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O ABC do Retalho em 2017

Se 2016 foi o ano da experimentação de conceitos e tecnologias no sentido de aportar mais valor ao retalho, 2017 é o ano da consolidação. Alguns serviços serão descontinuados, enquanto outros vieram para ficar e alterar o panorama do comércio tal como o conhecemos.

Com a colaboração de nove especialistas do setor, em áreas que vão desde o consumo ao transporte, passando pela sinalética digital, o HIPERSUPER apresenta o bê-à-bá dos negócios de retalho para o ano que ainda agora começou

Ana Catarina Monteiro
Distribuição

O ABC do Retalho em 2017

Se 2016 foi o ano da experimentação de conceitos e tecnologias no sentido de aportar mais valor ao retalho, 2017 é o ano da consolidação. Alguns serviços serão descontinuados, enquanto outros vieram para ficar e alterar o panorama do comércio tal como o conhecemos.

Com a colaboração de nove especialistas do setor, em áreas que vão desde o consumo ao transporte, passando pela sinalética digital, o HIPERSUPER apresenta o bê-à-bá dos negócios de retalho para o ano que ainda agora começou

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Ana Catarina Monteiro
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Se 2016 foi o ano da experimentação de conceitos e tecnologias no sentido de aportar mais valor ao retalho, 2017 é o ano da consolidação. Alguns serviços serão descontinuados, enquanto outros vieram para ficar e alterar o panorama do comércio tal como o conhecemos.

Com a colaboração de nove especialistas do setor, em áreas que vão desde o consumo ao transporte, passando pela sinalética digital, o HIPERSUPER apresenta o bê-à-bá dos negócios de retalho para o ano que ainda agora começou.

A – Agilidade na resposta

São vários os pontos de contacto que existem atualmente entre retalhistas e consumidores. As estruturas dos retalhistas estão mais fragmentadas, mas o consumidor exige a mesma rapidez e eficiência na resposta às suas necessidades, seja em loja física, no canal online ou enquanto saltita entre os dois pontos de venda. Neste sentido,Luís Rosário, HeadofHumanIntelligence Design e Business Unit Manager da JasonAssociates, está convicto que “é nas estruturas internas dos retalhistas que irão ocorrer este ano as maiores e mais interessantes alterações em 2017. Na minha perspetiva, eficiência, captação de valor, redesenho organizacional e agilidade são as palavras-chave deste ano para o retalho nacional”.

B – Banalização dos pagamentos digitais

internet shopping,online payment with credit card

A conectividade está a transformar a forma como os consumidores interagem e também as suas expetativas face à experiência de compra, “sobretudo no momento da transação”, considera Paulo Raposo, Country Manager da Mastercard Portugal. “Antecipamos mais mudanças nos próximos cinco anos do que as que aconteceram nos últimos 50 anos e os pagamentos digitais poderão representar já em 2020 entre 20% a 30% dos pagamentos dos consumidores”. Com a democratização dos smartphones e das compras online através destes aparelhos, chegam ao mercado cada vez mais aplicações que reproduzem cartões bancários ou outros processos de transações via “mobile”. A Mastercard detém parcerias com marcas como “Apple, Samsung e Google”, de forma a que os utilizadores “consigam tirar partido dos dispositivos móveis” no momento de pagar. “E isso é muito importante para os comerciantes porque pode representar um aumento significativo das suas vendas”. Além disso, a multinacional de serviços financeiros disponibiliza a plataforma digital Masterpass, a qual permite aos consumidores efetuar pagamentos a partir “de qualquer aparelho conectado, como um tablet ou uma televisão inteligente, sem necessidade de introduzir códigos. É a única solução com a marca do emissor que possibilita transações comerciais multicanal e em diversos dispositivos”.

O diretor de ecommerce dos CTT, Alberto Pimenta, considera por sua vez que “ainda que com pouca expressão visível no retalho em Portugal, a associação de cartões de fidelização a contas de pagamentos residentes nos smartphones combinada com o recurso a tecnologias NFC [NearFiedlCommunication] e QR Codes para compra e pagamentos em loja é uma tendência”. No entanto, “face à segurança que lhe está associada é expectável uma maior adoção dos pagamentos biométricos no retalho”. 

A biometria permite a validação de pagamentos a partir de dados biométricos, impressão digital ou do reconhecimento facial.Um estudo realizado pela Mastercard em Portugal sugere que 40% dos portugueses estão recetivos à validação biométrica de pagamentos, como alternativa ao tradicional PIN. “Destes, 67% dizem preferir a impressão digital, sobretudo por tornar o pagamento mais rápido”, explica o country manager.

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C – Conveniência nos micro-momentos

As ocasiões “I want to buymoments” são micro-momentos que representam para marcas e marketeers“oportunidades de vendas”, traduz Nuno Pimenta, IndustryHeadRetail da Google para Portugal. Captar o cliente nestes momentos é uma questão de conveniência. “Recentemente, um estudo da Google junto dos consumidores norte-americanos mostrou que shopping (comparação de preços, por exemplo), alimentação (melhor sítio para comprar produtos frescos, por exemplo) e restaurantes (entrega de pizza próximo de mim, por exemplo) são os três tipos ‘I want to buy moments’ mais comuns”.

Numa situação de escolha entre duas marcas com a mesma oferta, os serviços complementares à compra podem ser decisivos. Exemplo disso são as garantias de “trocas e devoluções de produto”, sobretudo no canal online. De acordo com Carla Pereira, diretora de Marketing e Comunicação da Chronopost Portugal, em alguns dos setores presentes no ecommerce, as incidências de devoluções podem “chegar aos 30%” das encomendas. Foi sobretudo para dar resposta a estes negócios que a transportadora desenvolveu o portal “return-my-parcel.com”, que consiste em um “sistema de processamento automático”, que permite ao eshopper devolver a sua encomenda através da rede de pontos de recolha “Pickup”, distribuída pela Europa.

Também os Correios de Portugal lançaram no final de 2016 a solução “e-Segue”, a qual veio conferir maior conveniência ao shopper. Dá ao cliente a “possibilidade de decidir sobre o momento (dia e hora) e local da entrega, podendo alterá-los ao longo do seu percurso. Pode agregar compras numa única entrega e tem também à disposição um serviço de devoluções. Tudo isto assente em interatividade diretamente entre o operador e o consumidor”, conta Alberto Pimenta. Os CTT apostam ainda em pontos de entrega alternativos como, por exemplo, entregas em moradas além da casa do cliente, pontos de conveniência, parcel lockers (cacifos), entre outros.

D – Data-driven

Integrada com outras ferramentas, como a geolocalização, dispositivos conectados, sistemas cognitivos ou a realidade virtual e aumentada, a análise de dados potencia a criação de novas experiências para os consumidores. “Os dados são o petróleo da nova economia. Aos dias de hoje, nenhuma empresa deveria sobreviver sem uma equipa de ‘data-scientists’. E neste mundo dos dados, o retalho é um privilegiado porque consegue acompanhar o consumidor em loja e medir o seu comportamento. Os beacons, a geolocalização, as câmaras que fazem o traking do percurso de compra, o reconhecimento das emoções através da captação das micro-expressões, são fontes de conhecimento que se podem traduzir num retorno de elevado valor de utilidade para o cliente quando se consegue antecipar um comportamento. Da mesma forma que o iPhone antecipa o nosso destino habitual e nos informa quanto tempo vamos demorar a chegar, sem pedirmos nada”, dá conta em entrevista Sandra Lucas Ribeiro, Project Director Lisbon da Fabernovel. Um negócio “data-driven”, segundo a especialista, depreende-se com:

  1. Recolha de dados dos consumidores: necessidades e comportamentos;
  2. Desenho de uma oferta personalizada;
  3. Estabelecimento de uma relação conversacional em todos os pontos de contacto e
  4. Avaliação do retorno emocional, racional e financeiro.

