Retrato das relações laborais na distribuição

O setor da distribuição criou mais de 9700 postos de trabalho entre 2011 e 2015, revela o mais recente estudo da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED), apresentado esta manhã em Lisboa.

As 129 distribuidoras que compunham a APED em 2015 (hoje são 145) e que representam 10% do Produto Interno Bruto (PIB) português empregavam naquele ano 110 800 colaboradores no País. O valor cresceu a partir dos 87 900 registados em 2011, apresentando um decréscimo em 2012 para os 86 700, para depois evoluir constantemente nos anos seguintes. “Escolhemos um período ligeiramente antes da crise económica para mostrar como o setor se reajustou, apesar de verificar uma redução de cerca de 30% do mercado”, explica Ana Isabel Trigo Morais, diretora-geral da APED, para justificar a queda na variação anual da criação de emprego por parte das empresas da distribuição em 2014 (3400 postos criados face aos 4600 em 2013).

O estudo “As nossas pessoas – Um Retrato Social da Distribuição” indica que as retalhistas associadas da entidade investiram 28 milhões de euros em formação profissional dos seus colaboradores em 2015, ano em que acumulavam um volume de negócio de 18 898 milhões de euros e um total de 3582 lojas. O investimento na formação dos recursos humanos nesse ano “ficou acima da média dos anteriores cinco anos”.

No setor da distribuição, apenas um terço dos colaboradores são do sexo masculino e 54% tem menos de 35 anos. Além disso, mais de metade dos colaboradores trabalha na mesma empresa há mais de cinco anos.

72% dos colaboradores registados no mesmo ano detinham um vinculo efetivo, o que contrasta com a média geral do País assente nos 78%, destaca, por sua vez, Guilherme Dray, coordenador do Livro Verde sobre as Relações Laborais (2016), um dos convidados que discursou na apresentação, cuja sessão de encerramento ficou a cargo do Secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita.

*O HIPERSUPER vai desenvolver este tema na próxima edição impressa.