Portugal utiliza 74,5% do capital humano desenvolvido no País
O mais recente estudo “Human Capital Report” desenvolvido pelo World Economic Forum, com o apoio da consultora Mercer, revela que a Finlândia é o País que mais valoriza o desenvolvimento de Capital Humano. Portugal surge na 38ª posição no ranking que engloba 124 países
Ana Catarina Monteiro
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O mais recente estudo “Human Capital Report” desenvolvido pelo World Economic Forum, com o apoio da consultora Mercer, revela que a Finlândia é o País que mais valoriza o desenvolvimento de Capital Humano.
Integrado no “Human Capital Report”, o “Human Capital Index” envolve 124 países numa análise de 46 indicadores de desenvolvimento humano. Portugal ocupa a 38ª, registando uma percentagem de 74,5% de desenvolvimento e utilização do capital humano.
No topo do ranking encontra-se a Finlândia, com uma pontuação de 86%, seguida da Noruega, a Suíça, o Canadá e o Japão. Apenas 14 países ultrapassam a fasquia dos 80%.
O índice considera uma abordagem ao longo da vida, avaliando os níveis de educação, de competências e de emprego disponíveis para as pessoas em cinco faixas etárias distintas. O primeiro escalão compreende idades abaixo dos 15 anos e o último, idades acima dos 65 anos.
Neste estudo, no que diz respeito a Portugal, considerou-se a população total do País (10,6 milhões de habitantes), sendo que a população com idade ativa (entre os 15 e 64 anos) é cerca de 7 milhões de pessoas. Quando o estudo foi realizado, a taxa de participação da força de trabalho era de 60,3% e o índice de desemprego situava-se nos 16,5%. A idade média dos portugueses ronda atualmente os 41 anos. Já no que diz respeito à população que concluiu o ensino universitário em Portugal, o número ronda 1 milhão e 300 mil pessoas.
Entre as grandes economias, a França ocupa a 14ª posição, enquanto que os Estados Unidos se encontram no 17º lugar, com uma pontuação abaixo dos 80%. O Reino Unido mantem a 19ª posição e a Alemanha a 22ª. Entre o BRICS (grupo político de cooperação entre as economias emergentes, nomeadamente Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a Federação Russa (26ª posição) regista a pontuação mais alta com 78%, seguida da China (64º lugar) com 67%. O Brasil encontra-se no lugar 78º, seguido da África do Sul (92ª) e da Índia (100ª).
Adicionalmente aos 14 países que alcançaram os 80% de otimização do capital humano, 38 países pontuam entre 70% e 80%; 40 países registam entre 60% e 70%; 23 países encontram-se na faixa entre os 50% e os 60%; e nove países permanecem abaixo dos 50%.
“O Talento, e não o capital, será o fator-chave que conjuga inovação, competitividade e crescimento no século XXI. Para realizar algumas das mudanças necessárias no sentido de promover o talento -e consequentemente o seu potencial de crescimento – devemos olhar para além dos ciclos eleitorais dos relatórios trimestrais. Diálogo, colaboração e parcerias entre todos os setores são cruciais para um alinhamento entre a Escola, o Governo e as Empresas neste importante aspeto que é a promoção do Capital Humano em Portugal”, explica Diogo Alarcão, Country Leader da Mercer.
Resultados por Região
Para além da Finlândia, Noruega e Suíça, que ocupam os primeiros três lugares globais do ranking, outros quatro países da Europa e Ásia Central ocupam o ‘top 10’, enquanto outros oito da região estão entre o top 20. A Albânia (66ª), a Turquia (68ª) e a Moldávia (71ª) situam-se nos últimos lugares da região. A Itália (35ª), a Grécia (40ª) e a Espanha (41ª) tiveram pontuações mais elevadas no passado devido aos investimentos no capital humano que fizeram. No entanto, foram prejudicadas por pontuações relativamente baixas quanto a medidas de educação, oportunidades de aprendizagem ao longo da vida, taxas de participação no mercado de trabalho e desemprego. Portugal situa-se entre a Itália e a Grécia, na 38ª posição.
Na Ásia e no Pacífico, onde a maioria da população do mundo está concentrada, o fosso entre os países com melhores e piores desempenhos é muito grande. Depois do Japão (5º), os países com melhor desempenho são a Nova Zelândia (9ª), Austrália (13ª) e Singapura (24ª). Já o Nepal (106º), Mianmar (112º) e Paquistão (113º) ocupam as posições mais baixas. Depois da China e da Índia, a terceira nação mais populosa, a Indonésia, encontra-se no lugar número 69. O Irão está na 80ª posição.
O Chile (45º) e o Uruguai (47º) são os líderes em termos de paridade de género da América Latina e das Caraíbas. A Argentina (48ª) e o México (58º) surgem mais abaixo. O Brasil, o país com mais população da região, figura no 78º lugar. A Nicarágua (90ª), a Venezuela (91ª) e as Honduras (96ª) ocupam as últimas posições da região. Globalmente, o fosso entre os melhores e os piores classificados da região da América Latina é menor do que noutras regiões. Enquanto o emprego altamente qualificado se encontra na faixa dos 20% da força de trabalho em toda a região, em vários países, como o Uruguai e o Brasil, as empresas deparam-se com dificuldades em encontrar colaboradores qualificados.
No Médio-Oriente e no Norte de África, Israel (29º) lidera, seguido pelos Emirados Árabes Unidos (54º) e pelo Qatar (56º). A Jordânia (76ª) e o Egipto (84ª) ultrapassam economias de rendimento mais elevado, como a Arábia-Saudita (85ª) e o Kuwait (93º). Marrocos (95º) e a Tunísia (98ª) surgem de seguida, enquanto a Argélia (114ª), a Mauritânia (122ª) e o Iémen (124º) seguram as últimas posições da região.
Na África Subsariana, as Maurícias (72) ocupa a posição mais elevada da região. Enquanto outros seis países pontuam entre 80 e 100, outros 17 países de África situam-se abaixo dos 100 no Índice. A África do Sul figura no 92º lugar e o Quénia no 101º. O país mais populoso da região, a Nigéria (120) está entre os três últimos da região, enquanto o segundo país com maior taxa de população, a Etiópia, encontra-se na 115ª posição. Moçambique situa-se na posição 109º, integrando o grupo dos 20 países com pior pontuação. Com a exceção dos países que ocupam o top do ranking, a região é caracterizada por investimentos cronicamente baixos em educação e em aprendizagem.