Para Luís Rosário, profissional da área de recrutamento e gestão de talento, o crescimento exponencial da capacidade de tratamento de informação, “e sobretudo a utilização de modelos preditivos para ajustar as ofertas aos consumidores são críticos, existindo um grande esforço atual na contratação de talento para os departamentos de ‘analytics’ dos retalhistas”. Neste sentido, a desvalorização desta divisão do negócio por parte dos retalhistas apenas amplia a vantagem competitiva dos que o fazem.

E – Entregas rápidas

Os consumidores são “impacientes” e, portanto, requerem o mínimo de tempo de entrega possível depois de fazer a sua compra. “As empresas precisam inovar nesse sentido”, salienta a diretora de Marketing e Comunicação da Chronopost Portugal, que para responder à exigência de rapidez por parte do cliente final se tornou a “primeira operadora de entregas expresso a oferecer aos seus clientes a possibilidade de entregas de encomendas online ao domingo”.

Smiling young male postal delivery courier man in front of cargo van delivering package

Por sua vez, as entregas no mesmo dia, que trazem oportunidades no ponto de vista da “conveniência e da satisfação” do consumidor, ainda representam “desafios acrescidos”. Em 2017 “vamos assistir a uma certa harmonização deste serviço, mas creio que ainda nem todos os operadores estão preparados para o oferecer com a qualidade que se exige”, sustenta a diretora de Marketing da Chronopost.

O diretor de ecommerce dos CTT corrobora. Este ano, as entregas no mesmo dia e em uma ou duas horas “tenderão a assumir relevância nas grandes áreas urbanas e em particular em alguns setores, como no retalho alimentar, restauração e na grande distribuição”. Ainda assim, esta oferta ainda tem “claramente um peso muito diminuto no conjunto das compras online. Globalmente, a redução dos tempos médios de entrega é uma tendência inexorável” e“as entregas mais longas (mais de três dias) não deixarão de ir perdendo peso a prazo”.

F – Frescos são foco importante

Muitas insígnias alimentares adotaram no ano transato novos conceitos de loja, que mostram sobretudo maior cuidado com os frescos. De acordo com Ana Paula Barbosa, diretora de serviços de retalho da consultora Nielsen, os produtos frescos são “um foco importante da grande distribuição. Estão diretamente associados à alimentação saudável, principalmente junto dos seniores. Nestas categorias, a tendência será para o desenvolvimento de produtos associados à conveniência – produtos prontos a cozinhar ou a consumir”. O crescimento de 14% observado nos produtos de IV gama em Portugal nos últimos dois anos evidencia esta tendência .

“A obsessão pelos frescos, a paixão pelo local, a compra por multicanalidade, a intensa e constante oferta promocional são hoje em dia um ‘must have’ na oferta dos principais retalhistas nacionais”, destaca também Luís Rosário.

G – Globalização dos negócios

O comércio online fez com que as fronteiras entre países se esbatessem, dando alcance global a negócios locais. Cada vez são mais as empresas que nascem no país com perfil exportador. O peso das exportações no volume de negócios das startups lusas aumentou de 46% em 2008 para 63% em 2014, segundo um estudo revelado recentemente pela Informa D&B. O comércio grossista, os transportes e telecomunicações são os setores que assistem ao nascimento de empresas com perfil exportador mais acentuado.

Numa outra perspetiva, atualmente, 45% das compras online realizadas pelos portugueses são feitas em sites estrangeiros, sendo um dos principais impedimentos da compra online é a falta de expedição além-fronteiras. A pensar nesta lacuna de mercado, os CTT lançaram em dezembro do ano passado o serviço Express2Me, o qual permite aos consumidores lusos encomendar produtos a partir de lojas online dos Estados Unidos da América, que não apresentam expedições para Portugal. Assim, mais de “meio milhão” de lojas online americanas passaram a estar à distância de um clique.

Não só para consumidores mas também para retalhistas, a subcontratação dos serviços de logística permite dar resposta a um serviço de transporte que se exige rápido e eficiente, a negócios cada vez mais globais, permitindo às empresas focarem outros aspetos, como o desenvolvimento e a divulgação da oferta.

H – Hiperespecialização da oferta

Há uma nova tendência na organização das insígnias de retalho alimentar. É cada vez mais evidente a presença nos lineares de alimentos saudáveis, biológicos, produtos com características técnicas, como os energéticos ou os que ajudam na perda de peso, além das zonas com superalimentos, das que se destinam em exclusivos aos vegetarianos e aos vegans ou as áreas dedicadas às intolerâncias, quer ao glúten quer à lactose. A Sonae apostou no último ano no lançamento de uma nova insígnia dedicada em exclusivo à alimentação saudável. Uma das tendências para este ano, segundo a diretora de Retail Services da Nielsen, diz respeito à “extensão das gamas de produtos dietéticos e saudáveis, através de um sortido cada vez mais amplo, sofisticado e especializado”.

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Também para Sandra Lucas Ribeiro, a “grande aposta subjacente aos movimentos que se assistem no retalho é a cada vez maior segmentação de produtos que acompanha a crescente fragmentação do mercado. A responsável acredita que o retalho está a preparar as bases para um produto cada vez mais personalizado e ‘on-demand’. Vivemos sem dúvida na era da experiência e da personalização. Os serviços de excelência, que no passado estavam associados ao mercado do luxo, tornaram-se indispensáveis a qualquer negócio”.

I – Interatividade

É previsível que em 2017 se dê a implementação e o reforço dos chamados ‘chatbots’ como estratégia de abordagem em tempo real e personalizada com o cliente”, assegura Carla Pereira. Esta tendência ficou marcada no último ano pelo lançamento por parte de El Corte Inglês de uma assistente digital que responde automaticamente às dúvidas dos clientes através do Messenger do Facebook. Mais recentemente, o centro comercial Colombo passou a disponibilizar um serviço semelhante de apoio ao cliente via WhatsApp.  Estas interações permitem esclarecer os consumidores sobre aspetos como horários de funcionamento, produtos em loja, serviços, entre outras informações.

Também a Chronopost disponibiliza o serviço “Predict”, através do qual envia uma mensagem de texto ou email ao comprador online, dando conta de que se aproxima o momento da entrega efetiva da encomenda, numa janela horária de uma hora.

A interatividade com o cliente é hoje um dos pilares para otimizar a comunicação e fidelização do cliente. A diretora de projetos da Fabernovel acredita que “os retalhistas e as marcas devem começar muito rapidamente a criar automatismos inteligentes para responder e interagir com os seus consumidores”. Não tem de ser necessariamente um bot, “sobretudo se ainda não há relação com o cliente, mas podem começar por ser mensagens cada vez mais personalizadas e contextualizadas, como por exemplo: ‘a sua marca preferida tem um novo produto, olhe para a esquerda, vai encontrá-lo’. O mais importante passa claramente por começar a dar os primeiros passos na Inteligência Artificial”.

J – “Just walk out technology”

A gigante do retalho eletrónico Amazon, com recurso a sensores e outras tecnologias, lançou no último ano o primeiro supermercado sem caixas de pagamento. O valor das compras é debitado diretamente na conta do utilizador. Outros retalhistas, como a cadeia suíça Migros, não tardaram a replicar o conceito. Para Alberto Pimenta, o modelo “self check out” é uma “tendência que está para ficar”. O conceito da empresa de JeffBezos, numa perspetiva de “maior conhecimento dos seus clientes e sua fidelização, será claramente precursora de uma maior generalização ao mundo do retalho”.

Sandra Lucas Ribeiro, não tem dúvidas. “É a experiência de compra que todos os retalhistas ambicionam”, mas faz uma ressalva. “A tecnologia justwalk out desenvolvida pela Amazon, combinada com software de inteligência artificial, visão computacional e sensores, só é possível porque a empresa já apresenta um ecossistema muito maduro e sabe tudo sobre os consumidores, incluindo o número do cartão de crédito”. O espaço da Amazon está disponível apenas para subscritores do serviço “premium” da retalhista. Resta saber se em 2017 mais retalhistas vão desenvolver este conceito.

