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A relação entre a confiança dos consumidores e o grande consumo

Por a 12 de Abril de 2016 as 16:28

consumoA consultora Nielsen avalia trimestralmente o índice de confiança dos consumidores. Desde 2010 que os números não são tão elevados. Como vai este clima de confiança refletir-se no grande consumo?

No ano passado, as vendas destes bens cresceram 1,4%. O que esperar este ano? “Podemos vir a ter um ano positivo, embora não haja uma relação direta entre o crescimento dos bens de grande consumo e do Produto Interno Bruto (PIB). Comparando com outras, esta indústria resistiu bem à crise económica. Aos períodos de  contração em 2008 e 2009, a distribuição alimentar respondeu de forma positiva. Entre 2011 e 2013, anos de grande contração económica, o setor não se ressentiu e acabou por crescer, enquanto o PIB regrediu nos três anos. A distribuição caiu efetivamente em 2014″, explica em entrevista ao HIPERSUPER Vitor Amaral, Client Service Director da consultora Nielsen.

“Agora que volta esta perspetiva de crescimento, a grande questão é: ‘o setor vai continuar a manter esta tendência positiva?’. Até porque no final de 2015 começa a haver junto dos portugueses uma predisposição para consumir fora do lar que não se verificava dois anos antes, quando nada sobrava ao final do mês para uma “escapadela” ao ritmo acelerado do dia a dia”, sublinha.

consumoDistribuição bate no vermelho em 2014…

Por que é que a distribuição alimentar bate no vermelho no ano de 2014 e mantém-se estável ao longo do período mais crítico da crise económica e financeira que assolou não só o nosso País mas o mundo? Vitor Amaral acredita que um somatório de razões explica a queda. Naquele ano, tivemos um dos “verões mais fracos dos últimos anos” e precisámos de menos bebidas para repor a hidratação. Além disso, com a atividade promocional ao rubro – registou um salto em 2014 – o mercado ressentiu-se. E, como é próprio dos momentos mais otimistas, “o consumidor adaptou o seu comportamento aumentando o consumo fora de casa” e reduzindo o consumo no lar.

…Mas volta a crescer em 2015cafe

No ano passado, pelo contrário, todas as áreas de bens de grande consumo cresceram. As vendas de bebidas com álcool, sem álcool, produtos de higiene caseira e de higiene pessoal aceleraram entre os 2 e os 4,8%. No total, os bens de grande consumo crescem 1,4% em 2015, sem prejuízo da maior predisposição para frequentar cafés e restaurantes.

Neste contexto, as vendas do canal horeca (hotéis, restaurantes e cafés) aceleraram 5% no ano passado. São as categorias de consumo social o ‘driver’ deste crescimento. Bebidas refrescantes, água, cervejas, chá, café batata frita e aperitivos lideram os gastos nos cafés.

O Verão do ano passado deu uma boa ajuda ao setor das bebidas já que os bens essenciais perdem vendas. Os legumes secos caem 30% em dois anos. O leite 12%. Os farináceos 16%.

“Duas tendências  podem justificar a quebra nos bens de consumo essenciais. Uma maior preocupação com a saúde, que tem vindo a intensificar-se e faz crescer a bom ritmo a categoria de alimentação saudável, e o regresso ao consumo no canal Horeca”. Há também um aumento de consumo de refeições prontas a contribuir para reforçar esta tendência.

 

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