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“Micro momentos” no Mobile, por Nuno Pimenta (Google)

Por a 16 de Outubro de 2015 as 11:47

googlePor Nuno Pimenta, Industry Manager Google Portugal 

A pesquisa nos dispositivos móveis irá ultrapassar em 2015 a atividade de pesquisa tradicional em desktops/ portáteis, de acordo com um estudo da E-Marketeer. A maioria das pesquisas, tráfego orgânico, cliques pagos e investimento será proveniente de smartphones e tablets. Isto já é verdade em vários mercados mas irá acentuar-se de forma generalizada.

A expressão “ir on-line” está a ser rapidamente substituída pelo paradigma de “viver on-line”. As gerações vindouras irão mesmo aceder à Internet apenas através do mobile. Tudo andará em torno do mobile. No nosso mundo conectado, o comportamento on-line – incluindo o que as pessoas procuram e os conteúdos nos quais estão interessados – ajuda a sinalizar o que elas precisam e o que querem. E é neste ambiente que há os “momentos de intenção” e que surgem em diversos setores, incluindo o do retalho.

Hoje, os consumidores estão mais do que preparados para se ligarem com os diversos negócios em ecrãs de todos os tipos e dimensões criando-se novas e enormes oportunidades também para as marcas de distribuição. Por um lado, devido ao novo paradigma. Por outro, porque os poderosos computadores que transportamos nos bolsos treinaram-nos para esperarmos das marcas que nos proporcionem exatamente o que procuramos e no momento em que precisamos.

Ao longo destes “momentos de intenção” são criados milhões de sinais de consumo que podem ajudar marketeers e empresas a identificarem e a encontrarem as pessoas certas mas também a perceberem quais delas estão atualmente interessadas nas suas mensagens e quando levantam o dedo manifestando interesse.

Mas este novo paradigma, ambiente e as novas oportunidades obrigam também as empresas a reequacionarem a forma como se movimentam neste espaço. Cada vez mais os negócios precisam centrar-se primeiro no mobile e proporcionar propostas de valor aos clientes que os deixem satisfeitos (seja por via de um website para telemóveis ou aplicações), mesmo quando o contacto é efetuado por via de um pequeno ecrã como um smartphone ou um tablet.

Ao longo do dia, os consumidores estão constantemente ligados e alternam entre diferentes dispositivos – do tablet para o portátil, para o desktop, para o smartphone – e as empresas precisam de ter em conta esta realidade.

Muitas vezes a pergunta que surge é por onde começar. Apesar de não haver uma receita mágica há um conjunto de aspetos a ter em conta. O primeiro passo passa por definir a sua proposta de valor para os consumidores. O que pretende ser a marca no mobile? O que esperam os seus consumidores da sua oferta? E tudo isto deverá estar interligado. Plataformas analíticas (como o Google Analytics) podem ajudar marketeers e empresas a ver a proveniência dos seus utilizadores mobile, o que procuram e o que fazem.

Por fim, é critico que seja criada uma experiência familiar para os consumidores: as pessoas que estão habituadas aos ecrãs de desktop querem encontrar os mesmos conteúdos básicos e a mesma experiência de utilização nos outros ecrãs. O desafio é a preservação das funções familiares básicas e, ao mesmo tempo, criar uma experiência que funcione em ecrãs de telemóveis e tablets.

Qual a tecnologia a utilizar na estratégia mobile ou os erros mais comuns a evitar nesta transição (por exemplo, não usar são ‘pop-ups’ e ter cuidado com a utilização do flash, que mais não significa melhor, entre outros) já serão coisas que implicam maior análise e que especialistas poderão ajudar na adaptação do seu negócio ao novo paradigma.

O certo é que as marcas de sucesso do amanhã serão as que se adaptarem à nova realidade e responderem às necessidades dos consumidores. Estas irão compreender estes momentos de intenção e proporcionar aos consumidores o que procuram e precisam – ligam-se e falam com o consumidor no local onde está e quando ele precisa.

As empresas e os marketeers que estiverem centrados no contexto e na intenção dos consumidores em cada momento estarão a construir simultaneamente a preferência pela sua marca. As que terão sucesso serão aquelas que usam os sinais de consumo para criarem notoriedade e estarem ‘top of the mind’ antes do aparecimento da necessidade e que estiverem presentes no exato momento em que os consumidores precisam do seu produto ou serviço.

 

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