L – Livetracking

Uma das soluções que responde à necessidade de monitorização em tempo real e foco na experiência do cliente, sobretudo na área do transporte de encomendas, é o Livetracking, o qual permite ao destinatário de uma encomenda acompanhar o percurso da mesma em tempo real e em ambiente de Google Maps. Este é, aliás, um dos serviços disponibilizados pela Chronopost que vem reforçar a confiança do cliente.

Para os distribuidores esta tecnologia implementada em ambiente de armazém pode permitir a redução de perdas e melhor gestão do stock, impulsionado a competitividade do negócio.

M – Mcommerce

Segundo o estudo da Nielsen “Mobile Shopping, Bankingand PaymentSurvey”, 96% dos consumidores lusos com acesso à internet dispõe de um dispositivo móvel. “É uma das taxas mais elevadas da Europa”, sublinha Ana Paula Barbosa. Da quase totalidade dos compradores nacionais, “70% diz estar disposto a fazer uma compra via dispositivos móveis nos próximos seis meses. Assim, podemos facilmente perspetivar que este se poderá tornar o canal preferido dos portugueses para comprar online” nos próximos tempos.

Modern woman shopping looking at smartphone texting or talking smiling happy in clothes store. Beautiful young mixed race Asian / Caucasian young woman shopper.

Para Nuno Pimenta, da Google Portugal, o mobile “volta a ser” em 2017 a palavra de ordem do retalho nacional. “Nunca as pessoas fizeram tantas pesquisas nos seus telemóveis como agora. Os dispositivos tornaram-se o companheiro de shopping de eleição, facilitando decisões de compra imediatas. Um estudo realizado pela Google nos Estados Unidos mostra que 76% dos entrevistados que realizaram uma pesquisa local no seu telemóvel acabaram por visitar uma empresa ou negócio nas 24 horas seguintes e 28% destas pesquisas acabaram em compra”.

Uma das apostas dos retalhistas no último ano foram as aplicações móveis para potenciar a experiência em loja, com dados sobre promoções, produtos ou serviços, ou até “apps” que substituem o cartão de fidelização. No entanto, segundo Luís Rosário, é necessário uma otimização das ferramentas  disponibilizadas. E “enquanto essas melhorias não chegam – sendo as ‘apps’ do Continente e do El Corte Inglés já boas aproximações -, a compra pelos websites será ainda o meio mais recorrente para compra online”.

N – Naturalidade

A procura por produtos saudáveis e naturais é uma tendência que veio para ficar e “não se cinge apenas a produtos alimentares. Vestuário, produtos de higiene e de limpeza seguem o mesmo caminho”, acredita o responsável da JasonAssociates. “Numa fase inicial da globalização, o consumidor procurava pertencer às tribos globais e identificava-se com as marcas mais conhecidas. Atualmente, esse encanto já se desvaneceu um pouco e o consumidor valoriza cada vez mais aquilo que não é massificado, de produção mais limitada e uma maior componente artesanal ou artística. E com o consumidor cada vez mais esclarecido, a sua preocupação e atenção dirige-se para questões de saúde e de qualidade”.

Na alimentação, a tendência para produtos livres de componentes artificiais prejudiciais à saúde dos consumidores, “irá manter-se nos próximos anos. Ainda há espaço para alargar a gama dedicada às necessidades e restrições alimentares, cada vez mais específicas”, observa a diretora de serviços de retalho da Nielsen. O estudo “Global Healthand Ingredient-Sentiment”, realizado pela consultora em 2016, indica que “74% dos portugueses fazem atualmente opções alimentares a pensar na sua saúde e na prevenção de doenças como a obesidade, diabetes, colesterol e hipertensão. Em todas as gamas de produtos alimentares, a tendência será para reduzir o teor de ingredientes considerados prejudiciais para a saúde como açúcar, sal  e gorduras, entre outros”. A redução dos ingredientes indesejáveis nos produtos que fazem parte do dia a dia dos clientes moldará a inovação na alimentação este ano.

O – Omnicanal

Na sociedade atual, em que os consumidores são “bombardeados” com cada vez mais informação e estímulos comerciais, a omnicanalidade é um requisito obrigatório para o retalho. A jornada de compra do consumidor começa hoje muitas vezes online e termina offline. “Os ‘supershoppers’ veem a experiência do shopping online e offline como uma experiência unificada. Pesquisam e compram através dos telemóveis mas também, frequentemente, usam o mobile como um passo prévio antes de visitarem as lojas físicas”, explica o Industry HeadRetail da Google.

No entanto, “com a miríade de plataformas de contacto com o consumidor, o mais importante é estabelecer uma estratégia de comunicação consistente com a audiência. Os recursos não são ilimitados e é crítico perceber quais os canais em que cada marca realmente deve marcar presença”.

A estratégia de estar presentes em todos os canais de contacto pode levar “a uma dispersão de recursos que pode afetar fatalmente o retorno desses investimentos”, alerta por sua vez, Pedro Fernandes, diretor de marketing da empresa Displax.

P – Proximidade

O retalho alimentar inaugurou em 2016 mais de 100 novas lojas em Portugal, com os principais grupos a apostarem sobretudo em formatos de menor dimensão, como é exemplo a insígnia Meu Super, da Sonae, ou a Amanhecer, da Jerónimo Martins. Em 2017, continua a existir um potencial maior para a aposta em pequenos formatos, mais próximos do roteiro dos consumidores – casa, trabalho, transportes- sendo que a modernização dos espaços existentes passa para primeiro plano. “Existem atualmente mais de 12 000 lojas alimentares com menos de 400 metros quadrados em Portugal. A maioria destas lojas são independentes, mas a tendência será para a sua transformação para formatos mais modernos, através de modelos de franchising ou de comércio integrado”, dá conta Ana Paula Barbosa.

Por sua vez, a expansão das lojas no canal não alimentar será “anémica” e seguirá “formatos de média dimensão, alinhados com as aberturas verificadas nos últimos cinco anos”, perspetiva Luís Rosário.

Q – Qualidade-Preço como “dado adquirido”

Os retalhistas já habituaram os clientes à oferta de “preços sempre baixos”. As promoções “continuarão este ano a influenciar muito as escolhas dos consumidores, no entanto o seu efeito tende a diminuir à medida que se vão banalizando”, explica a especialista da Nielsen. Ou seja, o consumidor considera os descontos como um dado adquirido.

© vege - Fotolia.com (2)
Assim, “o desafio das marcas e insígnias em 2017 será a fidelização do shopper” e, para isso, a relação qualidade-preço já não é suficiente. “Há que encontrar novas formas de captar a sua atenção. Nos últimos anos, assistimos a várias campanhas de coleccionáveis (peluches, miniaturas ou loiças) promovidas por empresas do retalho alimentar. São bons exemplos de promoções que não têm como principal benefício o preço e conseguem levar a um aumento do gasto, uma maior regularidade da compra e geram lealdade”, exemplifica a responsável.

Sandra Lucas Ribeiro afina pelo mesmo diapasão.O consumidor “procura agora experiências assentes em valores (saudável, status, estilo, entre outros) e tende a tornar-se um ‘consum-ator’, sendo o retalho o palco de uma experiência na qual ele tem o papel principal”.

R – Robotização

A automatização – ou a substituição da intervenção humana por equipamentos robotizados – pode simplificar e agilizar processos mais demorosos. Como é o casa da logística e processamento de encomendas nos armazéns. A Amazon, por exemplo, adquiriu a empresa KivaSystems para agilizar os seus centros de armazenagem. “Este é um bom exemplo de robotização em grande escala,com um nível muito exigente de Inteligência Artificial”, destaca a responsável da Fabernovel.

