As dicas de liderança de responsáveis da Unicer, Groundforce e MyChange
Terminou o Ciclo de Conferências Rousseau 2016. A última conferência foi subordinada ao tema Recursos Humanos. Conheça as dicas de liderança de equipas de Tiago Brandão, da Unicer, Pedro Ramos, da Groundforce e Maria Matias, da consultora MyChange
Ana Catarina Monteiro
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Terminou o Ciclo de Conferências Rousseau 2016. As quatro sessões promovidas pelo presidente do Forum do Consumo, que empresta o nome ao ciclo, subordinaram-se este ano aos temas Promoções, Gestão de Centros Comerciais, Green Retail e Recursos Humanos. O HIPERSUPER foi “media partner” da jornada anual de debates sobre o mercado de grande consumo, que no próximo ano terá lugar na Universidade Católica.
A última conferência realizou-se no passado dia 23 de novembro. O diretor de Recursos Humanos da Unicer, Tiago Brandão, o administrador da empresa de assistência ao transporte aéreo Groundforce, Pedro Ramos, e a partner da consultora MyChange, Maria Matias, participaram no debate sobre liderança de equipas. Conheça as dicas que deixaram no evento:
Pedro Ramos, administrador da Groundforce
“Ter autoridade não é ser autoritário. A palavra autoridade vem de autoria e um autor é seguido, admirado, não se impõe”, dá conta o administrador, que considera que a delegação de tarefas por parte de um líder “não é um trabalho fácil” e tem que ser feito “em contacto direto com os indivíduos”.
“Tenho que confiar na pessoa para quem vou transferir informação. Além disso, tenho que prepará-la, desenvolver o seu sentido de responsabilização”, aconselha.
Maria Matias, partner da MyChange
Antes de chegar à MyChange, Maria Matias passou pelos setores da banca e da indústria e agora, na área dos serviços, tem dez pessoas a reportarem a si. Para a responsável, “liderar é dar o exemplo, estar ao lado das equipas. No Ikea, o diretor de lojas veste a mesma roupa que os operadores da caixa. Isto é um exemplo de liderança”.
A função do líder é a de “traduzir a estratégia, que está sempre em construção. Deve perguntar mais do que declarar. A relação com a equipa que se lidera é um exercício de empatia constante”.
O futuro do trabalho passa pelas “soft skills”. “É importante desenvolver estas capacidades, assim como o convívio com a tecnologia, uma componente inevitável. Apesar de termos processos cada vez mais automatizados, futuramente continuamos a precisar de ser inovadores e criativos, por isso devemos aprender em conjunto com seniores, jovens e ao mesmo tempo com tecnologia”.
Tiago Brandão, diretor de Recursos Humanos da Unicer
Bioquímico de profissão, Tiago Brandão por sua vez considera que “é essencial um líder dedicar tempo à reflexão com as pessoas que estão focadas no negócio”. Além disso, a “individualização do trabalhador é extremamente importante”, isto é, tratar cada um dos elementos da equipa de acordo com as suas necessidades pessoais.
Uma caraterística inerente a um líder é a “plasticidade”, uma vez que tem que “liderar desde os mais novos aos mais antigos colaboradores, que podem por vezes até conhecer melhor a empresa. A média de idade dos trabalhadores na Unicer é de 42 anos e permanecem em média 14 anos na empresa”.
A produtora e distribuidora de bebidas sediada em Leça do Balio realiza um inquérito anual aos trabalhadores, notando um “gap” entre a perceção dos líderes e a das equipas quanto à “empatia e à informação necessária para comandar a equipa. As piores competências dos líderes avaliadas são a flexibilidade e a delegação”.
“Um exercício interno de visualização do futuro da organização propôs que os colaboradores sugerissem palavras que definissem os valores a seguir. As palavras mais votadas foram respetivamente Paixão, Local, Ambição e Global”.