeia nacional do Intermarché. A Aldi também aderiu, mas com condições diferentes. Fizemos uma ação no dia 9 de março, em todas as lojas desta cadeia no País, e estamos a planear a segunda para breve”, explica em entrevista ao HIPESUPER Isabel Pinheiro, relações públicas e gestora de parcerias da AMI Portugal.

No caso dos legumes, as receitas revertem para apoio à população sénior e, no das frutas, os fundos dirigem-se às crianças. Ambas as missões dizem respeito ao projeto Espaço de Prevenção à Exclusão Social, através do qual a instituição presente em Portugal desde 1994 já abriu nove centros Porta Amiga, que funcionam como centros de dia, e dois abrigos noturnos, os quais acolhem pessoas sinalizadas com problemas familiares, associados à pobreza ou à exclusão social. “Prestamos apoio nas três vertentes da saúde: social, física e mental”, sublinha a responsável.

Segunda fase envolve novos produtos e retalhistas

Para já, além de três retalhistas, o projeto envolve três produtores. São eles a Campotec, fornecedora de maçãs e peras da zona oeste do País, a Horta Pronta, que produz batatas, cenouras e cebolas, e a Sasoal, fabricante algarvia que disponibiliza os citrinos (limão, laranja e clementina). Mas a AMI Alimenta está já a preparar uma segunda fase, através da qual pretende alargar a oferta da marca solidária ao azeite, massas, farinha e arroz. O que pode ajudar a trazer de volta os produtores destes bens que já estiveram envolvidos no projeto quando este ainda assumia a designação de SOS Pobreza. “Esperamos ter estes produtos no mercado até ao final do ano. Queremos que o azeite chegue aos lineares antes do Natal”.

image003Além disso, o projeto quer envolver na segunda fase mais lojas dos atuais retalhistas associados e de outros, estando em negociações com a Auchan, dona do Jumbo, e o El Corte Inglés.  Desta forma, a instituição prevê alargar os 95 mil euros alcançados com a venda de frutas e legumes no primeiro semestre do ano, para os 350 mil euros gerados até final de 2017.

No futuro, Isabel Pinheiro evidencia a vontade de fazer o projeto escalar a outros países onde a AMI atua, mas ressalva que, para já, o objetivo é consolidar e ganhar volume no mercado português, sendo que para uma terceira fase os “enlatados” portugueses são um dos bens que faz sentido envolver neste projeto solidário.

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