No entanto, a automatização dos processos em ambiente de loja ou a utilização de drones para transporte ainda enfrentam desafios legais e de segurança que precisam ser contornados. Pelo que não se antecipa no mercado nacional significativas mudanças na aplicação destes sistemas.

S – Social Media

Assim como o mobile, a presença nas redes sociais é um fator crucial na experiência de compra proporcionada aos clientes. Além de os social media serem poderosas plataformas de marketing, confundem-se cada vez mais com canais de venda direta.

A responsável daChronopost perspetiva que as “compras sociais” venham também a evoluir em 2017, sendo “já possível identificar produtos nas redes sociais que automaticamente encaminham o utilizador para a página de compra do respetivo retalhista”.

T – Tecnologia com propósito

“Tecnologia por tecnologia não acrescenta valor”, destaca Pedro Fernandes. “Não é exequível pensar que o consumidor médio vai ter dez‘apps’ de marcas de retalho. Para trazer retorno, a tecnologia tem que ser pensada e aplicada de uma forma integrada e consistente com a marca, o espaço físico e a experiência de compra. Se em 2016 houve muita experimentação de novas tecnologias, em 2017 vamos assistir à consolidação das experiências mais bem-sucedidas e a sua replicação”.

U – “Uberização” dos transportes

A combinação das preocupações ambientais, eficiência energética, redução de custos, modelos de economia partilhada e otimização de rotas tendem, num contexto de smartcities, a um maior recurso a veículos híbridos e elétricos e a uma maior experimentação de veículos autónomos e semiautónomos. A “uberização” dos modelos de entrega, “já experimentada em outras geografias, verá surgir em 2017 e em Portugal os seus primeiros projetos-pilotos associados a novos modelos de negócio”, considera o diretor de ecommerce dos CTT.

V – Virtual Reality

A tecnologia que leva os consumidores para um mundo virtual tem sido um dos acessórios mais aproveitados para proporcionar experiências diferenciadoras em loja. “No ano passado assistimos ao ‘pré-boom’ da realidade virtual, que promete mudar o panorama do retalho, dando origem a novas e inovadoras formas de comunicação”, considera a responsável da Chronopost. Este ano, prevê-se uma maior utilização desta ferramenta, cuja utilização ainda se encontra em estado embrionário na criação de experiências “memoráveis”.

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Fator – X

A possibilidade de misturar o físico com o real é algo a que vamos assistir cada vez mais. No entanto, há um fator-chave para o sucesso das implementações tecnológicas: a qualidade dos conteúdos. Na sinalética digital, “há novos formatos de ecrã, totalmente inesperados e fora do comum ou por exemplo resoluções de ecrã absurdamente realistas que, conjugados com conteúdos de elevada qualidade, tornam-se uma combinação vencedora, que justifica a visita ao espaço físico”, denota Pedro Fernandes.

Z – Zonas turísticas

O turismo tem sido o grande dinamizador do retalho nacional, em particular nas cidades do Porto e de Lisboa. O presidente da Associação de Comerciantes do Porto, Nuno Camilo, está certo que em 2017 o comércio continuará a crescer, “em número de espaços particularmente na cidade invicta, onde a procura continua em alta e a pressão imobiliária é enorme”. O comércio de rua, modelo que mais beneficia com o crescimento do turismo, “vai continuar a expandir à boleia do binómio turismo/reabilitação urbana, que tem sido muito relevante para o desenvolvimento e crescimento na malha urbana das cidades”.

 

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PetMaxi assinala 10 anos com crescimento e aposta na inovação

A PetMaxi celebra uma década de atividade, marcada pela aposta em inovação, sustentabilidade e expansão internacional.

Fundada em 2015, em Ferreira do Zêzere, aempresa portuguesa dedicada à produção de alimentos para cães e gatos, tornou-se uma referência no setor, exportando atualmente cerca de 50% da sua produção para mais de 40 países.

A PetMaxi sublinha em comunicado que, ao longo dos últimos dez anos, a PetMaxi registou um crescimento contínuo, investindo na modernização dos seus processos e na obtenção de certificações internacionais. Desde 2017, mantém a certificação IFS Food, sempre com a classificação mais elevada, além de certificações em Gestão de Energia e Gestão Ambiental.

Refira-se que a empresa tem apostado ainda na diversificação dos seus produtos, introduzindo ingredientes como ovo fresco e proteína de inseto, além de ter sido a primeira em Portugal a desenvolver uma gama de alimentos sem cereais.

A preocupação com a sustentabilidade tem sido um dos eixos estratégicos da empresa, com investimentos na redução do impacto ambiental da produção e na eliminação de corantes artificiais, sublinha ainda em comunicado.

 

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Retalho

2025 começa com recuo na criação de empresas

Foram criadas 4.716 novas empresas em janeiro de 2025, uma queda de 16% face a janeiro de 2024. Por outro lado, encerraram 656 empresas, número abaixo do mês homólogo.

No mês de janeiro, foram criadas 4.716 novas empresas em Portugal. São menos 893 do que no mesmo mês de 2024 o que representa uma queda de 16%. A descida aconteceu na maior parte dos setores e distritos, indica o Barómetro Informa, realizado pela Informa D&B com base em publicações de atos societários efetuados no portal Citius do Ministério da Justiça, até 04 de fevereiro de 2025.

Os únicos distritos a registar crescimento na criação de empresas, ainda que ligeiro, foram Viana do Castelo (mais 3 constituições; +3,1%), Viseu (mais 3 constituições;+2,2%) e Açores (+6 constituições;+40%).

Em relação aos setores, as exceções são a Agricultura e outros recursos naturais, onde foram criadas mais 14 empresas (+8,9%), e as Atividades imobiliárias, com mais 45 constituições, (+9,2%), do que em janeiro de 2024. No primeiro, o aumento registou-se exclusivamente na atividade de ‘Agricultura e pecuária’ (+20%; +26 constituições), já que nos restantes subsetores este indicador desceu. Nas Atividades imobiliárias, quase todos os seus subsetores registam crescimento nas constituições de empresas, refere o Barómetro Informa.

Os setores que registam as maiores descidas são também os que habitualmente concentram o maior número de novas empresas, como os Serviços gerais (-214 constituições; -24%) e os Serviços empresariais (-135 empresas constituídas; -15%). Pelo segundo ano consecutivo, o setor dos Transportes registou “uma descida significativa no mês de janeiro” (-128 empresas criadas; -25%), “provocada pela queda na criação de empresas de ‘Atividades de serviços de transporte de passageiros, a pedido, em veículo com condutor’ (-144 constituições; -37%)”, informa o estudo.

Menos empresas encerradas
No primeiro mês de 2025 encerraram 656 empresas, um registo abaixo do registado em janeiro do ano passado. “Analisando o acumulado dos últimos 12 meses, este indicador atinge os 13.359 encerramentos de empresas, o que corresponde a -13% encerramentos face aos 12 meses anteriores”, avança o Barómetro. Neste mesmo período, o setor dos Transportes (+59 encerramentos de empresas; +7,6%) foi o único a registar um aumento no número de encerramentos de empresas face ao período homólogo.

Quanto às insolvências, em janeiro deste ano 195 empresas iniciaram um processo de insolvência, o que corresponde a uma descida de 8% (menos 17 empresas) face a janeiro do ano passado. Uma descida verificada em mais de metade dos setores de atividade, com destaque para as Indústrias, setor que concentra o maior número de empresas com processos de insolvência no mês.

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Princesa Amandine distinguida com o prémio Sabor do Ano pelo quarto ano consecutivo

O selo Sabor do Ano 2025, atribuído pelo grupo Global Quality Iberia, será incluído nos dois formatos disponíveis em Portugal: o saco de 1,5 kg, com de calibre de 40-65 mm e, o formato especial de micro-ondas de 400 gr, com um calibre mais pequeno, de 35-45 mm.

