Expetativas de exportação das PME do Reino Unido recuam depois do Brexit
Cada vez mais voltadas para os mercados externos como forma de aumentar receitas, as Pequenas e Médias Empresas (PME) europeias prevêem um crescimento das suas exportações nos próximos tempos. No entanto, as operadoras do Reino Unido são uma exceção
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Ana Catarina Monteiro
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Cada vez mais voltadas para os mercados externos como forma de aumentar receitas, as Pequenas e Médias Empresas (PME) europeias prevêem um crescimento das suas exportações nos próximos tempos. No entanto, as operadoras do Reino Unido são uma exceção.
A conclusão é do mais recente estudo “European SME Exporting Insights” da transportadora UPS, que questionou 12 815 proprietários e diretores de PME em oito países europeus (Bélgica, França, Alemanha, Itália, Holanda, Polónia, Espanha e Reino Unido).
O estudo foi realizado no segundo e terceiro trimestres de 2016, antes e depois do referendo conhecido como Brexit, realizado em junho, mostrando uma perda “significativa” de confiança relativamente à exportação das PME do Reino Unido após o conhecimento da votação que determinou a saída do país da União Eurpeia. Antes do Brexit, 36% das PME britânicas previam um aumento das exportações, as quais caíram para 20% depois do referendo.
Por outro lado, os restantes países analisados demonstram um aumento do número de pequenos empresários a exportar e a crescer acima da receita média. As empresas confiantes no aumento das exportações subiram de 26%, no segundo trimestre, para 33%, no terceiro trimestre.
O aumento das exportações em todos os mercados alterou a posição do Reino Unido no ranking europeu. Anteriormente, ocupava o segundo mercado mais intensivo em exportação, a seguir à Alemanha. Agora encontra-se em sexto lugar.
Ainda assim, segundo o estudo, a proporção de PME exportadoras cresceu em todos os mercados, incluindo no Reino Unido, mostrando uma tendência para exportar mais para a Alemanha. A União Europeia continua a ser o mercado de exportação mais importante para as PME europeias, seguido dos EUA. A proporção de empresas que exportam para outros países, fora daqueles mercados está a aumentar, com excepção da Itália e do Reino Unido.
“O estudo de 2016 demonstra que mais de metade dos diretores de pequenas empresas que apostam na exportação dos seus produtos viram as suas receitas aumentarem durante os últimos três anos. No entanto, apenas 31% dos pequenos empresários que não exportaram os seus produtos sentiram um crescimento”, explica Nando Cesarone, presidente da UPS Europa.
Por fim, o estudo da UPS, que vai na sua quarta edição anual, abordou pela primeira vez as empresas não-exportadoras, no que diz respeito à abertura para exportação e prioridades de negócios no futuro. Os três principais temas que as empresas precisam de abordar para começar a exportar são: “tirar partido do ecommerce, aprender a crescer em mercados desconhecidos ou pouco familiares e obter informações de mercado”. As PME em França, no Reino Unido e em Espanha foram as que mais se mostraram “prontas a exportar”.