Mais de 50% dos CIO diz que empresas não têm prioridades de inovação e tecnologias disruptivas
Os Chief Information Officers (CIO) estão hoje mais focados nos clientes que no desempenho do negócio, traduzindo uma mudança de prioridades. Ainda assim, existem lacunas “substanciais” entre as expetativas de negócio e as competências ao nível das Tecnologias de Informação (TI) em áreas chave que incluem a inovação e a cibersegurança.
As conclusões são do estudo Global CIO Survey 2016-2017, publicado pela consultora Deloitte, que auscultou 1217 líderes tecnológicos em 48 países.
Enquanto na edição anterior do relatório, a percentagem de CIO que indicavam os clientes como primeira prioridade fixou-se nos 45%, em 2016 o valor subiu para os 52%. Os líderes dos departamentos de informação de oito dos dez setores analisados no estudo apontam para o cliente enquanto principal foco no setor.
Para três quartos dos profissionais, o sucesso do negócio passa sobretudo pelo alinhamento das TI com a estratégia e objetivos da empresa, sendo que a execução de projetos tecnológicos e visão estratégica estão também entre as principais competências dos departamentos de TI para o bom desempenho da atividade. No entanto, apesar de cada vez mais focados nas interfaces digitais que envolvem o cliente, apenas 45% dos CIO afirma que a área das TI está envolvida na melhoria da experiência do cliente e 28% considera que a organização para a qual trabalha se situa abaixo da média em matéria de competências digitais.
O Global CIO Survey deste ano encontrou assim “diferenças substanciais entre as expetativas dos negócio e as competências das TI, em áreas chave que incluem a inovação e a cibersegurança”. Cerca de 57% dos CIO afirma que as áreas de TI esperam obter apoio na inovação e no desenvolvimento de novos produtos e serviços. Mais de metade diz que não existe na sua empresa prioridades em matéria de inovação e tecnologias disruptivas, ou então estão ainda em processo de definição. Da mesma forma, 61% dos CIO identifica a cibersegurança como uma “expetativa fundamental” mas apenas 10% assinala a cibersegurança e a gestão de risco nas TI como uma “grande prioridade”.
Além disso, o estudo nota uma diferença “considerável” entre a perceção dos CIO sobre como acrescentar valor à empresa e as prioridades e expetativas da mesma organização. As lacunas referidas estendem-se ao nível da inovação, disrupção e cibersegurança.
70% dos CIO inquiridos indica que é esperado que baixem o custo das operações e melhorem o nível do serviço em simultâneo.
Por fim, o estudo verifica que as personalidades dos CIO são semelhantes, com 75% a partilhar sete traços predominantes de personalidade/estilos de trabalho. Estes traços incluem uma fácil adaptação a novos ambientes (90%), o enfoque no objetivo ao invés da emoção ao trabalhar com terceiros (81%), uma adoção precoce da tecnologia (81%), a assunção de responsabilidades (78%), uma visão de conjunto (76%), a tolerância ao confronto (75%) e a tolerância ao risco (75%).