A batata Princesa Amandine acaba de receber pelo quarto ano consecutivo o prémio Sabor do Ano, uma distinção que resulta da avaliação do produto pelos consumidores, através da pontuação de diferentes parâmetros como o aspeto, o sabor, o cheiro, a textura e a satisfação global, num teste realizado por laboratórios sensoriais independentes.

“Receber o título de Sabor do Ano pela quarta vez consecutiva reafirma a confiança que os consumidores portugueses têm na batata Princesa Amandine. As suas caraterísticas diferenciadoras, com um sabor fino, saboroso e cremoso, e a sua excelente firmeza quando é cozinhada, fazem dela a escolha preferida dos consumidores e dos chefes de cozinha”, afirma Jean Michel Beranger, diretor geral da Associação Ibérica da Princesa Amandine, em comunicado.

Para Princesa Amandine, o sucesso da batata reside no cuidado que é dado às batatas ao longo de todo o processo, desde o trabalho em campo, no cultivo e na colheita, até ao transporte para chegar à mesa. “É a única marca capaz de produzir e oferecer a mesma variedade de batata durante todo o ano, para que os consumidores não sejam surpreendidos e, possam consumir sempre o produto com a mesma qualidade e sabor”, explica Jean Michel.

O novo selo Sabor do Ano 2025 para produtos de retalho, atribuído pelo grupo Global Quality Iberia, será incluído nos dois formatos disponíveis em Portugal: o saco de 1,5 kg, com de calibre de 40-65 mm e, o formato especial de micro-ondas de 400 gr, com um calibre mais pequeno, de 35-45 mm.

 

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Bebidas

Aveleda apresenta a nova imagem da gama Parcelas

A empresa vitivinícola refere que a nova imagem “reflete o caráter único dos vinhos Aveleda Parcela do Roseiral e Aveleda Parcela do Convento”.

O rebranding da sua gama Parcelas, representa para a Aveleda um novo capítulo na identidade visual “de dois vinhos únicos”. “Com um design elegante, a nova imagem espelha a origem dos vinhos Aveleda Parcela do Roseiral e Aveleda Parcela do Convento”, destaca.
Com uma produção muito limitada e oriundos de um micro-terroir, os vinhos da gama Parcelas, um monovarietal Alvarinho, no caso do Aveleda Parcela do Roseiral, e um Loureiro no caso do Aveleda Parcela do Convento, refletem a atenção ao detalhe em cada fase do seu processo de criação.

Para a brand manager da marca Aveleda “este rebranding vai além de uma simples atualização estética, com um design mais sóbrio e elegante”. “Trata-se de uma evolução estratégica da marca, que visa reforçar a conexão com consumidores exigentes e entusiastas de um segmento de vinhos mais complexos e com uma história ancorada nas origens. A nova identidade tem como objetivo consolidar a gama Parcelas, tornando os seus atributos de valor mais claros e intuitivos, facilitando assim a decisão de compra e fortalecendo a perceção da marca no mercado”, detalha Filipa Albergaria.

Fundada em 1870, a Aveleda desenvolve a sua atividade na Região dos Vinhos Verdes, Douro, Bairrada, Algarve e, mais recentemente, em Lisboa, contando com uma extensão de vinha de cerca de 600 hectares e 175 colaboradores. Presente em mais de 70 países, tem como principais mercados os EUA, Brasil, Canadá, Alemanha e França.

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ESG

Too Good To Go reforça papel na luta contra o desperdício alimentar com crescimento em 2024

Só no ano passado, foram salvas 1.576.880 de Surprise Bags em Portugal, o que se traduz em ter evitado o desperdício de 1275 milhões de litros de água e 4.4 milhões de m2 de terra, o equivalente a 510 piscinas olímpicas e 617 campos de futebol, respetivamente.

2024 foi um ano de crescimento para a Too Good To Go. Só no ano passado, foram salvas 1.576.880 de Surprise Bags em Portugal, o que se traduz em ter evitado o desperdício de 1275 milhões de litros de água e 4.4 milhões de m2 de terra, o equivalente a 510 piscinas olímpicas e 617 campos de futebol, respetivamente. A comunidade da Too Good To Go ajudou também a contribuir para evitar a emissão de mais de 4.2 milhões de quilogramas de dióxido de carbono equivalente (CO2e). Este impacto ambiental positivo reforça o papel crucial da empresa na mitigação das emissões dos gases de efeito estufa, alinhando-se assim com os princípios da sustentabilidade, sublinha a empresa de impacto social com certificação B Corp em comunicado.

Ainda em 2024, comemorou-se o quinto aniversário da Too Good To Go em Portugal e o êxito da aplicação em território nacional, que com mais de 5 milhões de Surprise Bags salvas em apenas cinco anos, através da plataforma, evitou 14 milhões de quilogramas de CO2e, o equivalente a 2.534 voos à volta do mundo. Ao longo destes anos, reuniu ainda mais de 2 milhões de utilizadores e 4 mil parceiros, tais como Auchan, Celeiro, Padaria Portuguesa, Gleba, Pizza Hut, Pans&Company, Sheraton, Galp, Hilton, UCI, entre outros.

“2024 revelou-se um ano extraordinário para a Too Good To Go Portugal, celebrando-se as mais de 1,5 milhões de Surprise Bags salvas pela nossa comunidade na luta contra o desperdício alimentar. Estes resultados demonstram o empenho de todos os envolvidos para com a promoção de práticas sustentáveis. Uma abordagem consciente a este problema reflete-se não só numa responsabilidade, mas também numa estratégia prática para promover um futuro sem desperdício alimentar”, afirma Maria Tolentino, Country Director da Too Good To Go Portugal, citada em comunicado.

Um ano de novas soluções

Atualmente, em Portugal, mais de 1.9 milhões de toneladas de comida são desperdiçadas, deste número 227 mil toneladas correspondem ao comércio e distribuição alimentar (INE, 2022). Com base nestes dados, foram criadas soluções que alargam a missão da Too Good To Go contra o desperdício alimentar, como a Too Good To Go Platform, um software modular impulsionado por inteligência artificial e lançado em 2024 que ajuda a rastrear e redistribuir os excedentes alimentares. Este software identifica nas prateleiras dos estabelecimentos os produtos cuja data de validade está próxima e escolhe a opção mais adequada para reduzir o preço, aplicando o percentual de desconto adequado e imprimindo as etiquetas, ou dando-lhes saída através das Surprise Bags, graças à sua integração com a aplicação da Too Good To Go.

A Too Good To Go continuou também a expandir a iniciativa “Observar, Cheirar, Provar”, um distintivo instaurado desde 2021. Este distintivo é adicionado à embalagem dos produtos com data de validade, e ajuda o consumidor a lembrar-se de que um produto que passou a sua data de durabilidade mínima pode ainda estar bom para consumo, e que o incentiva a confiar nos seus próprios sentidos. Atualmente, esta iniciativa conta com o apoio de 46 marcas, como a Bimbo, Kellogg’s, A Vaca que Ri, e muitas outras. Este distintivo pode ser encontrado em mais de 600 produtos das mesmas marcas, o que anualmente corresponde a 700 milhões de embalagens com esta recomendação.

Adicionalmente, a Too Good To Go uniu forças em 2024 com a Refood, a associação Unidos contra o Desperdício e a WWF (World Wide Fund for Nature) para em conjunto com os partidos políticos nacionais dialogarem sobre a inclusão da luta contra o desperdício alimentar nos seus programas eleitorais para as eleições legislativas de 2028. A Iniciativa Liberal, o PSD, o Bloco de Esquerda e o PAN promoveram a consciencialização do desperdício de alimentos, o que segundo a Too Good To Go é considerado um passo muito positivo para dar visibilidade a este grande desafio. Para além desta união, a Too Good To Go também aderiu e assinou o Pacto do Porto para o Clima, uma iniciativa da Câmara Municipal do Porto, que acolheu tal como a Too Good To Go, a Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP) como novos parceiros comprometidos com a neutralidade carbónica na cidade até 2030.

