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O furto na sazonalidade do retalho, por David Pérez del Pino (Checkpoint)

Por a 23 de Agosto de 2016 as 12:39

Por David Pérez del Pino

Diretor geral da Checkpoint Systems em Espanha e Portugal

Nos 12 meses do ano as flutuações no mercado permitem que as vendas nos diferentes sectores do retalho apresentem também variações mais positivas e/ou negativas nos lucros. Contudo, o impacto que a sazonalidade apresenta no retalho revela-se, essencialmente, em picos de perdas desconhecidas ou furtos que os profissionais são capazes de identificar. De um modo geral, e de acordo com o Barómetro Global do Furto no Retalho 2014-2015, as principais épocas de incremento no furto são o Natal, logo seguido do Verão.
Nesta época de férias estes valores são mais significativos ao serem conjugados com o elevado volume de turistas que entram em Portugal – nos primeiros quatro meses do ano de 2016, de acordo com dados do INE [Instituto Nacional de Estatísticas], foram vendidas 12,4 milhões de dormidas com a tendência a manter-se e até aumentar nos próximos meses.
Este aumento na afluência às lojas representa também um incremento na movimentação de mercadorias, quer seja dentro da loja quer na cadeia de distribuição, assim como uma maior necessidade de trabalhadores, muitos deles funcionários. Estas duas circunstâncias levam, ainda mais, à existência de perigos de perda – os erros de funcionários representam 29% das perdas no sector em Portugal. É pois, neste sentido, que surge a necessidade de melhor adequar toda a gestão de perdas aos três factores: aumento da afluência de clientes, incremento nas mercadorias transaccionadas e mais crescimento das equipas de funcionários em loja.

Como melhorar a experiência de compra
Em regra, os retalhistas têm, assim, que garantir uma maior visibilidade de mercadorias, uma melhoria clara na gestão de stocks e uma formação correcta dos seus funcionários. Esta tríade permite uma melhoria na experiência de compra do cliente, com colaboradores mais bem formados que facilmente conseguem dar respostas às suas necessidades, assim como um aumento das vendas e diminuição das perdas. Conseguir estes objectivos torna-se primordial para o sector do retalho, mas apresenta também os maiores desafios às direcções que estão, na actualidade, mais sensíveis aos problemas da gestão de stocks e visibilidade de mercadoria.
De um modo geral, e no que ao Verão diz respeito, os artigos com maior índice de furto são os óculos de sol, as bebidas alcoólicas e os cremes solares, mas as estratégias que os retalhistas podem e devem implementar são transversais aos produtos que têm em loja, independentemente da época do ano, garantindo melhores experiências de compra. As soluções existentes no mercado são já bastante desenvolvidas e estão ao dispor dos retalhistas na hora de garantir diminuição de perdas e aumento de lucros, mas exigem um envolvimento por parte de todas as equipas que constituem a empresa, sendo nesse sentido que os provedores desenvolvem as suas tecnologias, melhorando o dia-a-dia de funcionamento de toda a cadeia de distribuição e venda, desde o fabrico ao ponto de venda ao cliente, considerando sempre as necessidades multicanal do cliente.
Ainda que a sazonalidade apresente uma clara influência nos índices de furto no retalho, a verdade é que é necessária uma acção concertada por parte dos retalhistas transversal a todo o ano que lhes permite fazer face a picos de potencial perda, transformando-os em picos de vendas e sucesso maiores.

*O autor escreve segundo o antigo acordo ortográfico

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