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Alibaba responde a investimento da JD.com na Farfetch com novo “pavilhão de luxo”

Por a 8 de Agosto de 2017 as 13:21

A gigante chinesa do ecommerce Alibaba está a preparar o lançamento de um portal dedicado em exclusivo à venda de marcas de luxo na China. 83% das marcas de moda de luxo disponíveis na China são vendidas através da Farfetch.

O “pavilhão de luxo” foi apresentado na semana passada e estima-se que seja lançado no final deste ano enquanto uma nova divisão do “marketplace” Tmall da empresa de Jack Ma, revela o portal Digiday. O novo “hub” oferecerá também às marcas de luxo  ferramentas “extra” de “machine learning”, para que garantam ofertas personalizadas com base nos anteriores registos de pesquisa e compra dos clientes – o que não acontece no Tmall.

A iniciativa surge depois de a segunda maior operadora de ecommerce chinesa, a JD.com, ter investido em junho passado 397 milhões de dólares na plataforma Farfetch, visando criar sinergias para potenciar o ecommerce de moda de luxo na China.

De acordo com a empresa de “digital intelligence” L2, citada pela mesma fonte, 83% das marcas de moda de luxo disponíveis na China são vendidas através da Farfetch. À data da aquisição de parte da empresa, a plataforma de ecommerce fundada pelo português José Neves comercializava já 200 marcas de luxo e contava com a parceria de mais de 500 retalhistas multimarca no país asiático.

Por sua vez, apenas 21% das marcas de moda (de luxo ou não) detém uma loja oficial no Tmall, explica a L2. Em janeiro deste ano a Alibaba contabilizava um total de 14 500 marcas presentes naquele “marketplace”, responsáveis por vendas globais de 19 mil milhões de dólares em 2016.

A corrida pela captação de marcas de luxo para venda no mercado chinês está, assim, em curso, já que os consumidores daquele país representam “um terço das vendas de bens de luxo efetuadas globalmente”, de acordo com a mesma fonte.

Além disso, o comércio online na China está em rápido crescimento. Em 2016, subiu 26% para os 752 mil milhões de dólares, segundo dados da agência chinesa National Bureau of Statistics, a qual atribui a escalada ao crescente número de marcas integradas em sites de ecommerce.

Luta contra contrafação

O lançamento do novo portal acompanha também as iniciativas da Alibaba de combate à venda de produtos contrafeitos, um problema que Jack Ma já mencionou como o “cancro” da sua empresa e que tem vindo a afastar marcas de luxo da sua plataforma de ecommerce. Em 2016, a empresa confiscou um valor total de 437 milhões de dólares em produtos falsificados, o que representa o dobro face a 2015.

O grupo francês Kering, dono de marcas como Gucci e Saint Laurent, abriu há dois anos um processo judicial contra a companhia chinesa por “falta de vontade ou incapacidade” de erradicar os falsos vendedores do seu “marketplace”. No entanto, recentemente a empresa de moda de luxo desistiu do processo e juntou-se à Alibaba no combate à contrafação, seja em loja ou em lojas físicas, reconhecendo os esforços que esta tem vindo a manifestar. A empresa de Jack Ma tem estabelecido acordos com outras empresas de moda de luxo no sentido de remover produtos contrafeitos.

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