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Premium

Lojas físicas e online: empresas apostam na complementaridade

Apesar do crescimento do segmento de vendas online, as lojas físicas, seja em comércio tradicional ou em centros comerciais, continuam de portas abertas. Em muitos casos, as empresas com espaços físicos não só coexistem com esta forma de vendas assente em novas tecnologias, como passaram a comercializar os seus produtos em ambos os canais, online e offline. É o caso de Intermarché, Worten e Science4you, que avançaram ao Hipersuper as estratégias que adotam para que as lojas físicas e as vendas online se complementem.

Para muitos consumidores, nada substitui o contato personalizado, a experiência de ter o produto nas mãos e confirmar visualmente o que realmente procura. Mas para outros, nada se compara à comodidade e à facilidade de encomendar online. Mas num e noutro canal, os consumidores portugueses aumentaram os gastos. Segundo o estudo ‘Hábitos de compra do shopper português’ da in-Store Media, em parceria com a Nielsen, no online, a frequência de compra é de aproximadamente uma vez por mês, enquanto no offline é mais de três vezes por semana. O valor médio por compra online (51€) é duas vezes superior ao valor offline (24€).

O estudo foi realizado com o objetivo de compreender as preferências e hábitos de consumo atuais e ajudar as marcas a otimizar a rentabilidade do investimento em Retail Media e concluiu que a loja física é o principal canal de compras, com 97% dos consumidores a recorrerem a este formato, apesar de quase um em cada quatro (22%) já comprar online.
Os hipermercados registaram um aumento de 1,6% na penetração e os supermercados cresceram 1,1% no valor. E há sempre, e cada vez mais, os que utilizam os dois formatos de compras. Motivo pelo qual muitas empresas estão a oferecer ambas as formas de adquirir produtos ou serviços. E a criar estratégias para que as lojas físicas e as vendas online se complementem.

Mário Costa, diretor geral do Intermarché

Intermarché: aposta na complementaridade

”No retalho atual, a integração entre os canais online e offline é essencial para oferecer uma experiência de compra fluida e adaptada às necessidades de cada cliente. No Intermarché, apostamos em estratégias que promovem esta complementaridade”, salienta Mário Costa, diretor geral do Intermarché, dando como exemplo o serviço click and collect que permite aos clientes realizar compras online e recolhê-las na loja física, “reduzindo preocupações com horários de entrega e custos adicionais”. “Além disso, as lojas físicas funcionam como pontos de troca e devolução de produtos adquiridos online, reforçando a conveniência e o foco no cliente”, acrescenta.

O Intermarché trabalha ainda com promoções ativadas online que são concretizadas em loja e com ofertas e promoções cruzadas, que se traduzem por descontos exclusivos para compras online após uma transação física, e vice-versa. E elege a personalização como um “pilar estratégico”, que trabalha através dos canais digitais, utilizados para criar recomendações alinhadas ao perfil de cada cliente, e através das apps, que garantem a transição entre os canais, “seja em métodos de pagamento integrados ou no acesso a programas de fidelização únicos”, explica Mário Costa.

A insígnia do Grupo Mosqueteiros implementou prioridades transversais aos dois conceitos de venda no âmbito da sua política de complementaridade dos canais. “Em ambos os canais, destacamo-nos por um posicionamento discount, combinando preços competitivos com a qualidade e frescura dos nossos produtos, sobretudo nos frescos, que são uma das nossas apostas”, revela o responsável. No fundo, a loja física “continua a ser essencial para criar relações de proximidade e confiança”, enquanto o online “amplia a conveniência e a personalização da oferta” define Mário Costa.

As lojas físicas continuam, assim, a ser o pilar central da operação do Intermarché, com a estratégia a passar por consolidar ainda mais este modelo. Mas tal não significa reduzir a aposta no canal online: “tem um potencial significativo de crescimento até conseguirmos pelo menos estarmos alinhados com as médias de penetração do setor”, assegura o diretor geral do Intermarché, acrescentando que o foco está em “aprender com as melhores práticas do mercado e evitar os erros comuns cometidos por quem entrou mais cedo no digital”. Nesse sentido, os investimentos em 2025 serão direcionados para fortalecer esta integração, “tanto na infraestrutura digital quanto na experiência omnicanal, de forma a atender de forma consistente todos os perfis de clientes”, descortina. O objetivo “é oferecer uma proposta online diferenciada, que compreenda verdadeiramente as necessidades dos consumidores portugueses”, conclui.

O mercado de e-commerce europeu enfrenta uma série de desafios, mas também de oportunidades. Em 2023, o volume de negócios de e-commerce na Europa atingiu 887 mil milhões de euros, mais 3% em relação a 2022. Segundo o recente European E-Commerce Report 2024, o setor mostra resiliência em meio à inflação, à competição com gigantes asiáticos e às exigências da transição verde e digital. Mas enfrenta entraves que pedem uma ação coordenada a nível europeu para que o potencial pleno deste canal de vendas seja alcançado.

Science4you: inovação para os dois canais

Na maior empresa de brinquedos na Ibéria com fábrica própria e equipa de R&D o foco está sempre no lançamento de produtos inovadores que sejam vendáveis em todos os canais, produzindo stock do mesmo SKU para todos os canais.
“Conseguimos desenvolver brinquedos personalizados à medida do cliente/canal de venda, seja com a marca Science4you ou Private Label – para retalhistas, entidades públicas e entidades privadas. Por vezes desenvolvemos brinquedos únicos para uma empresa ou retalhista com caixa personalizada, componentes próprios e dinâmicas de jogo específicas”, conta o Chief Digital Officer & Partner da Science4you. Também a nível da comunicação a estratégia passa por divulgar brinquedos que estejam presentes em mais canais de venda, já que “a oferta de produto genericamente é mais curta no canal físico, uma vez que os retalhistas têm apenas parte do nosso catálogo de produtos que complementam com outras marcas de brinquedos”, acrescenta Filipe Almeida.

Filipe Almeida, Chief Digital Officer & Partner da Science4you

Quanto às prioridades para cada um dos conceitos de venda, o responsável começa por referir o que ambos têm em comum: a inovação ao nível de produto, que aponta como um dos principais fatores de diferenciação da empresa. “A indústria dos brinquedos ‘pede’ novidades todos os anos e a Science4you é reconhecida por lançar produtos diferentes do normal, conseguindo manter um cariz educativo na experiência do brinquedo. Por exemplo em 2024 lançámos a Fábrica de Plasticina que é o primeiro brinquedo que permite às crianças criar do zero a sua própria plasticina, tendo ganho prémio de melhor brinquedo STEM em 2024. Para o futuro continua a ser crítico a Science4you lançar brinquedos diferentes e inovadores no mercado, seja em lojas físicas seja online”, assegura.

À parte este fator em comum, Filipe Almeida aponta o que diferencia os dois canais de venda.

No segmento de lojas físicas, desde 2020 a Science4you tem vindo a descontinuar os pontos de venda da marca e a focar-se em vender nos retalhistas, nomeadamente hipermercados, supermercados e lojas especializadas de brinquedos. Implementou ainda a estratégia de criar mais categorias de produto para além do ‘puro científico’, e que resultou em mais brinquedos de linhas como ‘Cosmética’, ‘Comestíveis’, ‘Arts & Crafts’ e ‘Robotics’, “de forma a conseguir ter mais variedade de produto numa prateleira”, revela o Chief Digital Officer & Partner da empresa.

