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Fundos nacionais regressam ao investimento imobiliário comercial

Por a 4 de Janeiro de 2017 as 17:37

O volume de investimento imobiliário no setor comercial em Portugal aproximou-se em 2016 dos 1.300 milhões de euros. Se é certo que este volume traduz uma queda face ao ano anterior, no qual as transações de investimento alcançaram 1,9 mil milhões, este valor é o segundo mais alto da história do mercado, apenas ultrapassado por 2015.

O capital estrangeiro continua a dominar o investimento, muito focado nos ativos de retalho, mas o montante reduziu face ao ano anterior, representado 82% do volume total transacionado. Os fundos nacionais pelo contrário ganham terreno com uma aposta forte em escritórios e hotelaria.

A quebra registada no investimento imobiliário comercial deu-se sobretudo no segundo semestre do ano, o que pode estar ligado ao anúncio do brexit (saída do Reino Unido da União Europeia) que acabou por resfriar o entusiamo dos investidores sobretudo entre junho e setembro, explica Eric van Leuven, diretor-geral da consultora imobiliária Cushman&Wakefield (C&W). “Os investidores sentiram-se forçados a fazer uma pausa, mas penso que se tratou de uma situação conjuntural. Tivemos apenas um investidor que acabou por desistir pela situação de incerteza no futuro”.

O setor que maior capital atraiu foi o de escritórios, ultrapassando os 600 milhões de euros. Nunca se investiu um volume tão elevado em ativos de escritórios em Portugal. A operação do Campus da Justiça, no Parque das Nações, a venda do Edifício NOS e da Torre A das Torres de Lisboa foram as mais significativas.

O mercado de retalho, por sua vez, negociou cerca de 500 milhões de euros, representando 45% do capital investido. Os americanos da CBRE GIP foram responsáveis pela maior operação do ano, com a compra do AlgarveShopping e Estação Viana ao Fundo Sierra, do grupo Sonae.

As perspetivas para 2017 são otimistas. “A atividade de investimento deverá ultrapassar os níveis de 2016, podendo mesmo chegar a um novo recorde histórico, tendo em conta o conjunto de operações que se encontram em fase avançada de negociações, assim como alguns portefólios prestes a entrar no mercado e com possibilidade de serem fechados ao longo de 2017. Os setores alvo voltarão a ser escritórios e retalho, ainda que a hotelaria e a reabilitação urbana possam também demonstrar-se muito ativos”, sublinha Eric van Leuven.

A C&W tem em carteira meia dúzia de operações, avaliadas em 300 milhões de euros, que, apesar de estarem previstas para 2016, foram adiadas para este ano por motivos que se prendem com burocracias relacionadas com licenciamento e investimento e não com desistências. De uma forma global, há no mercado negócios em pipeline, com “fortes possibilidades de serem concretizados”, avaliados em 1.000 milhões.

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