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Portugueses compram menos quantidade mas gastam mais em inovação

Por a 3 de Março de 2017 as 17:43

16% do total das vendas de bens de grande consumo efetuadas no mercado nacional correspondem a novos produtos. Valor que está acima da média europeia (13,5%), posicionando Portugal como “um dos países mais inovadores quando comparado, por exemplo, com a Espanha, Polónia, Alemanha ou Bélgica”, explica por ocasião da terceira edição do evento Marcas+Consumidores, Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca (associação portuguesa para as marcas de fornecedor).

Na conferência realizada esta quinta-feira (2 de Março) no Deloitte Hub, em Lisboa, na qual foram apresentados dados da consultora Kantar Worlpanel sobre o mercado de FMCG (Fast Moving Consumer Goods) relativos ao último trimestre de 2016. conclui-se que shoppers nacionais estão mais atentos à inovação de produto, que representa 14% do sortido presente das lojas de retalho portuguesas. A média europeia assenta nos 10%.

Os portugueses não se importam de pagar mais por um produto inovador, considerando que os novos produtos apresentam preços, em média, 34% superiores. “Verificou-se uma evolução positiva do comportamento do consumidor português ao longo de 2016. Essa evolução resulta essencialmente do aumento do valor dos produtos que leva para casa, sendo de notar que esse incremento supera amplamente a inflação alimentar”, sublinha Pedro Pimentel.

O mercado de FMCG registou um decréscimo de cerca de 1% em volume e um aumento de 2,1% em valor nos últimos três meses de 2016, números que “confirmam a tendência do comportamento dos portugueses para comprar menos quantidade mas gastar mais a cada ida ao hipermercado”. O volume de vendas do mercado de bens de grande consumo foi penalizado no último trimestre do ano pelas categorias de alimentação (-1,4%), Higiene Pessoal e Beleza (-0,6%) e Bebidas (-0,1%), face ao mesmo período do ano anterior. Por outro lado, a categoria Limpeza do Lar segue a tendência contrária (+1,2%), sendo a “grande impulsionadora do aumento do volume da cesta”. Dentro da categoria, os detergentes para a roupa mantêm-se como o maior investimento dos lares dos portugueses.

Alimentação saudável puxa pela inovação

Os produtos mais saudáveis têm impulsionado as escolhas dos portugueses pela compra de inovação, independentemente do preço. “Os shoppers não se importam de pagar mais por alimentos sem aditivos e sem conservantes, mas também com menor teor de sal e menos gorduras. Esta aposta por um estilo de vida mais saudável é transversal entre populações e extensível à categoria das bebidas, o que revela que os esforços da Distribuição Moderna na adaptação a este tipo de consumidores tem sido recompensada”. Os produtos saudáveis registam um aumento de 2,4% em volume de vendas no último trimestre do ano passado face ao período homólogo do ano anterior. “O valor ‘saúde’ está cada vez mais presente nas opções de compra dos portugueses. Isso reflete-se, por exemplo, na retoma de produtos frescos, bem como nas características e posicionamento de muitos produtos inovadores lançados em Portugal e nos restantes mercados europeus”, explica por sua vez Pedro Miguel Silva, Associate Partner de Retail & Consumer Products da Deloitte.

Marca da distribuição em queda é a mais atrativa da Europa

As marcas da distribuição (MDD) em Portugal, que representam mais de 50% do sortido presentes nos lineares dos retalhistas nacionais mas valem apenas um terço do valor do FMCG, verificam uma tendência negativa constante. Entre 2012 e 2015, as MDD registam um decréscimo na quota de mercado na ordem dos 12%. Ao contrário, por exemplo, dos mercados alemão e espanhol, que crescerem, respetivamente 9% e 2% no mesmo período. Apesar disso, os dados revelam que Portugal oferece a MDD mais atrativa da Europa, apresentando o melhor índice de preço face à marca de fabricantes, ultrapassando países como França ou Espanha. Segundo Blandine Meyer, da Kantar Worldpanel,“num estudo comparativo englobando onze dos mais relevantes mercados europeus, Portugal apresenta o mais elevado percentual de sortido de marcas do distribuidor nos lineares (mais de 50%) e, de longe, o maior diferencial de preços face às marcas de fabricante, mas – apesar disso – a parcela das vendas em valor das marcas dos retalhistas vêm diminuindo e representam atualmente cerca de um terço do total do mercado”.

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