Já no canal online, o plano passa pela expansão para novos mercados, “nomeadamente Estados Unidos, o maior mercado do mundo”, avança. Apenas 10% das vendas online da Science4you são em Portugal e apesar de a marca não ter tanto brand awareness fora de Portugal, o seu produto inovador “tem sido a alavanca para este sucesso na internacionalização”, salienta.
Em 2024, o peso das vendas da Science4you repartiu-se por 60% nas lojas físicas e 40% no online, mas Filipe Almeida diz que na indústria dos brinquedos tem-se verificado um crescimento das vendas online e uma diminuição das vendas em canal físico. Uma tendência de consumo que a empresa está a acompanhar, investindo mais online, apesar de não pretender “desinvestir de todo no canal físico que continua a representar a maior fatia do mercado”, assegura.

No contexto do e-commerce em Portugal, os dados do European E-Commerce Report 2024 mostram uma expansão sólida e crescente no número de utilizadores de internet e e-shoppers, com estes a registarem um crescimento de 55% em 2023 e com uma previsão de subida para 56% em 2024. “Estes indicadores sublinham o potencial do mercado digital português, onde a presença de grandes plataformas e a confiança em transações digitais continuam a expandir-se”, conclui o relatório.

Francisco Freixo, Head of Area – Sales & Store Operations Portugal

Worten: uma empresa assumidamente omnicanal

”A Worten assume-se hoje, como uma empresa omnicanal, seguindo uma estratégia de crescimento assente num forte investimento na transformação digital e na integração dos seus canais de venda”, assegura Francisco Freixo, Head of Area – Sales & Store Operations Portugal. “A omnicanalidade é uma das linhas estratégicas da empresa. Trabalhamos a omnicanalidade do ponto de vista da jornada do cliente, garantindo que as lojas físicas e as vendas online se complementem de forma eficaz, proporcionando uma experiência integrada e conveniente para os clientes”, acrescenta Marta Sousa. Head of Area – Digital Business da empresa.

Essa estratégia passa por integrar os vários canais, loja física, website ou APP, complementares entre si e cada um com um papel de relevo. Nas lojas físicas, a Worten tem o foco no desenvolvimento da relação de confiança e de fidelização dos clientes, “através de uma força de vendas especialista” que os acompanha “desde o aconselhamento no ato da compra, até à personalização do atendimento para resolução de problemas, trocas ou devoluções”, aponta Francisco Freixo. “Por sua vez, a capilaridade do nosso parque de lojas físicas oferece convenientemente aos clientes a disponibilidade imediata de produto ou a experimentação dos mesmos antes de comprar, sendo esta, uma importante vantagem competitiva”, diz ainda. O responsável destaca também o desenvolvimento de tecnologia de suporte à venda em loja “que, ao disponibilizar o acesso ao conteúdo e funcionalidades do site, possibilita que toda a gama disponível online e Marketplace seja vendida em loja, pelo vendedor”.

No canal online, a Worten tem investido em serviços como o click & collect em 15 minutos – “compra online e levantamento em loja, disponível em todas as mais de 200 lojas Worten” para uma gama alargada de produtos “e também para artigos Marketplace”, refere Marta Sousa.

A responsável destaca ainda as devoluções em loja de compras online, tanto para artigos vendidos pela Worten, como por Marketplace; a integração de stock omnicanal, que permite ao cliente “consultar online e em tempo real o stock das lojas Worten”; as compra online de serviços que podem ser efetuados na loja, como aplicação de películas de telemóvel ou setup de equipamentos informáticos; a compra de produtos sem stock disponível na loja, com o cliente em loja a poder comprar a mesma gama que vê no site da Worten, com entrega do artigo em sua casa ou em loja; e o serviço de videochat, que permite ao cliente interagir com um colaborador de loja e visualizar os produtos em loja.

Numa empresa onde o canal das lojas físicas continua a representar a maioria das vendas, é fundamental “continuar a apostar e consolidar a nossa liderança, potenciando as várias sinergias com o canal digital, nomeadamente através das APP, que tem a virtude de conseguir aproximar os dois canais”, afirma Francisco Freixo. “Em estudos recentes de mercado, mais de 50% dos nossos clientes, alegam razões como a impossibilidade de ver e tocar o produto, a disponibilização imediata ou a necessidade de tirar dúvidas ou falar com um colaborador, como barreiras à compra online e que facilmente são colmatadas diretamente nas nossas lojas físicas”, complementa.

Por outro lado, com o e-commerce a representar 21.2% das vendas (foram 18.4% em 2023), a Worten vai continuar a reforçar este canal em 2025. “Vamos continuar a investir na expansão do Marketplace e no aumento da penetração digital, focar na eficiência operacional e monetização dos ativos digital com investimentos na área de Retail Media, em melhorias na experiência de cliente, desde a pesquisa, personalização da experiência, entregas e devoluções e construção de uma relação mais próxima, personalizada e recorrente”, exemplifica a Head of Area – Digital Biusiness. “Com foco em crescimento sustentável, inovação e experiência do cliente, queremos consolidar a nossa posição de líder no e-commerce em Portugal”, aponta Marta Sousa.

Quanto às prioridades para cada um dos canais, na empresa do grupo Sonae especializada no retalho de produtos eletrónicos, de consumo e de entretenimento, variam entre as vendas online e físicas. Mas também aqui as duas formas de vendas “estão alinhadas com uma estratégia omnicanal que coloca o cliente no centro”, assegura Marta Sousa. A amplitude da oferta, “com mais de sete milhões de artigos à venda no website e crescendo na gama”, a facilidade de navegação e pesquisa, a personalização da experiência do cliente, as entregas rápidas e flexíveis com serviços de instalação e configuração dos produtos e o crescimento na área de serviços são as prioridades avançadas pela Head of Area – Digital Business no canal digital.

“A prioridade da Worten sempre foi a satisfação do cliente”, sustenta Francisco Freixo. “Ao retirar todas as entropias na relação com o cliente, ao simplificar e agilizar os processos de venda, de pós-venda ou devolução e ao derrubar quaisquer barreiras entre canais, vamos garantir maior satisfação dos nossos clientes. É nisso que vamos continuar a trabalhar”, assegura ainda o Head of Area – Sales & Store Operations Portugal.

Sobre o autorAna Grácio Pinto

Ana Grácio Pinto

Alimentar

Nestlé assinala o Dia dos Namorados com edição especial da Caja Roja

A Nestlé Portugal apresenta uma edição limitada dos bombons Caja Roja, agora disponíveis numa embalagem em formato de coração, especialmente concebida para assinalar o Dia dos Namorados.

Esta novidade, já disponível nos pontos de venda habituais, pretende oferecer aos consumidores uma forma simbólica e distinta de celebrar a data, combinando a diversidade e a qualidade dos bombons com um design romântico e apelativo.

“Com o lançamento de Caja Roja em formato coração, pretendemos proporcionar aos nossos consumidores uma forma especial de assinalar o Dia dos Namorados, bem como, outras datas especiais de demonstração de amor, afeto e amizade. A combinação entre uma seleção cuidada de bombons de alta qualidade e uma apresentação apelativa resulta numa opção que, acreditamos, irá encantar quem a recebe.”, afirma Bruno Martiniano, Business Development Manager Confectionery da Nestlé Portugal.

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ESG

Electrão encaminhou para reciclagem mais 31% de equipamentos em 2024

A associação recolheu mais de 36 mil toneladas destes resíduos, com destaque para o aumento na recolha de elétricos de grandes dimensões, que subiu 43%.

Em 2024, o Electrão registou um novo aumento na recolha de equipamentos elétricos, enviando para reciclagem mais de 36.381 toneladas destes resíduos, um crescimento de 31% em relação ao ano anterior, em que tinham sido recolhidas mais de 27 mil toneladas, e de 52% face a 2022, ano em que foram encaminhadas para reciclagem quase 24 mil toneladas.

