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Estratégias dos shoppings para oferecerem novas experiências de consumo, por João Vaz (Forum Coimbra)

Por a 20 de Abril de 2017 as 15:08

Por João Vaz, Diretor-Geral do Forum Coimbra*

Atualmente, já não se pode pensar num centro comercial como um local maioritariamente dedicado à compra e venda de produtos e serviços. Com a presença cada vez mais vincada do online, e também com o crescente interesse pelo comércio tradicional de rua nos grandes centros urbanos, impulsionando-se numa forte vertente turística, é cada vez mais importante a adaptação estratégica no âmbito da gestão dos centros comerciais perante estes desafios. Também os próprios operadores sentem esta mudança acelerada e procuram adaptar-se, implementando soluções de operação que acabem por conduzir o cliente às suas lojas.

Existe também, e cada vez mais, um fenómeno de consciência coletiva, que surge como consequência da partilha online através das redes sociais e do seu fenómeno viral, onde se criam tendências todos os dias, contagiando-se a um ritmo nunca antes presenciado. Também em crescendo surgem os níveis de exigência, onde, através destas mesmas plataformas, se tem acesso a exemplos de comparação de que não se dispunha anteriormente.

Afluência de visitantes é indicador primordial de atividade?

Neste enquadramento, os centros comercias são negócios onde a componente da afluência de visitantes se assume como um indicador de atividade primordial. É muitas vezes com base neste indicador que se tomam decisões estratégicas que têm um impacto direto no potencial destes ativos em gerar valor. Com um bom indicador de afluência, está criada a base para um crescimento sustentado. No entanto, perante os desafios impostos pelas soluções alternativas, onde o online assume um destaque cada vez maior, o driver da afluência, que consiste na procura de bens e serviços, acaba por perder força e é aqui que a ligação entre os potenciais visitantes e os centros comercias deve ser fortalecida. O que leva o visitante ao centro comercial tem que passar a ser muito mais do que a simples procura de bens e serviços. É, então, cada vez mais importante dotar os centros comerciais de flexibilidade e capacidade de adaptação ultrarrápida, absorvendo novas tendências, transformando-as em valor. A consequência de não acompanhar o ritmo é o desinteresse precoce pelos projetos, a quebras dos níveis de afluência e de rentabilidade.

O buzz, o feed, o tweet e a hashtag

Assim, com esta problemática em mente, utilizando estas mesmas ferramentas que contribuem para os fenómenos coletivos e para a sua rápida propagação, as melhores entidades gestoras tem desenvolvido estratégias em que se complemente a visita ao centro comercial com uma melhor prestação de serviços, criando as suas próprias tendências, de onde resulta o buzz, o feed, o tweet e a hashtag. Os pontos de interesse que, entretanto, vão criando, assumem as mais diversas formas e feitios e, com base nesta estratégia, que acima de tudo consiste em criar experiências únicas, desenvolve-se um elo emocional entre o cliente e os projetos, o que leva à partilha, encarregando-se o fenómeno de contágio do resto.

Trabalhar este elo é cada vez mais importante num enquadramento em que o online ganha força. Com esta estratégia reforça-se a mensagem de que os centros comercias são também pontos de encontro, de convívio e da verdadeira experimentação, onde existe acesso não só aos bens, mas também às comunidades e às suas pessoas. São, de facto, o local para nos mantermos verdadeiramente ligados.

 

* Shopping gerido pela Multi Portugal

 

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