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Negócio Pet da Nestlé fatura €57 milhões no retalho em 2015

Por a 2 de Junho de 2016 as 11:40

Nestle PetA Nestlé quer dar o exemplo. Desde o início do ano que os funcionários da divisão de ‘pet care’ podem levar os seus cães para o trabalho, todos os dias da semana. Há salas de reunião que permitem aos funcionários fazer-se acompanhar do seu ‘amigo’, elevador próprio para subir com os animais de quatro patas o edifício-sede da multinacional, localizado em Lisboa, e um espaço reservado para os animais, paredes-meias com as pernas do dono, quando está a trabalhar na secretária. O espaço não barra entrada a nenhum animal mas para frequentar as instalações os convidados especiais têm de ultrapassar com distinção uma prova de comportamento. Os que recebem luz verde têm o privilégio de acompanhar o dono na jornada laboral.

O animal é visto, cada vez mais, com um elemento da família e ganha o seu lugar na sociedade. A empresária Catarina Mendes deu um passo de gigante nesta integração com a inauguração do primeiro Cat Café, em Lisboa, uma ideia que conquistou já varias capitais europeias. O espaço junta bebidas, gatos e livros numa zona ‘cool’ da capital.
Ter um animal de estimação está na moda. E a venda de produtos para alimentá-los e mimá-los está a crescer. “O mercado de retalho de produtos para animais de companhia movimentou 190 milhões de euros no ano passado: cresceu 1,5 em volume de negócio e 2% em quantidade vendida”, segundo dados da consultora Nielsen, revela em entrevista ao HIPERSUPER Pedro Lourenço, marketing manager Grocery Channel Nestlé Purina Pet Care. A Nestlé lidera o mercado com uma quota de 30% em valor, ou seja, com vendas de 57 milhões de euros.

“Complementaridade da alimentação tem potencial”Nestle Pet
Na Nestlé há mais de 15 anos, na Purina em particular há seis e a liderar o canal retalho da divisão alimentar há dois anos e meio, Pedro Lourenço também passou pelo canal profissional, onde Purina é a segunda marca do mercado. “Trabalhamos para enriquecer a vida do pet e do seu dono. Para aumentar a taxa de cobertura calórica – a percentagem de animais que tem uma alimentação adequada às suas necessidades. E para trazer inovação ao mercado, reforçando as nossas credenciais nutricionais com novos produtos e remodelações importantes. Em média, trazemos ao mercado entre cinco a seis produtos por ano nos vários segmentos”, revela o responsável, acrescentando que “a inovação é uma grande alavanca do crescimento”, assim como as ativações de marca, “cada vez mais relevantes”.
Há 2 milhões de cães e 1,2 milhões de gatos nos lares portugueses, segundo dados da consultora GFK. Uma das maiores oportunidades de crescimento, para o responsável, está no alimento para cães de raça pequena que têm necessidades nutricionais particulares. “O segmento mini em ração seca representa apenas 10%, quando falamos de um universo de 60% de cães. Há espaço para crescer”. Especificamente nos produtos para cão, os donos vão comprar mais ‘mimos’, snacks e alimento húmido “para complementar a alimentação”. No gato a margem de crescimento estende-se a segmentos como “esterilizado” e “especialidade” e ao alimento húmido. “A complementaridade da alimentação tem potencial”, sublinha.

Premium versus super premiumNestle Pet
O mercado está dinâmico e uma boa parte das vendas deve fidelidade à promoção. “O mercado é impactado em volume pelo aumento da penetração – número de animais – e pelo aumento da taxa de cobertura calórica. Em valor, apesar de as promoções puxarem o preço médio para baixo, os produtos de alta nutrição, ‘premium’ e os ‘mimos’ ajudam o mercado a crescer em faturação”.
A oferta de Purina, a marca umbrella para os produtos pet da Nestlé, divide-se numa oferta premium e super premium, ao contrário do mercado que está dividido em três: produtos económicos – “mais o território das marcas do distribuidor, embora as marcas brancas comecem já a lançar produtos num território mais premium”; os produtos premium (o ‘mainstream’ do mercado) e ainda o território super premium, onde a multinacional opera as marcas Gourmet e Purina One.
Pedro Lourenço prevê que o mercado evolua em 2016 na mesma linha do ano passado. “A tendência de aumento da penetração dos animais nos lares nacionais continua a verificar-se, assim como o aumento da taxa de cobertura calórica e, comparando com outros países europeus, ainda há espaço para crescer. O início do ano mostra que estamos no mesmo caminho”.
A marca está ainda preocupada em fazer crescer e acrescentar valor à categoria como um todo. “Implementámos recentemente dois espaços no ponto de venda que vão ajudar a trazer valor à categoria: um espaço próprio dedicado a raças pequenas em loja, destacada no linear, para educar os ‘shoppers’ para as necessidades destes cães. Trata-se de um espaço de categoria, onde todas as marcas estão presentes com a gama de produtos para raças pequenas. Os cães de raça pequena representam já 60% do total. Estamos a fazer este trabalho com a Sonae. Temos ainda um outro espaço, para gato, com a gama super premium, que promove a alta nutrição e tem também todas as nossas marcas, assim como as dos concorrentes que operam neste segmento, em exposição”.

A história de um negócio com 29 anos

O negócio Pet chega a Portugal em 1987 com a marca Friskies. Em 2001, a Nestlé compra a Purina a nível mundial e toda a gama passa a ficar sob a umbrela desta marca, no nosso País e em todas as geografias onde opera. Hoje, a marca concentra o portefólio em dois segmentos principais: super premium (Purina One e Gourmet) e Premium (Friskies e Felix). A marca premium Felix, “chegou a Portugal há cerca de três anos e já é a segunda marca no segmento húmido gato em doses individuais. Além das saquetas de húmido, tem também alimento seco: uma tendência no gato e uma inovação que lançámos”, explica o marketing manager Grocery Channel Nestlé Purina Pet Care.

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