Entre os elétricos que os cidadãos mais entregaram para reciclagem estão os de grandes dimensões, como máquinas de lavar roupa ou frigoríficos (22.233 toneladas), seguidos de equipamentos como aspiradores, torradeiras ou ferros de engomar (6.837 toneladas). Foram também recolhidas 4.470 toneladas de equipamentos de informática e telecomunicações (como telemóveis), 2.456 toneladas de ecrãs e 313 toneladas de lâmpadas.

A Associação destaca o aumento na reciclagem de grandes equipamentos elétricos, que cresceu cerca de 43%, com mais 6.648 toneladas de aparelhos recolhidos face a 2023. “Este crescimento assume particular importância tendo em conta o problema do mercado paralelo, para o qual o Electrão tem vindo a alertar, em que equipamentos de grandes dimensões são desviados do circuito formal e não chegam às unidades de tratamento, onde seriam corretamente descontaminados e reciclados”, sublinha num comunicado.

A organização considera que para os resultados, contribuíram a expansão da rede de recolha própria do Electrão, atualmente com 13.500 locais, o trabalho dos parceiros operacionais que representou 7 mil toneladas e a aposta em projetos como o Porta-a-Porta, em que os grandes eletrodomésticos usados são recolhidos diretamente em casa do cidadão.

“Com a entrada em vigor da nova licença, que regula a atuação das entidades gestoras, e com metas mais ambiciosas de reciclagem, este ano de 2025 representa uma pressão adicional para o país e para o sistema de gestão de resíduos elétricos, com a necessidade de aumentar ainda mais as recolhas e de recorrer a novas soluções para envolver o cidadão. Este é, também, o ano em que o Electrão assinala 20 anos de atividade e reforça o compromisso com a sustentabilidade e com o objetivo de contribuir para o aumento da reciclagem de resíduos em Portugal”, destacou Ricardo Furtado, diretor-geral de elétricos e pilhas do Electrão.

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Fundadores da Keychain

I&D

Empresa do grupo Sonae lidera investimento na tecnológica Keychain

A Bright Pixel, braço de capital de risco da Sonae, liderou uma ronda de investimento de 5M€ de euros na startup norte-americana baseada em IA, que conecta retalhistas com produtores.

A Bright Pixel, braço de capital de risco da Sonae, liderou um investimento de cinco milhões de dólares na Keychain, plataforma que conecta retalhistas com produtores baseada em Inteligência Artificial (IA), que está a transformar a indústria dos bens de consumo embalados. Este financiamento surge no momento em que a plataforma da Keychain sai da fase beta e alarga o âmbito para Packaging e Ingredients, informa a Bright Pixel.

O financiamento destina-se a acelerar o desenvolvimento de novas funções da plataforma que conecta retalhistas com fornecedores de bens de consumo e a expandir o negócio para novas geografias. “Acreditamos fortemente na capacidade da Keychain para modernizar a cadeia de abastecimento de bens de consumo embalados e no seu crescente impacto no mercado europeu. Estamos entusiasmados por apoiar a equipa neste momento crítico, enquanto expandem as suas ofertas e entram em novas geografias”, afirmou Manuel Queiroz, Diretor da Bright Pixel Capital.

A plataforma baseada em IA da Keychain permite que marcas, retalhistas e fabricantes se conectem rapidamente com parceiros de fabrico, agilizando um processo tradicionalmente fragmentado e moroso de investigação e desenvolvimento. A startup está a expandir as suas capacidades com o lançamento de dois novos produtos beta, Keychain Packaging e Keychain Ingredients. Estas novas funcionalidades permitirão que as marcas simplifiquem o processo de fornecimento de materiais de embalagem e fornecedores de ingredientes para os seus produtos.

Atualmente, a plataforma conta com uma rede de mais de 30 mil fabricantes e 20 mil marcas e retalhistas, facilitando mais de mil milhões de dólares em projetos todos os meses. “Desde o lançamento da Keychain no ano passado, temo-nos focado em trazer transparência para o ecossistema de produção de bens de consumo nos Estados Unidos”, disse Oisin Hanrahan, Cofundador e CEO da Keychain. “Ao mesmo tempo, temos explorado como podemos expandir as nossas capacidades para outras regiões, e o apoio do braço de investimento da Sonae é um grande passo nesse sentido. Estamos também entusiasmados por continuar a desenvolver novas ferramentas que vão simplificar a forma como as marcas obtêm embalagens e ingredientes”, referiu ainda.

A Bright Pixel Capital, anteriormente designada por Sonae IM, é o braço de investimento tecnológico do grupo multinacional Sonae. Com cerca de 60 investimentos diretos, engloba participações em empresas à escala global, desde as fases iniciais às de crescimento, e em áreas estratégicas de negócio como a cibersegurança, infrastructure software, tecnologia aplicada ao retalho, business applications e tecnologias emergentes.

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cvrl lisboa portugal

Bebidas

Região dos Vinhos de Lisboa regista máximo histórico de vendas

A Região dos Vinhos de Lisboa encerrou 2024 com um crescimento de 5% nas vendas, alcançando um novo máximo histórico de 69 milhões de garrafas.

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Este desempenho positivo contrasta com o abrandamento global do setor, demonstrando a capacidade de adaptação da região às novas tendências de consumo.

A influência do terroir atlântico de Lisboa, caracterizado por vinhos elegantes, frescos e de menor graduação alcoólica, tem sido um fator decisivo para a valorização da região nos mercados nacional e internacional. Este perfil responde à crescente procura por vinhos mais leves e equilibrados, reforçando a competitividade dos produtores lisboetas num contexto desafiante para a indústria vinícola global.

“Crescemos 3,5 milhões de garrafas em 2024, para um número recorde de 69 milhões de garrafas, no que é a confirmação absoluta de que os vinhos da Região de Lisboa estão a impor-se cada vez mais no mercado, indo ao encontro de um perfil de consumo que procura sobretudo elegância, frescura, potencial gastronómico e também álcool mais discreto”, sublinha Francisco Toscano Rico, presidente da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa.

“Ao mesmo tempo, a afirmação da Região de Lisboa é resultado do grande trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelos diversos produtores, em articulação com a promoção nacional e internacional coordenada entre todos os agentes, e na qual a CVR Lisboa tem feito um grande esforço, como é exemplo o investimento promocional realizado, que ascendeu a cerca de 1 milhão de euros”, acrescente.

A dinâmica da região é impulsionada, sobretudo, pelo mercado internacional, que representa 80% das vendas, distribuídas por cerca de 100 países. Entre os principais destinos estão os Estados Unidos da América, Reino Unido, Brasil, Canadá, países escandinavos, Alemanha e Polónia. O mercado nacional representa os restantes 20% das vendas. O mercado nacional representa a restante fatia de 20% nas vendas. Nas diversas categorias de produto, o Vinho Branco cresceu 12%, o Vinho Rosé 22% e o Vinho ‘Leve Lisboa’ apresentou uma evolução exponencial de 88%.

 “A conjuntura nacional e internacional é desafiante, com uma quebra continuada no consumo, acompanhada da valorização de um perfil específico de vinhos, mais frescos e elegantes, onde Lisboa se impõe de forma diferenciada, graças ao seu terroir atlântico, mais fresco, mais preparado até para responder aos desafios das alterações climáticas. Mais do que nunca temos de continuar a investir na promoção desta excelência, dando mais visibilidade e notoriedade aos Vinhos da Região e ao seu enoturismo. Na promoção internacional, as prioridades para 2025 recaem nos mercados do Brasil e Reino Unido, em estreita parceria com a Viniportugal e com as outras Regiões Vinhateiras nacionais”, refere ainda Francisco Toscano Rico.

As vendas dos Vinhos de Lisboa registaram um crescimento sustentado ao longo de todo o ano de 2024. Em agosto, o volume acumulado já apontava para um novo recorde absoluto, com cerca de 50 milhões de garrafas vendidas nos primeiros oito meses do ano, consolidando a trajetória ascendente da região no setor vinícola.

 

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