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Estimular o consumo consciente por uma economia eficiente, por Sérgio Pereira (ComparaJá.pt)

Por a 31 de Outubro de 2016 as 11:56

Por Sérgio Pereira, diretor geral da plataforma gratuita de simulação de produtos financeiros ComparaJá.pt

A sociedade de consumo em que hoje (con)vivemos deve ser educada – e ajudada pelos retalhistas – numa ótica de tornar os processos económicos mais eficientes, consciencializando-a para a importância de, cada vez mais, ter hábitos de consumo racionais. Os conceitos de consumo sustentável e responsável são, neste sentido, fundamentais para uma sociedade mais próspera.

A sociedade consumista não foi, naturalmente, sempre assim. Durante milhares de anos, o Homem preocupou-se em produzir para consumo próprio. Depois, com o avanço tecnológico (leia-se massificação de produtos e processos) e de mentalidades, foi-se criando cada vez mais a comunidade de consumo que hoje conhecemos.

Com o desenvolvimento de comunicações comerciais envolvendo marketing, publicidade e merchandising, iniciou-se uma era de “sedução do consumidor”, mas também de um certo desequilíbrio de mercado uma vez que os fabricantes, prestadores de serviços e retalhistas das mais variadas áreas se muniram de instrumentos capazes de subverter as referências culturais e os hábitos de consumo. Esta evolução da “indústria da sedução” foi acompanhada de um novo desenvolvimento dos media, o que veio facilitar ainda mais a difusão das suas mensagens.

A SOCIEDADE DE CONSUMO E AS NOVAS PLATAFORMAS

O consumidor, muito devido às mudanças tecnológicas e ao recurso constante às telecomunicações, está a alterar as suas relações com a maneira como se contratam produtos e serviços: atualmente, qualquer atividade financeira pode ser feita a partir de um dispositivo móvel, por exemplo. Fazer as compras do mês, marcar uma consulta, investir em ações ou obrigações, abrir um depósito a prazo ou solicitar um crédito pessoal está hoje, literalmente, à distância de um “clique”.

Isto leva, por outro lado, a que os retalhistas tenham uma responsabilidade social (e até mesmo moral) redobrada, na medida em podem, e devem, ajudar os consumidores a fazerem escolhas mais conscientes e responsáveis na hora de adquirir os diferentes produtos e serviços. Isto conduz-nos até à definição de consumo sustentável (e responsável).

CONSUMO SUSTENTÁVEL E RESPONSÁVEL

O exercício de uma cidadania responsável nas práticas de consumo implica contribuir para a redução do consumo global de energia e matérias-primas, assim como evitar escolher bens não recicláveis. Outro aspecto fundamental a ter em conta é o apelo ao consumo responsável: as marcas também devem ter um papel pedagógico junto dos seus clientes, por exemplo, na hora de oferecer um cartão de crédito, explicando as implicações e apelando a uma decisão de compra consciente e não com base num impulso.

A verdade é que a estratégia da produção e da distribuição está dominada por uma leve persuasão orientada, pelo conhecimento do que vem nos contratos, realidade que nem sempre é clara para o consumidor. Em 15 de março de 1962, Jonh F. Kennedy, numa mensagem ao Congresso dos EUA, dizia: “Os consumidores são o mais importante grupo económico, que afeta e é afetado por todas as decisões económicas. Mas é o único grupo cujas opiniões não são ouvidas. No mesmo ano, na sequência deste discurso, foram instituídos pela primeira vez de forma organizada os direitos dos consumidores.

Na área da banca, por exemplo, ainda há muito por fazer por parte das instituições no que toca a “educar” os consumidores relativamente aos produtos e serviços que comercializam. É fundamental, a título de exemplo, estar-se atento aos pormenores dos contratos de crédito, nomeadamente aos encargos financeiros da operação e ter a plena consciência de que recorrer ao crédito deve ser feito após pesar prós e contras.

O consumo responsável é, assim, uma ajuda preciosa à preservação ambiental, a uma economia eficiente e a um modelo de desenvolvimento onde exista um equilíbrio na prudência nos modos de produção e consumo sustentáveis.

 

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